Uncertain Future

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20 de Março de 1998

Hermione usava uma camiseta pavorosa com o brasão de sua casa em Hogwarts e ainda assim conseguia ser a bruxa mais linda do mundo. Ela estava sentada sobre sua cama provisória, defronte a Draco, com as pernas envolvidas ao redor do quadril dele. Os dias ali eram rápidos, breves como um piscar de olhos, e a cada 24 horas concluídas Draco se pegava mais apreensivo que o dia passado.

– Você precisa conhecer um cinema, Draco – Hermione insistia.

– Ainda não faz sentido pra mim – Draco replicou.

E realmente, ele não havia compreendido bem qual era a proposta de um "cinema" embora Hemione explicara mais de uma vez e depois tagarelou por horas - pelo menos pareceram horas - sobre o seu filme preferido: "Shakespeare Apaixonado".

– Irá fazer quando conhecer algum – ela disse com absoluta convicção – será o primeiro lugar que iremos quando isso acabar.

– Quando isso acabar não vamos sair do quarto nos próximos cinco meses – Draco disse com malícia,   puxando-a para cima de seu colo.

Hermione riu e revirou os olhos, um pouco ruborizada. Ele adorava que ela ainda se envergonhasse sempre que ele fazia insinuações como aquela.

– Claro, porque o próximo objetivo depois de derrotar você-sabe-quem é trazer mais um Malfoy para o mundo – Granger ironizou.

Suas palavras o pegou desprevenido e ela abriu um enorme sorriso de presunção. Ele nunca havia pensado ou considerado a possibilidade de engravidar Hermione, ainda que propositalmente. Não por ela, mas por ser inconcebível para ele a ideia de gerar mais um herdeiro de uma herança suja como a que lhe pertencia.

– Não sou burro, Granger! – Draco desdenhou – Isso nunca. Não tem a menor chance!

Hermione assumiu uma expressão que ele conhecia bem e que sempre surgia quando a castanha era inundada por sua extrema curiosidade.

– Ah não? – Hermione disse retoricamente, arqueando uma sobrancelha – E como é que tem tanta convicção?

– Simplesmente sei.

– Não pensa em ter filhos um dia? –  ela indagou e seu tom de voz já não era o mesmo.

Percebeu que havia algo ali e pensou bem em como responde-la sem parecer um insensível que odeia bebês. Após um breve período de silêncio ele respondeu com cautela:

– Não... – ele hesitou – Sei o peso que um sobrenome carrega e não posso amaldiçoar uma criança com o meu.

Hermione levou uma mão ao rosto dele, acariciando-o. Automaticamente ele fechou os olhos, tombando a cabeça sobre a palma dela, rendido.

– Podemos colocar somente o meu – Hermione disse baixinho.

Draco abriu os olhos, de repente tão curioso quanto ela há alguns segundos atrás.

– Você quer ter filhos um dia?  – ele retesou-se para encará-la nos olhos  – Quer dizer... comigo?

Hermione sorriu ao responder:

– Quero uma vida ao seu lado, Draco, e isso com certeza inclui alguns belezinhos com o seus olhos. – sua voz veio carregada de emoção, doce como marshmello e deixou Draco tão amolecido quanto um.

Ele não sabia explicar como, mas uma ânsia absurda de viver aquela experiência com ela o apossou. Estava extremamente eufórico em ouvir aquilo e ao mesmo tempo apavorado.

– Mas e se odiarem ele? – ele deu voz aos seus piores pensamentos. – E se fizerem da vida dele um inferno só por ele ser nosso?

Hermione mordeu o lábio, seus olhos se encheram de preocupação, se com o que ele dissera ou com ele próprio, Draco não saberia dizer.

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