Conheci o carioca em uma boate, no Rio de Janeiro. Na época em que ele atuava pelo Flamengo.
Ouvi dizer ele só vivia na farra, rodeado de bebida e mulheres. Essas que nem mesmo ele sabia o nome. Falaram que ele iria me magoar, todas saíram magoadas. Mas àquilo não me importava, pois só queria ficar com ele e depois tchau. Não seria emocionada ao ponto de pensar em ter algo sério com ele, bom, era isso o que eu achava.
Ficamos uma vez. Depois ele me chamou pedindo pra ficarmos novamente e por aí foi. Tínhamos um rolo, nada fixo, quando batesse saudade a gente se encontrava.
Ele me comunicou mesmo sem termos nada, que iria para outro time, fora do país. Prometeu manter contato.
Lucas pagava minhas passagens para ir até a Europa, para encontrar ele. Mesmo negando, quando ia ver a passagem já estava paga na minha mão.
Em uma dessas vezes que fui vê-lo, o celular dele apitou com alguma notificação, seguida de um telefonema, que não durou o suficiente pra mim avisar ao Paquetá, esse que estava no banho.
Li a notificação pela barra.
" A puta já foi embora? Hahaha"
Franzi a sobrancelha. De quem aquele homem falava.
Não me aguentei por tamanha curiosidade. Apertei na notificação, abrindo na mensagem com o homem que se nomeava Fernando.
As mensagens ridículas falavam de alguma mulher, isso era evidente. Deslizei o dedo pela tela, para ver as mensagens anteriores.
Falavam sobre coisas absurdas, fiquei espantada quando li meu nome ali no meio. O jogador digitou várias mensagens me tratando como um objeto. Como uma qualquer.
Ouvi o barulho da maçaneta do banheiro, olhei na direção da porta vendo ele sair de lá.
- Então para você eu não passo de uma puta? - Falo com nojo e raiva do mesmo, jogando o celular com força em sua direção.
- Você está louca? Do que está falando?- Diz pegando o celular do chão.
- Estou louca sim. Sou louca. Fui louca no momento em que me envolvi com um moleque que nem você. Que me insulta pelas costas.
- Você sabe muito bem, que é só isso que eu desejo de você. Então para de show - Diz fazendo pouco caso.
- Você é uma canalha, as mensagens que mandou sobre mim, mostra o quão podre é. O quão infantil você é! - Ele abaixa a cabeça negando.
- Não quero nunca mais olhar na sua cara - Pego minhas coisas. Sinto meus olhos marejados, mas me seguro pra não chorar na frente dele.
Saio dali me sentindo suja. Usada. Como não percebi tudo isso.
A gente não tinha nada sério, mas a atitude dele não justifica tudo isso.
Bem que me avisaram, mas eu não dei ouvidos. Não achei que ele seria tão infantil à esse ponto.
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