O Arthur estava ali, no mesmo cômodo que eu.
Não era pra ele estar em São Paulo?
Eu sinceramente não sabia como reagir; Na verdade eu só queria abraçar ele e ouvir ele dizer que no fim vai ficar tudo bem.
Mas tudo que Alice disse, se repetia pela minha cabeça diversas vezes.
Antes que eu pudesse tomar qualquer iniciativa, o menino se direciona até mim, me abraçando e fazendo com que eu sinta o cheiro de seu perfume.
Não digo nenhuma palavra.
— Eu 'tava com saudades. — se solta do abraço.
— Também. — dou um sorriso sem mostrar os dentes.
Me direciono até onde Laís estava.
— Por que 'cê não me avisou que o Arthur estaria aqui? — sussurro.
— Ué, eu pensei que não tivesse problema. Você não sabia que ele ia voltar 'pra cá hoje? — sussurra de volta. Não, eu não sabia. — 'Tá tudo bem, Ana? — assinto.
— Laís me deu uma dor na língua agora, sabia? — Guilherme diz e nós rimos. — Acho que é fome.
— Fome nada, 'cê deve ter pegado uma bactéria da Alice. — o menino dá uma cotovelada nela, recebendo um tapa como vingança.
Da Alice?
— Burra do caralho, é 'pra deixar os dois pombinhos aí. — sussurra provavelmente pra que eu não escute, mas Guilherme sempre falha nessa missão.
— Ah, é, né. — ri. — 'Vamo lá 'pra cozinha. — puxa Cauã junto com ela e Guilherme acompanha eles.
— O que 'cê 'tá fazendo aqui? — ele ri.
— Que foi? Não gostou da presença do pai aqui? — cruzo os braços.
— Sua mãe tinha me dito que você voltaria 'pra passar um tempo aqui, mas eu não sabia que era tão cedo assim, só isso. — justifico e ele estende as mãos em rendimento.
— 'Calmô, gatinha. — responde. — Eu só preferi vir agora, 'tava precisando esfriar um pouco a mente, por causa de tudo que rolou lá no X1. Foi tudo uma correria e nem deu 'pra te avisar nada. — ergo as sobrancelhas, assentindo.
— Eu acho que vou ajudar eles lá, vai que a Laís corta a língua do Guilherme. — tento ir em direção a cozinha, mas Arthur me segura, fazendo nossos corpos ficarem praticamente colados.
— Eu sei que tem algo te incomodando, você quer parecer estar bem, mas na verdade não 'tá, Ana, você pode contar comigo. — murmura e meu choro se embrulha em minha garganta. — Eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente, eu fiz alguma coisa? Se foi por causa do beijo..
— Não foi isso, Arthur. — interrompo sua fala. — Até porque foi só um beijo, que não era pra ter acontecido e nós somos só amigos, né? — o menino separa nossos corpos.
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Mina do condomínio | Loud Thurzin.
Teen FictionGraças a evolução da empresa de seus pais, Ana inicia uma vida nova, juntamente a sua melhor amiga, Alice. A vida dela, ou melhor, seus sentimentos, podem virar de cabeça pra baixo a partir de uma simples festa de "boas-vindas" para conhecer a galer...