𝙈𝙖𝙩𝙚𝙪𝙨 𝙑𝙞𝙩𝙖𝙡

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Ela estava mais linda desde a última vez que nos vimos, o corpo com mais curvas, o cabelo castanho escuro estava maior que da última vez e o que eu mais amava nela não deixou de ser o mesmo, o sorriso com covinhas.

Meu coração descompassado, quase saindo pela boca. Minhas mãos trêmulas e suadas. Minhas pernas quase à fraquejar, mas me mantive firme. Era assim que me sentia só de vê-la ali.

A vontade de correr até ela e dizer tudo que sinto, que não sou o mesmo covarde de antes. Que tinha medo de amar e ser amado. Que era ela me fazia uma pessoa melhor e eu não percebia.

Todos falavam que fazíamos um casal bonito. Falavam que éramos um "casal" de invejar. Mas, para mim não éramos um "casal" e sim mais um "rolo" qualquer que logo acabaria.

Eu não queria me prender à alguém, só queria zuar e pegar todas as mulheres e elas serem mais uma na minha "lista".

Um verdadeiro moleque, não merecia ela. Ela precisava de um homem de verdade e naquela época eu não era um.

Criei sentimentos por ela, me apaixonei. Sem perceber.

Fui tolo, em deixá-la partir.

Me arrependo de muita coisa que fiz e de muita coisa que eu disse pra ela.

Quando foi embora percebi que faltava algo em mim, faltava minha metade. Fiquei numa solidão, achei que ia ser preenchido com o tempo, com outras. Mas não foi bem assim.

Meu rendimento caiu, bebi todas, fiz tudo o que não faria se ela estivesse aqui. Em algum momento dei o braço a torcer, fui atrás de suas amigas para perguntar de você, mas ninguém me disse nada, liguei, mandei mensagem e nada de você me responder. Desisti.

Talvez, fosse melhor assim.

Por fim, não queria mais saber dela, mas meu coração dizia outra coisa.

Não queria sair como o trouxa da história, mas já tinha esse papel, no momento que eu perdi você.

Decidi focar na minha carreira, foi a melhor coisa que fiz naquele instante.

Agora, estou aqui. Te reencontrando, depois de anos.

Será que me perdoou? Será que já tinha me esquecido?

Tinha quase certeza que sim, pois estava acompanhado de outro. Outro bem melhor que eu, que estava te fazendo sorrir naquele momento.

Pelo seus olhos, vi a sua alegria.

Por um momento cogitei a possibilidade de me aproximar e falar contigo, mas o que eu iria falar?
"Oi, lembra de mim? Sou o cara que te deixou ir, mesmo querendo que você ficasse. Volta pra mim, eu te amo."
Isso está fora de cogitação, não iria estragar sua vida mais uma vez.

Quando seus olhos percorreram pelo salão, que acontecia a festa, por um momento, jurei, que ela olhou em minha direção. Mas, acho que eu estava vendo coisas pela bebida.

Achei melhor parar com a bebida, pois já estava vendo coisas e a bebida é minha inimiga. Se continuasse, era provável que eu chegasse nela e fizesse um show de vergonha.

- Vai ficar só olhando ela de longe? - disse meu companheiro de time e o dono da festa, Gabriel.

- Que? Quem? - falo, saindo dos meus pensamentos.

- Irmão, não se faz de doido, todo mundo já percebeu seus olhares sobre ela.

- Impressão de vocês, não estou olhando ninguém, só tô pensando no próximo jogo.

- Sei - Diz e em seguida muda de assunto, agradeço mentalmente.

Ficamos conversando sobre o próximo jogo, mas meus pensamentos estavam longe, em outra pessoa em específico, que estava do outro lado daquele salão.

[...]

Já estávamos todos indo embora, era por volta das 3h30 da manhã. Caminhava em direção a saída mexendo no celular, quando esbarro em alguém.

Meu celular cai no chão, abaixo pra pegar e escuto uma voz, aquele voz, tão conhecida por mim.

- Me- me desculpe -Diz gaguejando

Olho na direção da voz e a vejo ali, tão próxima de mim. Me olhando com receio no olhar, eu conhecia tudo o que aquele olhar transmitia.

Não consigo formular uma frase, minha garganta parece secar. Devo estar parecendo um idiota, encarando à por minutos.

- Hum - Pigarreio - Não foi nada.

Droga, isso tá parecendo uma das cenas daqueles filmes clichês que ela me obrigava a assistir. Mais uma lembrança.

Nenhum de nós desviava o olhar, até uma voz à chamar.

- Vamos amor? - Diz a voz.

Olho pra pessoa que a chama, o homem que estava acompanhando na festa toda.

Reviro os olhos mentalmente e fecho os punhos, só de pensar nesse otário a chamando de amor. Era para mim estar no lugar dele, à chamando de meu amor.

- Ah, oi Vital, prazer te conhecer - Fala dando a mão para mim.

Ignoro a mão dele e só aceno com a cabeça.

- Vamos. Foi bom ver você , se cuide - Diz dando um sorriso sem mostrar os dentes e saindo.

- Digo o mesmo, se cuide também - Digo em um tom baixo, mas o suficiente pra ela escutar.

Saio em direção ao meu carro. Dirigindo a caminho da minha casa, com lembranças de nós em minha mente.

Ela estava seguindo sua vida, feliz, com outro. Eu iria fazer o mesmo, seria o melhor para ambos.

 Eu iria fazer o mesmo, seria o melhor para ambos

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𝙋𝙚𝙙𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙛𝙚𝙘𝙝𝙖𝙙𝙤𝙨.

𝘾𝙖𝙥𝙖 𝙗𝙮: brincante

 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 𝐅𝐮𝐭𝐞𝐛𝐨𝐥Onde histórias criam vida. Descubra agora