Arthur insistiu e eu acabei dormindo dormindo na casa dele, então agora eu estava na cozinha, lavando alguns pratos e Valéria estava tirando a mesa do café da manhã.
Arthur estava se organizando, já que teria que ir pro aeroporto daqui uma hora.
— Tia, eu lavei o restinho de louça aqui. — digo, ao ver a mulher trazer alguns pratos. — Se quiser, eu posso lavar esses daí também.
— Ô, minha querida, precisa não. — dá um sorriso e eu assinto, saindo.
Logo vou em direção a sala, onde Arthur estava, com a cara no celular e com sua mala.
— Já 'tá pronto? — ele assente, rindo. — Posso pegar teu carregador rapidinho só 'pra dar um sinal de vida 'pra minha mãe? — meu celular estava descarregado desde ontem, pois eu e Arthur pegamos no sono sem nem perceber.
— Meu Deus, o carregador. — arregala os olhos. Provavelmente ele tinha esquecido de colocar na mala. — 'Tá lá no meu quarto, busca lá.
Subo as escadas, indo em direção ao quarto do menino e encontrando seu carregador jogado na cama. Apenas nego com a cabeça, pegando meu celular e conectando ele no carregador.
Meu celular estava cheio de mensagens, inclusive da Alice, coisa que eu fiquei lembrando o tempo todo ontem, até o Arthur percebeu, mas eu não contei nada sobre.
Minha mãe havia me mandado uma mensagem, pedindo pra que eu voltasse pra casa depois de tomar café da manhã, e como eu já tinha feito isso, iria pra casa agora.
— Gatinha? — ouço a voz de Arthur e logo me viro para trás, tendo a visão do menino encostado na parede da porta.
— Vou ter que ir 'pra casa. — digo e ele vem em minha direção, e eu apenas arqueio as sobrancelhas.
— Não 'tá esquecendo de nada não? — cruza os braços e eu reviro os olhos.
— Tchau, Arthur, boa viagem. — rio, tentando sair do lugar, mas sou impedida pelo menino, que me puxa pela cintura.
Ele junta nossos lábios em um beijo calmo e uma eletricidade percorre o meu corpo. É, o toque dele.
Ele estava com suas mãos em minha cintura, acariciando o local e eu estava fazendo o mesmo em sua nuca.
— Mãe, acho que ele não 'tá aqui não. — ouço uma voz masculina e logo tento me afastar, mas quando me viro já tenho visão do irmão de Arthur, com os olhos arregalados. — Desculpa, desculpa, já 'tô saindo. — ele estende as mãos em rendimento, se retirando. Merda.
Eu estava passando as mãos em meu rosto, enquanto Arthur apenas ria da situação. Idiota.
Só quero saber com que cara eu vou olhar pra ele quando eu for sair.
— Que foi, cara? — ele pergunta, ainda rindo. — Se ele contar 'pra alguém, eu conto umas coisa dele também, relaxa. — dá de ombros e eu reviro os olhos.
— Agora falando sério. — abraço ele. — Boa viagem, amo você. — beijo sua bochecha e ele dá um sorrisinho.
— Valeu. — se solta do abraço. — Também te amo, quando eu chegar lá eu te ligo.
εïз
Minha casa estava com um barulho altíssimo que dava pra escutar do lado de fora, de uma música que com certeza não foi Júlia que colocou, era Olivia Rodrigo, deusa.
Mas com certeza quem aumentou o volume foi a Júlia.
— Meus ouvidos estão me matando. — minha vó resmunga ao abrir a porta e eu rio.
— Vovó, mamãe ligou. — Lorenzo aparece ao lado da mais velha, entregando seu telefone a ela. — Oi, Aninha! — acena pra mim.
— Oi. — dou um sorriso, entrando pra dentro de casa e em seguida minha vó põe o celular no ouvido, fechando a porta.
— Good for you, you're doin' great out there without me, baby, God, I wish that I could do that. — cantam em uníssono. O som vinha do meu quarto. Dou de ombros e apenas me direciono até a cozinha onde meu pai mexia no celular e o forno saia fumaça.
— Pai, meu Deus. — ele olha pra mim, com as sobrancelhas arqueadas. — O forno. — falo em um tom mais alto por causa da música, apontando para o local e ele arregala os olhos, soltando o celular na bancada e colocando uma luva.
— Meu Deus, sua mãe vai me matar. — estala a língua e eu rio. — Ela mandou mandou ficar olhando o bolo, mas aí a Bruna me ligou dizendo umas coisas que me deixaram meio aflito e eu me distrai. — tira uma forma de bolo do forno. O bolo estava completamente queimado e isso era notável
— Que coisas? — pergunto e ele põe o bolo na bancada.
— Nada não, filha, nada não. — dou de ombros, pegando o celular dele. — Me dá meu celular aí. — seca a testa com o braço. A música fica cada vez mais baixa, indicando que provavelmente tinham desligado e eu respiro aliviada por isso.
— Pai, Paulo Trabalho Tim 'tá mandando mensagem. — leio nas notificações que ele tinha, rindo.
— O que ele quer? — pergunta, olhando fixamente pra mim.
— Reunião de onze horas 'pra ver questão de substituição da.. — ele tira o celular da minha mão.
— Obrigada por me avisar sobre o bolo. — olha algo em seu celular. — Mas pode ir. — ele tá escondendo alguma coisa da minha mãe e de mim, eu tenho certeza. Ele sempre ficava desse jeito, estranho.
— Heitor, a Cecília chega daqui a pouco, ela me ligou agorinha. — minha vó entra na cozinha com Lorenzo nos braços. — Vou passear com essa criança aqui. — pega a chave de seu carro no chaveiro, abrindo a porta.
— 'Tá bom, 'tá bom. — diz, sem nem tirar os olhos do celular, ele parecia frustrado. Minha avó pisca de lado e sai, fechando a porta.
— 'Pra onde ela foi? — pergunto.
— Foi pegar alguns papéis na empresa, nada demais. — rói suas unhas. — Filha, você já agiu por impulso? — arqueio as sobrancelhas com sua pergunta.
— Já, eu acho que é normal, né? Todo mundo erra e.. — dou uma pausa e olho pro chão, brincando com meus dedos. — Aconteceu alguma coisa?
— É que.. — o volume da música é aumentado novamente e eu bufo, batendo os pés. Odeio barulho.
— Vou lá acabar com essa festa da Júlia. — ele assente.
Apenas saio da cozinha e me direciono até meu quarto, abrindo a porta na maior velocidade possível. Ninguém merece.
— Abaixa isso, caralho. — grito. — Alice?
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Mina do condomínio | Loud Thurzin.
Teen FictionGraças a evolução da empresa de seus pais, Ana inicia uma vida nova, juntamente a sua melhor amiga, Alice. A vida dela, ou melhor, seus sentimentos, podem virar de cabeça pra baixo a partir de uma simples festa de "boas-vindas" para conhecer a galer...