25 de Março de 1997
Uma semana.
Sua insólita paz perdurou por 168 horas exatas. Até que sua pesarosa condição despencou sobre sua cabeça, recordando-o de que as rosas possuem espinhos. Draco pressionou o rosto em seu travesseiro e berrou, exasperado. As lágrimas vieram com violência, os soluços rasgavam sua garganta, o som de sua desgraça era válido de piedade. O pergaminho com as palavras que o levaram ao seu ápice repousava sobre seu criado-mudo, a caligrafia outrora impecável e elegante agora não passava de um rabisco disforme.
“ACONTEÇA O QUE ACONTECER, SAIBA QUE EU AMO VOCÊ. Eu o amo, meu doce Draco, desde o dia em que o descobri, e sempre o amarei. Não se apavore, SEJA FORTE MEU MENINO, eu sei que você é capaz. Permanecerei em seu coração para sempre, lembre-se disso.
Mamãe.”
As palavra de Narcisa dançavam em seus pensamentos, envolvidas pela lembrança das imagens que Voldemort enraizou em sua cabeça em seu sono. Queria crer que aquilo não passara de um pesadelo - só mais um pesadelo -, mas algo em seu coração não deixava espaço para a esperança; principalmente depois de receber o pergaminho amassado e manchado por lágrimas de sua mãe.
Soava como despedida. Fechou os olhos rogando para que dor parasse e as imagens desaparecessem.
Sua mãe era amarrada a um pedaço de madeira, hematomas cobriam sua pele alva e seus lindos olhos azuis estavam cheios de lágrimas, “n-não”, ela suplicou quase sem voz. O riso sádico que encheu o lugar desencadeou uma chuva de lágrimas por suas bochechas seguidas por um berro ensurdecedor e desesperado. Sem aviso, alguém que ele não pôde ver, proferiu:
“Incêndio!”
Viu a mulher que lhe deu vida sendo engolida por chamas. Seus guinchos de dor eram ensurdecedores.
“Meu tempo é precioso, se apresse”
Fria e perversa, era a voz de seu algoz.
“Avada Kedavra!”
E o corpo de sua mãe murchou como uma flor.
. . .
— O QUE FIZERAM COM ELA?! — Draco urrou assim que Snape abriu sua sala.
O homem se apressou em puxar e empurrar o rapaz para dentro com rispidez. Trancou a sala a virou-se para encarar Draco, que ofegava em sua cólera.
— O que você pensa que está fazendo, seu …?!
— SE ALGUMA COISA ACONTECER COM A MINHA MÃE EU MATO CADA UM DE VOCÊS, VERMES! — Draco não o deixou concluir, agressivo.
Snape o agarrou pelo colarinho e o puxou para si, olhando-o de cima com seus olhos negros cheios de desprezo, cuspiu:
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Escolhas Irreversíveis - Dramione
FanfictionEscolhas não são fáceis. Algumas, por exemplo, são irreversíveis. Draco Malfoy, mais do que qualquer um sabia bem o peso de uma escolha errada. × × × ® FANFIC TAMBÉM EM ANDAMENTO NO SS. ™ IMAGEM POR Lilith2206_AI