Estava dispersa em meus pensamentos, como sempre, enquanto Alice falava mais uma das suas bobagens sobre o Thur, e agora mais do que nunca ela estava focada em descobrir mais sobre a vida do menino.
Meu celular apita, indicando que eu havia recebido uma mensagem da Laís, trocamos nossos números no fim da festa.
— Você acha que ele namora? Eu stalkeei o perfil dele umas cinco vezes ontem e não achei nada! — Alice bufa, cruzando os braços e eu desbloqueio meu celular, abrindo a mensagem de Laís, onde tinha um link de uma publicação do Instagram. — Eu acho que ele deve ter alguma coisa com a Laís, você viu como ela ficou animada depois que ele chegou? — ultimamente esse era o assunto que ela mais falava.
— Eles devem ser só amigos, sei lá. — digo, sem importância e apertando no link, que era de uma publicação de um perfil de fofoca. — Não dá nem ‘pra saber direito, ele não passou nem duas horas na festa. — a imagem de um jogo de tiro, provavelmente Free Fire, predomina na tela, juntamente a um menino no qual eu não conhecia, no canto esquerdo.
— E aquela uma Duda que você falou? Eles não tem nada? — Pelo que tudo indica, não. — ela diz, confusa, provavelmente deve ter pesquisado bastante sobre. — Mas também tem uma tal de Sarada que eu vi no Youtube. — rio com o apelido da menina.
— Sarada? — digo, rindo e voltando minha atenção pra o celular.
— Sim, mas pelo que eu vi, ela tem onze anos, então deve ser bem improvável, graças a Deus. — diz, aliviada.
— Então ele não deve ter nada com ninguém. — dá de ombros. — Ou nunca assumiu nada. — ela me encara.
— Não, tipo, aí, não sei! — bate na cama, bufando e eu coloco o celular no ouvido pra ouvir o que tinha no tal vídeo, nada além de gritarias no começo. — Será que ele não deve ter mais nenhum amigo que faz live também? Vou pesquisar, na Loud deve ter vários!
— Loud é onde ele trabalha, né? — abaixo mais o volume por causa dos gritos.
— Uhum.
— Então pesquisa esses nomes esquisitos de jogador de Free Fire, vai que tu acha. — dou de ombros, escutando o que havia no vídeo e me dando conta de que tinha as redes sociais do menino que fazia a live. — Alice. — chamo a menina.
— O que foi, Ana? — diz, sem tirar a atenção do celular.
— Lembra que ele tava conversando com um tal de Bak pelo telefone? — me recordo do nome do menino, que era o mesmo da live. — Pesquisa aí, Loud underline B A K. — soletro.
— Parece que eles trabalham na mesma organização. — a menina diz, empolgada e mordendo sua unha. — Onde tu conseguiu isso? — tiro minha atenção dela e volto pro vídeo, incrédula pelo que eu havia acabado de ouvir.
“Tem uma tal de Ana, lá, ela é linda ‘pra caramba.” essa voz não era estranha, provavelmente eu conhecia essa pessoa. Essa dúvida acaba quando escuto alguém, após algumas risadas e gritos, chamar pelo nome do “Thur” e solto um sorriso bobo involuntário, prestando atenção em cada palavra que eu ouvia.
— Tu ‘tá me ouvindo? — Alice se aproxima e eu saio do transe, voltando minha atenção pra ela. — O que tu ‘tá vendo aí? — tenta olhar pela tela do meu celular, mas falha.
— O que 'cê 'tava falando mesm.. — sou interrompida por ela, que pega meu celular e se levanta, indo pra longe. —Alice, meu Deus. — a menina parece ignorar tudo que eu disse, apenas abre a boca como expressão de surpresa.
— Ana, você ia me contar isso? Você sabe que uma hora eu iria ver, né? — silêncio. — Responde. — aumenta mais seu tom de voz.
— Por que você se importa tanto, Alice? — pergunto e ela cruza os braços, negando com a cabeça. — O menino só disse que me acha bonita, meu Deus.
— Mas é sempre assim, Ana! — ela diz rindo ironicamente. — Os meninos gostam de você, porque você é a ‘padrãozinho que qualquer um queria ao seu lado.
— Olha, eu quero que você saiba que eu não quero nada com esse menino, eu nem conheço ele direito. — digo, com um tom calmo, totalmente o oposto do de Alice. — Quem quer mesmo algo com ele é você, não eu.
— Você diz isso porque não sabe todas as vezes que eu me perguntei o que eles viam em você que eu não tinha! — grita e eu permaneço em silêncio. — A sua vida é perfeita, Ana. — isso não é verdade.
— É claro que ele vai te escolher, e você com certeza vai ficar com ele. — completa.
— Eu nunca faria isso com você, você é minha melhor amiga, caralho! — bufo, já perdendo o controle. — Aí agora tu vai brigar comigo por causa de um vídeo.
— Será que não faria mesmo? Se ele tentasse algo, você vai me dizer que não retribuiria? — arregalo os olhos. — Você deve sentir tanta falta da figura paterna do seu pai que precisa roubar o homem dos outros. — meus olhos marejam, sempre era assim, qualquer tipo de briga ela culpava meus pais por nunca serem presentes na minha vida, por mais que tentassem.
— Todo esse escândalo por causa de um garoto? — digo, cruzando os braços, brigar com Alice era pedir pra chorar por dias seguidos, ela jogava tudo que um dia eu já contei pra ela na minha cara. — Alice, pelo amor de Deus, você tem catorze anos.
— Você ‘tá se escutando, Ana? — ri ironicamente. — Poxa, eu só queria ter uma chance com o menino!
— E eu apoio isso, ué.
— Mas você tinha que ser tudo isso e estragar tudo. — explica e eu engulo seco.
— Aí, Alice, não enche. — única coisa que eu digo antes de ela sair e eu me acabar em lágrimas. Alice era minha única amiga mais próxima, não que eu não pudesse achar melhores, mas as nossas brigas me desgastavam cada vez mais.
Eu estava certa de que nunca mais queria ver Arthur Fernandes, nome que Alice amava falar por sinal, na minha vida. Pelo menos não por enquanto.
Por mais que talvez o problema fosse a Alice.
- gente essa alice viu, tadinha da ana to mal
- eu nao tenho nada contra o apelido da sarada ok? KAHSAKHEKWIW 🤘🤘
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mina do condomínio | Loud Thurzin.
Fiksi RemajaGraças a evolução da empresa de seus pais, Ana inicia uma vida nova, juntamente a sua melhor amiga, Alice. A vida dela, ou melhor, seus sentimentos, podem virar de cabeça pra baixo a partir de uma simples festa de "boas-vindas" para conhecer a galer...