Planting Stupid Ideas

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20 de Setembro de 1996.

No decorrer da semana Draco se empenhou em sua missão. Mesmo sendo o começo do ano letivo ele precisava dar um passo. As coisas estavam calmas, mas sabia que Voldemort não era do tipo que espera pacientemente. Cada período livre ele corria para a biblioteca, os livros se acumulando em seu dormitório. No fim do dia pegava dois ou três livros e se refugiava na Torre de Astronomia. Precisava aprender depressa e concentrar-se, não era algo que ele conseguiria com Blás e Nott tagarelando em seus ouvidos. Na Torre era mais tranquilo, ninguém subia até lá, era silencioso e a brisa do crepúsculo era relaxante.

Era sexta da terceira semana de aula e Draco estava mais uma vez em seu refúgio. Draco passou tanto tempo absorto em sua leitura que só se deu conta de que não estava sozinho quando a viu passar pela visão periférica. Ergueu a cabeça devagar, seus olhos acompanharam a garota se aproximar da grade da Torre e se debruçar sob a mesma. Ela inspirou e expirou, uma única lágrima escorreu por seu rosto.

- Você não vai se suicidar, vai? - Draco disse, soando esperançoso.

Granger que até aquele momento não estava ciente da presença dele assustou-se e se virou em um rompante, batendo com as costas contra a barra de ferro do parapeito.

- Se for, posso te dar uma mãozinha. - ele ofereceu zombeteiro.

Irritada, Granger apenas estreitou seus olhos para ele e se virou para grade novamente, dando-lhe as costas.

- Eu estou estudando aqui. - Draco disse acre, convidando-a subliminarmente a retirar-se.

- Bom para você. - ela replicou com rispidez, sem olha-lo.

Draco reprimiu um grunhido.

- Você não vai sair?

- Não é obvio?

Em vez de retrucar e começar uma briga, ele levantou-se apanhando seus livros e em passos pesados deixou a Torre.

Draco chegou em seu dormitório nervoso. Atacou seus livros no chão, deixou-se cair em sua cama e tapou os olhos com o braço, pensando que não deveria ter saído da Torre. Andava tão cheio de tudo que não quis brigar com ela naquele instante, por mais contrariado que estivesse sentindo-se. Além de que, ela não parecia estar melhor do que ele. Isso por alguma razão que Draco desconhecia atiçou sua curiosidade; ele queria saber o que a levou até a Torre, o que havia provocado seu choro. Passou a mão por seu cabelo como se pudesse dispersar seus pensamentos. E daí que ela não estava bem? De qualquer modo ele não se importava.

. . .

- Recebi uma carta do meu pai essa tarde. - Blás disse como quem não quer nada. - Sua mãe pediu para avisar que ela esta proibida de mandar cartas a você. - acrescentou em voz baixa, para que somente Draco o ouvisse.

O loiro parou com seu copo de suco de abobora a meio caminho da boca. O pai de Blás era um dos Comensais hospedados na Malfoy Manor, seu amigo devia saber o que estava acontecendo com Draco e sua mãe, mas nunca comentou nada com ele até aquele momento. Draco bateu o copo na mesa e virou-se para Blás, consternado.

- Proibida? - sua voz saiu mais alta do que pretendia.

Blás olhou rapidamente ao redor e Draco o imitou, ninguém prestava atenção a eles. Mesmo com o salão abarrotado de alunos como sempre ficava durante o jantar.

- Não pira. - Blás chiou - Está tudo bem com ela.

- Se esta mesmo tudo bem com ela como você diz porque diabos ela não pode escrever para mim? - Draco sibilou, perdendo a calma.

Escolhas Irreversíveis - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora