capítulo doze.

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Fazia mais ou menos uma hora que eu tinha chegado da escola, e graças a Deus, hoje Alice faltou, pelo menos passei um dia longe das chatices dela

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Fazia mais ou menos uma hora que eu tinha chegado da escola, e graças a Deus, hoje Alice faltou, pelo menos passei um dia longe das chatices dela.

Eu tava passando a enxergar a Alice de uma forma diferente, ou ela que tinha mudado mesmo.

Então agora, eu estava largada no sofá, fofocando com Helena, coisa que já fazia parte da minha rotina.

— Como foi por aqui enquanto eu estiver fora ontem? — Helena pergunta, enquanto varria a casa.

— O Arthur veio aqui ontem. — assisto a mulher arregalar os olhos e logo cair na gargalhada.

— Mentira que o 'gatão veio aqui ontem e eu perdi? — continua rindo e eu reviro os olhos. — As coisas só acontecem quando eu não 'tô! — choraminga.

— Veio. — respondo. — E você perdeu. Mas também, já basta o que meus pais me fizeram passar.

— Meu Deus, o seu pai! — ri mais alto ainda. — Foi tenso com ele, né?

— Tu não imagina o quanto. — respondo.

— Ah, imagino sim, minha filha. — ela diz, rindo. — Eles gostaram dele?

— Se gostaram ou não, ele continua sendo um amigo. — olho pra minhas unhas, fingindo não me importar.

— Até parece. — vem até mim e me dá um tapa fraco no ombro. — Esse menino escolheu o melhor dia 'pra vir. — ri.

— Ele é só um amigo! — deixo claro e ela me encara.

— Não 'tô nem acreditando. — diz depois de um tempo calada e volta a rir novamente. — Depois dessa vou até levar a Mel 'pra passear. — a cachorrinha estava correndo pela sala. Rapidamente cogito a possibilidade de levar ela pra passear, já que eu estava entediada e queria fugir das perguntas de Helena também.

— Que isso, Heleninha linda, você deve estar cansada, né? Deixa que eu levo! — digo, pegando a coleira da Mel pra passear com ela. — ‘Tô sem nada ‘pra fazer mesmo. 

— É mesmo? — assinto e ela ri, pegando a cachorrinha. — Então, oh, cuidado, viu? — coloca Mel que estava em seus braços, no chão.

— Relaxe, relaxe, vou tomar cuidado.

— Tu 'tá querendo é passar na casa de uma certa pessoa aí, né? — reviro os olhos, negando com a cabeça e me abaixando para ficar na altura da Mel. — Prende essa coleira direito, porque com um passo a Mel te leva pro chão. — completa sua fala e eu rio, enquanto colocava a coleira na cachorrinha, que estava com a língua pra fora, animada pra sair. 

— O Lucas ‘tá melhor? — pergunto, tentando mudar de assunto e segurando a alça da coleira. — Qualquer dia desses quero ir visitar ele, viu? — ri fraco e eu me levanto.

— ‘Tá melhor sim! — ela diz, aliviada. — Um dia eu levo, mas vou logo avisando que minha casa é humilde, dessa casa a única coisa que dá ‘pra comparar, é a casinha da Mel. — gargalho. 

— Você sabe que eu não ligo ‘pra isso! — digo, andando em direção a porta. — ‘Tô indo, viu? Beijo, Helena. — Helena manda um beijo pro ar e eu saio. 

— Mel, minha filha, se acalme. — digo, conversando com a cachorra enquanto ela praticamente me puxava pra que eu andasse mais rápido.  — Mel, pelo amor de Deus. — ela corre, fazendo com que a alça se soltasse do meu braço.

Pelo menos a gente ainda estava em frente da casa da Laís, coisa que não duraria muito tempo caso eu não corresse atrás dela. 

— Que merda. — bufo, sem conseguir alcançar o animal de estimação, que continuava correndo. — Ah, não, Mel, pelo amor. — a cachorra vai em direção ao portão da casa ao lado da de Gui, baita boa impressão que eu vou causar nesse vizinho.

— Opa, boa tarde. — me deparo com Arthur, que estava com Mel nos braços no portão de sua casa. Como assim ele morava só em duas casas de diferença da minha? — É tua? Como eu não vi ela ontem? 

— Ela só vive dormindo — digo, rindo e me aproximando dele pra pegar a cachorrinha. — Vem, Mel. — tento pegar a cachorra, mas falho.

— É, pelo visto ela gostou de mim. — ri convencido, me entregando a cachorrinha.

— Não deixa ele muito convencido, não, viu, Mel? — converso com a cachorra e ele cruza os braços, erguendo as sobrancelhas. — Se não ele se acha.

— Sai fora, Ana.  — ri. — Põe a cachorra no chão, não, do jeito que tu é, ela foge de novo. 

— Agora deu ‘pra me insultar? — ergo as sobrancelhas e ele dá um sorriso sem mostrar os dentes, negando com a cabeça. — ‘Vamo, Mel, já aprontou demais por hoje.

— Espero que a gente possa se ver mais vezes, Mel. — se aproxima, acenando pra a cachorra. — Mas, oh, traz tua dona também. — sussura, mas em um tom que eu consigo escutar. 

— Tchau, Arthur! — coloco a cachorra no chão e saio andando, enquanto ele gargalha. É, Helena, no fim, eu passei na casa dele.

[...]

— Helena, cheguei. — digo, ofegante, assim que passo pela porta. — Helena? — fecho a porta, tirando a coleira da Mel.

— Oi, Aninha! — ela aparece na sala, enquanto seu telefone toca e ela rapidamente atende. — Sim..Bruna, é sério? Aí meu Deus..Ela vai amar, com certeza..obrigado por avisar, viu? — ela aparentava estar feliz. Eu apenas arqueio as sobrancelhas.

— O que era? — me sento no sofá, desbloqueando meu celular, onde tinha uma mensagem do meu pai, na qual não dou muita importância em ver. — Meu pai comprou mais algum imóvel? — geralmente essa era o tipo de notícia que me comunicavam. 

— Não, sua boba! — ela diz, se sentando do meu lado. — Hoje seus pais vão jantar com você! — dou um sorriso, de fato, o costume era eles chegarem tarde e saírem cedo o suficiente pra quando eu acordasse eles não estivessem aqui. 

— É sério? — digo e ela assente. — Eu espero que todos os dias sejam que nem esses. — minha vida estava melhorando, finalmente.

Ter uma boa relação com meus pais como antes, com certeza estava longe da realidade, principalmente depois que a empresa foi criada, e eu queria tanto que isso se reconstruísse.

— Eu espero que eles reconheçam toda falta que você sente deles e mudem! — ela diz e eu mordo os lábios, olhando pro chão. — Vai dar tudo certo, Aninha. — acaricia minhas costas. 

— É, eu espero.

Mina do condomínio | Loud Thurzin. Onde histórias criam vida. Descubra agora