Insane Discoveries

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10 de Março de 1997

Draco saiu de um banheiro masculino em um corredor do segundo piso, afrouxando a incômoda e obrigatória gravata verde de sua casa e deu poucos passos até Blásio Zabini, que o esperava recostado à parede, com uma mochila em cada ombro.

- Você parece péssimo, cara - O moreno comentou.

- Eu me sinto péssimo - Draco murmurou em resposta, pegando sua mochila de couro de dragão e colocando-a sobre o ombro.

Os dois passaram a caminhar lado a lado, rumando para as escadas. Estavam indo estudar no Salão Principal, tinham uma hora livre até o almoço e ambos não conseguiram pensar em nada melhor para fazer senão se ocupar com seus deveres escolares.

- Isso tem a ver com a ...

- Não diz o nome dela - Draco o cortou com rispidez.

Blás parou de andar, Draco deu mais alguns passos e parou também, percorrendo a mão por seu cabelo.

- É a minha imaginação ou você ...? - Zabini começou a indagar às costas do amigo mas se deteve, receoso.

Draco virou-se unindo as sobrancelhas e com uma carranca nada amistosa, o desafiou a prosseguir:

- Eu o que?

Sabia o que Zabini ía dizer e não estava com saco para a sua conclusão errônea.

- Ela não quer mais conversar com você. E daí?! - Ele abriu os braços, deixando-os escorregar logo em seguida - Até pouco tempo atrás ela ainda era só a Granger, o que mudou? Porque você se importa, Draco? - Blásio o bombardeou com incógnitas.

- Fala baixo seu imbecil, alguém pode te ouvir!

- E daí? - Zabini volveu a dizer.

Seu sangue ferveu, sem saber a razão da cólera que o apossou ele avançou em passos rápidos em direção à Blás, parando cara a cara com o amigo.

- Você quer mesmo começar uma discussão?

- Se é o que é preciso para você admitir essa merda, sim, vamos discutir.

Draco riu pelo nariz, sem humor.

- Eu não sei, realmente não sei o que você quer ouvir de mim.

- Você podia começar com a verdade.

- Droga! Que verdade?! - Draco ergueu a voz - Tudo mudou, Zabini! Ela viu o meu pior e ainda assim me deu a mão, ela quem me deu esperança de que há alguma coisa por aí que valha à pena além dessa droga de ser um ... - Ele parou, com raiva, e inspirou profundamente para retomar o que dizia - Eu não tenho mais respostas do que você.

- Você tem, mas se recusa enxergar. - Blás cruzou braços, encarando-o com seriedade. - Ao menos se ouviu agora?

Draco passou a mão por seu rosto, exasperado. Que merda era aquela? Os neurônios de Zabini, definitivamente, não estavam funcionando como deveriam. Insinuações absurdas, para Draco, que se recusava em seu âmago à sequer assimilá-las, que dirá tomá-las como convictas.

- Somos amigos, ok? Ou pelo menos éramos. Mas apenas isso.

Dizendo isso, ele virou-se seguindo para as escadas novamente. Pôde ouvir os passos do amigo logo atrás de si. Enquanto desciam os degraus, Draco só conseguia se amaldiçoar em pensamentos. Deveria ter pulado da Torre naquele dia, deveria ter mandado-a para o inferno e nunca, jamais, ter dado espaço para ela em sua vida.

Escolhas Irreversíveis - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora