Fear

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27 de Fevereiro de 1997

De uma das mesas da sala de aula de Poções, a qual dividia com alguns Sonserinos, ele à observava, enervado. Embora quisesse e precisasse desculpar-se com ela por seu desprezível impulso, a cena que presenciava o abstinha de dar o primeiro passo: há uma mesa de distância, Hermione misturava o conteúdo de seu caldeirão e ria de alguma coisa estúpida que Potter, Weasley, ou Finnigan dissera, o último devorando-a com os olhos. Draco não conseguia explicar para si mesmo de onde vinha seu anseio violento de arrancar cabeça de Seamus Finnigan do pescoço, tampouco conseguia livrar-se da sensação que comprimia seu estômago. Com um suspiro de desgosto, ele apanhou as pequenas fatias de casca de Wiggentree que repousavam sobre a mesa e as lançou dentro do caldeirão, elevando uma parede de vapor e respingando o líquido em si e em seus colegas; Theodore e Goyle resmungaram palavrões, Parkinson pulou para trás com um grunhido de asco, à medida que Zabini apenas arqueou uma sobrancelha para Draco.

- Vocês vão sobreviver - Foi o mais próximo de um pedido de desculpas que os Sonserinos receberam do rapaz de olhos cinzas.

. . .

Quando a aula acabou, Draco dispensou a companhia dos amigos - que deixaram a sala com olhares curiosos direcionados a ele -, e permaneceu à mesa. Seus olhos não desgrudaram de Hermione, que acenou em despedida para os amigos, bagunçou o cabelo de Finnigan - que deixou o lugar sorrindo de orelha à orelha -, e colocando a mochila nos ombros dirigiu-se até a mesa de Slughorn. Draco guardava suas coisas vagarosamente, à espera. Sabia que ela sempre procurava os professores depois das aulas para absorver um pouco mais de conhecimento, quase como se quisesse que o período 45 minutos perdurasse. Depois de alguns segundos de ansiedade, ele a ouviu despedir-se de Slughorn e logo em seguida sem reparar em sua presença, Hermione saiu para o corredor. Draco empurrou o resto de suas coisas para sua mochila sem se preocupar com o estrépito de algo se quebrando lá dentro, colocou a alça por sobre um ombro só e em passos rápidos a seguiu. Forçando sua passagem através da muvuca de alunos, ele levou alguns segundos para alcançá-la, subindo a escada de pedra das masmorras, onde segurou em seu braço refreando seu avanço. Primeiro ela olhou para a mão que deteve seu andar, depois seus olhos se cruzaram com os dele, cheios de uma acusação merecida.

- Eu sou um imbecil. - Draco se apressou em dizer.

- Precisou de 24 horas para se dar conta do óbvio?

Draco esboçou um sorriso de desculpas.

- Podemos conversar?

Hermione olhou para cima, para o piso superior e o olhou novamente, impassível.

- Olha, Hermione, eu não ...

- Achei você! - Uma voz conhecida disse às suas costas, calando-o.

Draco olhou por sobre o ombro, deparando-se com Pansy Parkinson e seu sorriso de escárnio.

- O que você quer?

- Nossa, olá para você também! - Pansy riu como quem conspira, subiu no degrau onde ele a encarava desconfiado e em seguida se apoiou em seu ombro para sussurrar ao pé do ouvido: - Estava com saudades, Draco.

Hermione pigarreou, desconfortável, e - inconscientemente - revirou os olhos no exato momento em que Parkinson se virou para olhá-la.

- É impressão minha ou isso - Pansy gesticulou para si mesma e para Draco - à incomoda?

Surgiu um silêncio, breve e incômodo. Quando Pansy viu que Granger não responderia, se apressou em destilar o seu veneno:

-Que curioso, Granger ... Você não concorda, Draco?

Escolhas Irreversíveis - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora