A Ana estava estranha, disso eu tenho certeza. Ela não respondeu minhas mensagens e simplesmente sumiu o dia todo, coisa que ela não faria nunca, a não ser que estivesse chateada.
Ela sempre aparecia uma vez no dia pra dar sinal da vida pelo menos.
Será que foi por causa do beijo?
— Acorda, criança. — Lzinn grita assim que abre a porta, me tirando dos meus pensamentos.
— Já 'tô de pé, fi. — respondo e em seguida Jordan entra no quarto.
— Preparado 'pra hoje, fi? — Jordan pergunta.
— Claro, claro. — me gabo. — Só espero que dê tempo de fazer tudo.
— Vai dar, Thur, relaxa. — Lzinn diz e eu assinto, me levantando da minha cama.
— Quê que 'tá pegando, hein, Thur? — Jordan pergunta.
— Nada não. — saio do quarto, indo em direção a sala, onde eu tinha deixado meu celular carregando.
Eu realmente espero que tenha uma mensagem da Ana.
— E aí, Thurzin. — Bradoock me cumprimenta com um "toca aqui".
— Fala tu, Bradoock. — tiro meu celular do carregador e me jogo no sofá.
Rolo pelas mensagens do WhatsApp, vendo que a Ana não tinha nem visualizado. Passo a mão pelo rosto e estalo a língua.
— Confortável esse sofá aqui né, Lzinn? — Jordan se joga no sofá, ficando do meu lado. — 'Tá fazendo o quê aí, Thorzin? — estica sua cabeça mais pro lado pra poder ter visão do que eu estava fazendo no celular: olhando a conversa da Ana.
— Ixi, brigou com a Ana. — Lzinn diz e eu olho pra trás, vendo que ele está em pé e de braços cruzados atrás de mim.
— Não é isso não. — estalo a língua. — A mina sumiu, cara.
— O que tu fez? — Lzinn pergunta.
— Nada, esse é o problema. — eles se encaram, arqueando as sobrancelhas. — Na verdade, eu beijei ela. — gargalham.
— Cinquenta conto, agora, bora Jon. — Lzinn dá dois toques em sua mão e eu rio.
— Poxa, Thorzin, eu apostei em você, cara. — estala a língua e entrega o dinheiro pra Lzinn. Rio fraco, negando com a cabeça e colocando o celular no meu bolso.
— Agora sim, rapaz. — Lzinn ri. — Mas se tu beijou ela, porquê ela ficou com raiva?
— Acho que não foi isso não. — Jordan diz e Lzinn concorda.
— O que foi eu não sei, mas depois tu pensa nisso, Thur. — Lzinn dá de ombros. — Só vai te deixar mais nervoso.
— Ontem 'cê não ligou 'pra ela? — Jordan pergunta.
— Sim, mas ela não atendeu.
— Ixi, tem alguma coisa aí então. — responde. — Mas tu vai ter o resto da tarde 'pra pensar nisso.
— Vai entender, né. — Lzinn dá de ombros. — Vocês que sofrem com essas coisa, porque eu não tenho ninguém. — se espreguiça e eu e Jordan reviramos os olhos.
— Aham, a gente vai fingir que não sabe da mina lá. — rio.
— Cala a boca. — estala a língua.
Tiro meu celular do meu bolso, abrindo o WhatsApp novamente e tentando ignorar o contato da Ana.
Respondo algumas mensagens do meu pai, dizendo que acordei e que eu estava bem.
E milagrosamente a Laís também tinha me mandado mensagem.
"arthur
a ana tá mto estranha
so eu notei isso?
liguei pra ela hoje de madrugada
ela atendeu mas tava td seca
vou tentar descobrir oq foi
vc não fez nada não ne?????
arthur arthud
olha que eu arranco seu grande
amigo"Tá, se ela ao menos atendeu a ligação da Laís, e ainda mais de madrugada, a Ana dorme cedo pra caramba sempre e vive reclamando do meu sono desregulado.
Talvez o problema dela seja comigo, o que me preocupa ainda mais.
Eu me entreguei completamente a ela, ela me faz muito bem, eu espero que o que a gente tem não acabe nunca.
Respiro fundo, voltando minha atenção pra os meninos, que agora mexiam em seus celulares.
Eu só preciso esquecer isso, hoje vai ser uma das noites mais importantes da minha vida, vai ser a realização de um sonho e ficar nervoso desde agora só vai piorar a situação.
— Já 'tá todo emburrado de novo, Thur? — Lzinn quebra o silêncio e eu olho pra ele, erguendo as sobrancelhas.
— 'Tô emburrado não, fi. — justifico. — Só 'tô pensando aqui em uns negócio.
— Vou ir falar com a Ana, então. — Jordan declara e eu arregalo os olhos.
— Ela não responde nem eu, quem dirá você. — rio fraco, brincando com meus dedos.
— Então para de pensar nisso, mano. — Lzinn diz como se fosse simples.
— Só se tu pagar uma pizza 'pra mim. — me espreguiço.
— Ah, vai se fuder. — estala a língua.
— Cadê o Dacruz? — pergunto.
— Depois do que tu fez no Twitter dele, ele não quer nem mais olhar na tua cara. — Lzinn responde e eu gargalho.
— Ué, se vocês não assumem o romance, eu faço isso. — dou de ombros. — Desculpa irmão, sei que 'cê ficou 'mó triste quando descobriu que era troll.
— Ei, Dacruz, ei, Dacruz, vem cá. — Jordan chama o menino que passava pelo corredor.
— E aí, dog. — me levanto e faço um "toca aqui" com ele.
— Tu 'tá fudido na minha mão, criança encapetada. — aponta o dedo e eu rio. — Quando tu der mole, eu vou assumir teu relacionamento escondido com a Ana.
— Cala a boca aí, seu ruim. — respondo, me jogando no sofá novamente.
— Ele brigou com ela. — Lzinn explica e eu arqueio as sobrancelhas.
— Briguei não. — corrijo sua fala.
— O que tu fez, dog? — Dacruz pergunta e eu cruzo os braços.
— Ele beijou ela. — Jordan vai diretamente ao assunto.
— Então o Lzinn ganhou a aposta? — ri, se sentando do meu lado.
Meu telefone começa a tocar, e eu rapidamente olho quem era: Laís.
Eu realmente esperava que fosse a Ana.
— O que foi, mísera? — digo, ao atender a ligação.
— Sem educação do caralho. — responde e eu rio. — Chamei a Ana 'pra ir pro shopping.
— Então meu cargo de segurar vela foi 'pra ela?
— Não, vou arranjar alguém 'pra ela ficar também, ué. — arregalo os olhos. Provavelmente a Ana não contou sobre o beijo pra ninguém.
— Tu vai o quê? — ela começa a rir descontroladamente e os meninos me encaram, com as sobrancelhas arqueadas. — Duvido que ela aceite fazer isso.
— 'Tô brincando, idiota. — reviro os olhos. — Deixo esse privilégio só 'pra você.
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Mina do condomínio | Loud Thurzin.
Roman pour AdolescentsGraças a evolução da empresa de seus pais, Ana inicia uma vida nova, juntamente a sua melhor amiga, Alice. A vida dela, ou melhor, seus sentimentos, podem virar de cabeça pra baixo a partir de uma simples festa de "boas-vindas" para conhecer a galer...