Todo esse tempo, eu tentei de todas as maneiras me aproximar de Arthur, mas ele nunca dava brecha e eu já tava ao ponto de me humilhar por isso.
Eu quis me moldar, eu quis ser perfeita, eu quis ser a Ana.
Por que é tão fácil pra ela? Por que sempre preferem ela?
Mas talvez não fosse culpa dela, a culpa sempre é toda minha.
A verdade é que esse tempo todo, eu me aproximei da Júlia fingindo que ela era a Ana, eu até tentei fazer com ela coisas que eu fazia antes.
— Licença. — Tereza, a mulher que trabalha aqui em casa, abre a porta, dando dois toques antes. — Desculpa, Alice, mas é que tem um coleguinha seu aqui.
— Oi, feiosa. — tenho visão de Guilherme com um sorriso no rosto.
Como Arthur iria fazer trabalho na casa da Ana, assim como havia dito, Guilherme se ofereceu pra me ajudar, já que seu amigo praticamente empurrou ele pra essa missão.
Tereza apenas encara o menino, rindo. Ela é uma pessoa de bom coração e que pode ser uma boa amiga, mas nem deve se comparar a Helena, sempre falam tão bem dela.
Claro, tudo que é da família da Ana ou dela é perfeito.
Talvez seja porquê os pais dela nunca trataram nenhuma das moças que trabalhavam na casa deles como uma simples empregada, diferente dos meus.
— Oi, Gui. — abraço o menino que deixa um beijo na minha bochecha. — Eu quis sua ajuda 'pra configurar algumas coisas do meu computador. — me solto do abraço.
Eu tinha comprado um notebook novo recentemente, e eu parecia idosa mexendo nessas tecnologias.
Geralmente quem me ajudava era a Ana, por mais que ela também não soubesse muito, passávamos a tarde inteira rindo com qualquer coisa que apertávamos achando que daria algum vírus.
Consequentemente, o menino entrou em meu quarto e Tereza fechou a porta do quarto, nos deixando à sós.
— Eu sei que eu não sou o Arthur, mas acho que serve, né? — forço um sorriso sem mostrar os dentes, assentindo.
Eu sabia que Guilherme gosta de mim, só que eu não consigo sentir o mesmo.
Ele é tão legal comigo, mesmo sabendo dos meus sentimentos por Arthur.
— É, mas deixa o Arthur 'pra lá, agora ele 'tá fazendo trabalho com a minha melhor amiga, ou antiga melhor amiga. — respiro fundo. — Acho que a Ana não quer nem olhar na minha cara. — me sento em minha cama.
— Ei, Ali, não se preocupa com isso. — ele se senta ao meu lado, olhando nos meus olhos.
— A Ana se importou com o que eu sentia, ela se afastou do Arthur exatamente como eu pedi, 'pra que eu pudesse ser feliz. — falo depois de um tempo calada e coloco a mão na testa, me xingando mentalmente. — E eu nunca fiz isso por ela.
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Mina do condomínio | Loud Thurzin.
Teen FictionGraças a evolução da empresa de seus pais, Ana inicia uma vida nova, juntamente a sua melhor amiga, Alice. A vida dela, ou melhor, seus sentimentos, podem virar de cabeça pra baixo a partir de uma simples festa de "boas-vindas" para conhecer a galer...