The Last Choice

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02 de Maio de 1998

Draco corria com Hermione pelos corredores, tentando permanecer com as mãos unidas em meio ao caos de alunos que também corriam para todos os lados.

Era madrugada quando o mundo bruxo pareceu explodir sobre a cabeça de Draco.

A invasão começou.

Podia ver através dos vidros da escola que os Comensais conseguiram quebrar a barreira que envolvia Hogwarts. Ele e Hermione pararam por um breve momento e se olharam. Havia medo e ansiedade em ambos os olhos. Por um segundo Draco pensou que não deveriam ter saído daquele armário de vassouras. O céu escuro brilhava com pequenas linhas verdes e vermelhas, caindo vagarosamente. Cercados por estrondos, lampejos e berros, Deaco apertou os dedos dela nos seus, trêmulo. Nunca seria corajoso o suficiente e isso acabava com ele.

— Onde vocês se meteram? — Uma voz conhecida se sobrepôs aos sons de desespero que ecoavam pelo castelo.

Draco e Hermione viraram-se em um rompante, deparando-se com Harry e Ronald. Hermione mordeu seu lábio inferior, quase culpada.

— Não importa — Potter desconversou, apressado — Rony teve uma ideia.

— Precisamos ir à Câmera Secreta— Weasel disse, dirigindo-se a Hermione.

Hermione se acendeu, como se algo lhe ocorresse também.

— Brilhante!

Ronald Weasley sorriu, e Draco não gostou nem um pouco. Sagaz, ele percebeu que havia algo a mais por trás da ideia do Weasel, mas não queria brigar. Ainda não.

— Então vamos logo — Weasley disse, dando um passo em direção às escadas.

Hermione olhou para Draco, que correspondeu seu olhar e com um discreto ascentir de cabeça concordou eu deixá-la ir sem ele. Ela se pendurou em seu pescoço e o beijou apaixonadamente. Draco a apertou contra seu corpo, como se pudesse manter-la ali para sempre. Mas não podia. Hermione separou os lábios do dele, sem afastar-se completamente, e sussurrou:

— Voltarei para você o mais rápido possível.

Draco colou sua testa à dela e com a voz rouca pelo turbilhão de emoções que o assolava, disse:

— Estarei bem aqui.

Dito isso, ela desvencilhou-se de Draco, demorando-se alguns segundos. Para ele, os segundos mais cheios de significado do que uma vida inteira. Por fim, ela saiu com Ronald Weasley ao seu lado, rumo ao terceiro andar. Ele quase correu atrás dela, quase. Seu estômago se revirou e a bile ameaçou subir. Sua boa secou de repente. Malfoy percorreu uma mão pelo cabelo, a sensação era de que perdia o controle de seu próprio corpo.

— Não se preocupe, ela sabe se cuidar. — Potter o arrancou de seu quase colapso. — Mais do que todos nós juntos, confia em mim.

Draco olhou para o rapaz que por tantos anos havia sido o seu inimigo e não conseguiu sentir raiva, repulsa, nem nada semelhante. Inacreditavelmente, ele estava disposto a colocar o seu último resquícios de esperança sobre Potter.

— Precisa de algo? — Malfoy se ofereceu, um pouco hesitante.

— Honestamente, preciso que me ajude a encontrar uma coisa.

. . .

A Sala Precisa era a mesma de quando precisava consertar o armário sumidouro. E por um instante, Draco realmente considerou sair correndo de lá. Tremores involuntários surgiram em suas mãos e ele cerrou os punhos, tentando conte-los. Era como reviver o pesadelo, trazer à tona tudo o que resolvera deixar para trás.

Escolhas Irreversíveis - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora