Dependent

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De repente ele não era mais o bruxo aos pedaços e alcoolizado de sempre, não era mais um assassino sádico, tampouco o menino extremamente frágil e covarde. Era só o Draco de dezesseis anos, com os olhos cheios de fascínio pela garota em seus braços. 

Enlouquecido pela saudade, ele não conseguiu pensar em nada que pudesse dizer, só queria olhá-la, decorar cada sarda de seu rosto. Se recordou da última vez em que a viu, de como Granger estava decepcionada, uma sensação horrível começou a se apossar dele e assim, surgiu algo para que ele dissesse: 

— Hermione, eu … 

— Draco, eu não quero ouvir — Hermione sentenciou, interrompendo-o. 

Draco engoliu a seco, as suas palavras e o medo do que viria a seguir. 

— Eu não vou dizer, se é o que quer, mas você sabe. Não sabe? — Ele murmurou, um pouco transtornado. 

Havia insegurança em sua voz e ele se repudiou por isso. Seu ego ainda era um grande adversário. 

— Como você…? — Hermione replicou.

Draco desviou o olhar, sabia o que ela queria saber, e mais uma vez ele não poderia dizer absolutamente nada à ela. Hermione pareceu compreender em poucos segundos, e lá estava a decepção, mais uma vez. Draco se afastou minimamente, pegando o rosto de Granger em suas mãos e buscando com seus olhos os dela.

— Eu precisava ver você, saber que estava segura, viva … — A voz dele estremeceu com a última palavra, a possibilidade rondou sua cabeça e o assombrou ao longo dos meses. 

— Bom, agora você sabe — Ela o respondeu em voz baixa, sustentando o olhar dele.

— Pensei que me odiasse — Ele verbalizou mais um de seus maiores medos. 

Hermione o abraçou mais uma vez e Draco prontamente a acolheu, embalando-a e segurando-a contra o seu corpo, como se assim pudesse tê-la ali para sempre. Então ela ergueu os olhos para ele e sussurrou:

— Por algum tempo eu também pensei. 

Draco aquiesceu uma vez com a cabeça, compreensivo, e em seguida subiu uma de suas mãos que a envolvia para o seu rosto, acariciando sua bochecha gelada. 

— Desde que não deixe de sentir algo por mim, acho que consigo conviver com a hipótese — Ele disse com um sorriso de lado, arrancando um risinho de Hermione.

— Você acha — Ela repetiu, achando graça. 

Os sussurros em meio a escuridão do inverno enfeitavam o ar com o vapor condensado que saía de suas bocas. Hermione estava vermelha, encolhida e trêmula, ele observou. 

— Você está congelando. Melhor eu ir — Draco propôs sem se mover um centímetro, olhando-a sem a menor vontade de sair daquele abraço.

— Não ouse — Granger ameaçou, e ele sorriu para ela.

Há algum tempo ele só sorria para ela, com ela. Era bizarro para ele o quão dependente era, o vício em cigarro não era nada comparado ao seu vício em Hermione Granger. 

Draco deslizou sua mão para a nuca de Hermione, enroscou os dedos em seu cabelo e desceu os lábios em direção aos dela. Fecharam os olhos assim que o contato ocorreu, mais feroz do que ambos esperavam. Imediatamente ele pediu passagem com a sua língua e ela, por sua vez, cedeu sem hesitar. Movimentavam suas bocas em sincronia, virando os rostos com voracidade, e à medida em que a urgência crescia, ele a apertava ainda mais contra si. As mãos Draco desceram com rapidez para a bunda de Hermione, ele a agarrou com firmeza, pode sentir ela sorrindo em meio ao beijo e logo, sorriu também, mordendo o lábio inferior da castanha, para em seguida beijá-la novamente, com mais ímpeto ainda. 

Escolhas Irreversíveis - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora