sessenta e um - Reencontro / Parte 2

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Arthur
Eu fiquei sem reação quando vi a Carla. Fazia tanto tempo que parece que eu estava delirando. Que era só uma miragem. Mas quando eu abracei ela, percebi que não era miragem coisa nenhuma. Era a mais pura realidade. Depois do susto, dei passagem pra ela entrar. E só aí me dei conta que eu tinha me mudado e fiquei me perguntando como ela sabia meu endereço novo?


Carla: antes de qualquer coisa, eu pesquisei e descobri seu endereço novo...

Arthur: ok. - atordoado -

Carla: eu sei que você deve estar muito magoado comigo Arthur. Por tudo o que aconteceu nesses meses...

Arthur: foi uma facada Carla....

Carla: eu sei.

Arthur: eu fiquei muito mal com aquela carta...

Carla: eu sabia e sentia que ia te machucar. Mas eu precisava fazer isso pra proteger a nossa filha.

Arthur: é....é....é ela - aponta pra Maria que está no Sling -

Carla: sim. - da um pequeno sorriso -

Arthur: posso? - se referindo a pegar ela -

Carla: óbvio.




Com cuidado, Carla tira a pequena do Sling e entrega ela a Arthur que a pega no colo tremendo de medo de deixar a filha cair. Tanto é que ele se senta no sofá e chora sem ter vergonha alguma. Carla também estava muito emocionada com a cena.
Maria Clara estava chorando um pouquinho e resmungava com cólica.
Já era 18h da tarde. Sim, elas haviam chegado somente esse horário e por incrível que pareça, era o horário que a cólica resolvia dar sinal de vida🤣🤭.



Arthur: o que ela tem?

Carla: deve estar com cólica.

Arthur: e o que tem que fazer pra amenizar a dor?

Carla: vou buscar o remedinho dela perai.

Arthur: ok.




Carla vai até a bolsa da Maria e prepara o remedinho dela.
Enquanto isso Arthur tentava acalmar a pequena que já dava sinais de incômodo.


Arthur
Eu já não sabia lidar com a Carla chorando. E agora a Maria.
Precisei primeiro me acalmar pra depois conseguir resolver o problema.




Narradora
Arthur se arruma no sofá e coloca a pequena deitada de bruços no e Eu peito. Ele fica falando baixinho com ela que aos poucos respira aliviada, da um pequeno sorriso banguelo pro pai, fecha os olhos e dorme aconchegada ali. Parecia até que ela sabia que estava finalmente em casa.



Carla
Quando eu voltei com o remédio da Maria, vi a cena mais linda da minha vida. A Maria dormindo calminha e serena no peito do Arthur. Tanto é que até esqueci do remédio.




Arthur: a gente pode conversar agora? - se ajeita no sofá para que a pequena ficasse confortável no colo -

Carla: podemos sim.

Arthur: porque daquela carta Carla....

Carla: Thur, eu precisei te mandar aquela carta. Ou eu mandava, ou a Maria não estaria mais aqui.

Arthur: como assim?

Carla: - respira fundo - infelizmente eu quase perdi a nossa filha. O Fiuk conseguiu me desestabilizar facilmente. Ele fez com que eu caísse da cama e ainda chutou a minha barriga. Em seguida ele saiu do quarto e me trancou lá. Eu tive que implorar muito pra ele me levar no médico. E ele disse que eu só ia no médico se fizesse o que ele queria....

Arthur: que era a carta...

Carla: exatamente. E naquele momento eu só pensei em proteger a nossa filha. E falei que ele tinha vencido. Daí ele abriu a porta e uma médica amiga dele foi lá me atender. Ela disse que foi só um susto e que estava tudo bem. Só que eu estava com muito medo porque eu só sentia a minha barriga dura e a Maria não dava mais nenhum sinal.  - deixa escapar algumas lágrimas -

Arthur: imbecil.

Carla: eu tentei fugir outras vezes. Mas em todas elas ele me alcançava. Até que na última, ele me mostrou fotos sua e da minha mãe sendo seguidos por todo o lado. E ele falou que se eu tentasse mais uma vez, ele ia só dar um toque no telefone e as pessoas que estavam vigiando vocês, saberia que poderia atirar.

Arthur: meu deus...

Carla: eu fiquei com muito medo de perder vocês. E por conta das minhas "constantes quedas" minha gestação acabou virando de alto risco por isso precisei ficar de repouso absoluto até ganhar a nossa filha. E só agora que eu consegui fugir.



Narradora
Carla conta a Arthur tudo o que viveu nesses 7 meses. Logo ela conta também como conseguiu fugir.
Eles avisam a polícia que ela tinha voltado e onde ela estava esse tempo todo.



Carla: eu só te peço perdão Thur. Eu juro que não queria te fazer sofrer. Eu não queria te machucar com as cartas. Mas eu só pensava em proteger nossa menina. - chorando muito -




Arthur coloca a Maria no sofá e enche de almofadas ao redor a protegendo.
Em seguida ele puxa Carla para um abraço apertado e beija o topo da cabeça dela.




Arthur: você foi muito guerreira minha princesa. Me perdoa também por ter acreditado que você tinha fugido com ele.

Carla: eu precisei fazer isso.

Arthur: eu te amo muito Carla. Muito. Meu amor por você nunca apagou. Mesmo com esses meses de pesadelo, ele sempre se manteve vivo. Parecia que eu sabia que um dia ia acordar desse pesadelo.

Carla: eu também te amo muito lindo.




Carla não espera mais nada, a loirinha o beija.
Os dois se beijam em meio às lágrimas. Eles estavam emocionados. A saudade era tanta.
Eles só queriam se curtir e esquecer todo o pesadelo que tinham vivido.
E foi assim o resto da noite deles. Se curtindo, e cuidando da Maria.

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