"Yours forever, D.M."

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16 de Julho de 1997

Haviam corpos empilhados, Draco podia contá-los nos dedos e os observava por detrás de seu padrinho. Comensais da Morte rodeavam a pirâmide de sangue cheios de expectativas, um deles, Dolohov, segurava a varinha direcionada para os corpos e em sua extremidade uma pequena chama dançava.

- Isso é ... - Draco sussurrou, procurando palavras que pudessem descrever aquela cena macabra.

- Incêndio! - Dolohov bradou.

Os olhos de Draco se arregalaram por instinto, cheios de horror enquanto os via queimar. Sem querer, ele reconheceu um dos rostos que eram lambidos pelo fogo: Alastor Moody. O bruxo que o transformou em uma doninha em seu quarto ano humilhando-o diante do "Trio de Ouro" agora queimava em seu jardim. Viu seu olho mágico cair e imediatamente a bile subiu, lhe causando uma ânsia audível. Draco se curvou pondo as mãos sobre os joelhos, mas não havia nada em seu estômago que pudesse pôr para fora.

- Recomponha-se - Snape resmungou, olhando-o por sobre o ombro.

Draco balançou a cabeça em negação, queria dizer a ele que o se passava com ele era involuntário. Humano, no mínimo. Mas o padrinho o agarrou pela capa e o puxou para cima, obrigando-o a encará-los de novo. O medo de reconhecer mais alguém ali o apossou de uma maneira absurda e Draco levou as mãos ao cabelo, transtornado.

- Preciso sair daqui - Grunhiu.

- Saia e vai acabar como eles - Snape respondeu.

Draco engoliu a seco, olhando ao redor para ver se mais alguém percebeu a sua crise. Seu olha se cruzou com o de seu pai, que com uma expressão de esgar empinou o queixo para o mais novo e logo em seguida desviou suas orbes azuis para as labaredas. Ele viu, logo ele. Draco queria espernear, essa era exatamente a sua vontade, se lançar ao chão e berrar como quando era apenas uma criança. As palmadas eram menos dolorosas do que ver as chamas acabando com os resquício de que aquelas pessoas um dia existiram.

20 de Julho de 1997

Uma bolha, essa era a descrição exata para o que - com dificuldade - enxergava. Não conseguia avançar um passo sem ser lançado para trás, e aquela deveria ser sua vigésima tentativa em trezentos e sessenta graus. Dali a única coisa que era capaz de ver da casa dos Weasley's era uma chaminé.

- Isso é inútil - Goyle resmungou.

Pensou que pudesse vê-la de longe mais uma vez, mas se enganou. Sua ideia parecia cada vez mais ridícula.

- Pelo menos sabemos que é lá que Potter se esconde - Draco replicou.

- Não sabemos isso - Goyle, como sempre, discordou - É óbvio demais, você não acha?

- Exatamente, é óbvio demais.

- Vamos embora.

Draco se afastou para olhar a chaminé mais uma vez e com um suspiro resignado decidiu seguir Gregore.

. . .

- A proteção com certeza vem do Ministério da Magia - Draco especulava em sua cama.

Era meio óbvio para ele e as conversas que ouviu começavam a parecer mais verídicas. Logo não seria mais um problema, uma vez que estavam prestes a reivindicar o Ministério também. Incapaz de pegar no sono ele se levantou e apanhou um pedaço de pergaminho dos vários que se acumulavam em sua escrivaninha, pegou uma pena mágica e se acomodou no chão gelado mesmo para que pudesse escrever. Passou alguns segundos encarando o papel, sem saber por onde começar, mesmo sabendo que nunca chegaria à ela ou que, se chegasse ela rasgaria aquele pergaminho assim que soubesse que ele é quem escreveu.

Escolhas Irreversíveis - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora