67 - 𝙃𝙚𝙮! 𝘿𝙖𝙙𝙙𝙮!

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- Jorge está te chamando lá em cima. - Xabiani disse simples enquanto eu estava atirada naquele sofá quase me afogando em lágrimas com um filme que eu estava assistindo, revirei os olhos por ser tirada desse momento e levantei-me indo em direção as escadas, no momento seguinte, eu estava no quarto, vi Jorge fazer algum tipo de mala. Franzi a testa estranhando a situação.

- Vai me deixar, é? - Ironizei.

- Ideia tentadora. - Ele disse. - Mas não, quero te avisar que tenho que fazer uma viagem de emergência para Buenos Aires, tenho uma reunião amanhã cedo com a gangue. - Ele disse simples.

- Beleza, eu vou junto. - Falei decidida indo procura uma bolsa qualquer para eu colocar minhas roupas.

- Ah não vai não. - Ele disse autoritário. - Não quero você nos meus negócios.

- Estou pouco me fodendo para seus negócios. - Falei simples enquanto pegava algumas poucas roupas.

- Não... - Jorge pensou por um tempo. - Você não vai fazer isso.

- Isso o que? - Me fiz de boba.

- Se encontrar com o seu pai. - Ele disse e era exatamente isso que eu queria fazer.

- Sim, eu vou, ele é meu pai, apesar de ter sido um desgraçado ele não mereceu que eu o deixasse assim. -Parei de mexer em minhas roupas e olhei para Jorge. - Blanco... Você tem noção do que eu fiz? Eu o deixei.

- E vem me dizer depois de dois anos que está arrependida?

- Eu não disse que estou arrependida, só disse que eu tenho que ver meu pai. - Falei no mesmo tom autoritário que ele. - Jorge, eu estava pensando, ele só queria me proteger, eu sei que ele foi longe demais, mas... eu sempre tive do bom e do melhor, ele nunca deixou me faltar nada, eu tenho que prestar atenção nessas coisas também.

- Você não vai, Martina. - Ele disse chegando mais perto e segurando meu braço com força, eu revirei os olhos. - E se ele me tirar novamente de você? E se ele chamar a polícia e resolver me ferrar? Você não pode foder com tudo.

-Não foi você quem disse que os tiras não eram problemas?

- É, Martina. Mas acontece que o negócio está muito maior agora, os riscos aumentaram pra caralho, você sabe disso. Um simples suborno não vai mais parar eles se eles descobrirem todos os podres. - Confesso que fiquei receosa. - Me ouça, a gravidade das coisas aumentaram, muito. - Ele disse aquilo e eu me assustei.

- Você pode pensar em mim pelo menos um pouco? É meu pai...

- Não seja tola, Martina. Eu estou sempre pensando em você, nesses últimos anos, eu apenas coloquei você e Angel como prioridade em minha vida, então não fale merda.

- Eu sei, Blanco. Mas você não pode me impedir de que eu veja meu pai. É simples, eu minto que você saiu dessa droga de vida e beleza, ele não vai fazer nada. - Fechei a bolsa e Jorge respirou fundo.

- Tudo bem. - Ele se rendeu. - Mas eu vou com você nessa visita. - Ele disse decidido, não era uma boa ideia, mas era o único jeito.

- Os garotos não vão? - Perguntei.

- Não. - Ele disse simples. - Vou responder por eles.

- Então vou deixar Angel com Xabiani. - Falei.

- Com minha mãe é melhor, bem melhor. - Jorge disse e no mesmo instante eu liguei para Cecília, ela havia se mudado para a cidade do México fazia uns seis meses, pensei que ela ficaria na pequena cidade de onde eles vieram, mas ela disse que não suportaria ficar longe de nós. - Me dá aqui, que eu falo. - Jorge pegou o telefone de minha mão. - E ai, coroa. - Ele disse quando Cecília atendeu. - É o seguinte: eu e Martina estamos indo para Buenos Aires resolver uns negócios, sua netinha linda, chorona e chata ficará com você, firmeza? - Cecília disse algo que eu não fazia a mínima do que era, pois o celular não estava no viva-voz, apenas continuei arrumando minhas coisas, que logo já estavam prontas. - Então tá, te amo, tchau. - Ele desligou. - Ela te mandou um beijo. - Jorge disse e eu sorri.

𝗣𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 - ʲᵒʳᵗⁱⁿⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora