26 de Março de 1997
— Finalmente achei você! — A voz de Blás o acordou.
Draco ergueu a cabeça da mesa devagar e olhou ao seu redor com sonolência. Reconheceu o lugar escuro como a Sessão Reservada do imenso acervo da escola e suas sobrancelhas se uniram.
— Que horas são? — Foi a primeira coisa veio à sua cabeça.
Não saberia dizer pela iluminação, ali era sempre escuro, como se houvesse uma aura negra envolvendo e escondendo os livros malignos que o lugar guardava. Provavelmente era madrugada, caso contrário alguém o teria pego.
— É quase uma hora — Respondeu o amigo — Vamos logo, pode aparecer alguém.
Droga, como diabos havia ido parar lá? Não conseguia se lembrar. Um pouco zonzo, Draco afastou a cadeira com um ruído que soou como uma bomba em meio ao silêncio - o que fez ambos franzir o cenho -, e se colocou em pé, espreguiçando-se em seguida.
— Não consigo me lembrar de como cheguei aqui — Draco murmurou, mais para si mesmo.
Olhou para a mesa em que esteve e reparou que havia um livro sobre a mesma, grosso e de capa verde escura, virado para baixo. Inclinou-se e apanhou o livro, virando-o em suas mãos para que pudesse ler o título.
“Venenos Irredutíveis”
Seu coração descompassou.
— Porra, vamos Draco! — Blásio o acelerou, parecendo nervoso.
— Como você me achou? — Draco quis saber, volvendo suas orbes para o moreno.
— Podemos sair daqui primeiro? — Zabini suspirou, sem paciência.
Draco o encarou por mais alguns segundos, e por fim, passou por ele, rumando para a saída com o livro ainda em suas mãos, sendo seguido por Blás.
— Tá, agora me diz como sabia que eu … — O loiro começou assim que passaram por Madame Pince, que lia algo, distraída, alheia a presença dos meninos.
— Tava procurando você, seu porra, desde a primeira aula. Como Granger disse que não viu você, pensei que você deveria tá … — Zabini hesitou — Bom, você sabe, cumprindo ordens.
Draco engoliu à seco e aquiesceu com a cabeça. Ainda não haviam conversado sobre ele ser um Comensal, não de modo explícito. Zabini nunca o pressionou e ele agradecia por isso.
— Porquê tá me procurando?
— Na verdade não sou eu, exatamente. Snape pediu para avisá-lo que deve ir à sala dele depois do almoço e como o almoço tá rolando bem agora ...
— Saco — Draco chiou.
. . .
Seu olhar se cruzou com o de Hermione, era inevitável, uma vez que ele não desviava o olhar da menina. Queria ignorar o ciúme que ameaçava o seu bom senso novamente mas Ronald Weasley não parava de cutucá-la para conversar. Mal almoçou. A apreensão pelo o que Snape poderia querer com ele mesclado a sensação horrorosa de que a qualquer hora Hermione daria um pé em sua bunda havia acabado com a sua pouca vontade de comer. Hermione deu um pequeno sorriso e balançou a cabeça em negação como se pudesse ler os seus pensamentos. Que impasse! Fazer Weasel engolir goela abaixo que Hermione era mais que apenas sua amiga versus acabar de vez com a relação que mal começara e não correr o risco de Voldemort descobrir. Cansado do seu próprio masoquismo, Draco se levantou recebendo olhares de alguns colegas e com passadas rápidas se dirigiu para a saída do Salão Principal, sem olhar para tŕas ou, para ela.
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Escolhas Irreversíveis - Dramione
أدب الهواةEscolhas não são fáceis. Algumas, por exemplo, são irreversíveis. Draco Malfoy, mais do que qualquer um sabia bem o peso de uma escolha errada. × × × ® FANFIC TAMBÉM EM ANDAMENTO NO SS. ™ IMAGEM POR Lilith2206_AI