𝗣𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 - ʲᵒʳᵗⁱⁿⁱ

70 - 𝙋𝙖𝙧𝙩𝙮

— Jorge, deixa eu ir, por favor. — Eu praticamente implorava.

— Já disse que não, Martina. Só se eu for com você.

— Mas é apenas para estudantes da universidade, idiota. — Falei brava. — Você me leva e depois você me busca.

— Porra do caralho, eu já disse que não, não insiste. — Jorge quase gritou. — Essa festa com certeza vai ter aqueles mauricinhos que tomam suco o ano inteiro, mas quando chega na hora de uma festinha qualquer, eles simplesmente vão lá, tomam dois goles de algo alcoólico, ficam bêbados e resolvem fazer todas as merdas que nunca fizeram na vida e isso inclui... Você sabe.

— Não viaja, Jorge. Não sei porque você é assim, eu sei me cuidar e Diego deixou Mechi ir numa boa. Por que só você tem que complicar a situação? Que droga mesmo. —  Falei cruzando os braços.

— Não quero saber, você não vai e pronto.

— Eu te odeio. —  Falei emburrada e fui em direção á porta daquele maldito quarto querendo sair, mas fui impedida pela força de Jorge.

— O que você disse? — Ele perguntou sério e meio desnorteado.

— Que eu te odeio. — Falei meio receosa, porque todos sabem que aquilo era a maior mentira do mundo. — Eu não sou sua cadelinha, sou sua mulher e se eu quiser ir nessa porra de festa, eu vou. — Falei decidida.

— Se você for, vai se arrepender. — Ele disse. — Não sei nem como você vai conseguir sair. — Resolvi ficar quieta, estava decidido, eu iria nessa festa. Era uma festa que alguns alunos da universidade estavam organizando junto com os professores, eles iria comemorar algum tipo de aniversário da famosa UNAM, seria uma festa totalmente jovial, os professores estariam, claro, mas não interfeririam em nada, pois apesar de tudo, não éramos mais alunos de ensino médio. Porém Jorge insistia que iria acontecer alguma merda e isso me irritava, ele era possessivo demais, pensei que com o decorrer do tempo, ele iria mudar esse jeito, mas pelo visto, isto está tatuado em seu ser, é algo permanente. Saí do quarto, o deixando lá.

— E então, como foi? — Mechi perguntou quando eu saí do quarto. — Ah esquece, eu ouvi tudo, Jorge é um idiota. Vou entrar e vou falar com ele. — Antes que ela fizesse isso, a puxei e a levei para um lugar onde nós pudéssemos ficar à sós.

— Esquece Jorge, eu vou nessa festa. — Falei decidida e ela me olhou estranho.

— Como? E com quem?

— Diego vai te levar, não? Então, vou com vocês. — Sorri. — Mas Jorge não pode ficar sabendo, eu fugirei.

— Você é louca? Não sei se você lembra, mas Diego é um dos melhores amigos de Jorge.

— Eu lembro, porém você vai ter que convencer seu amor á ficar quieto.

— Ele não iria...

— Pô, Mechi, você não está ajudando. — Falei quase derrotada. — Não quero perder essa festa por nada, eu quero me divertir, Jorge só me leva nessas boates onde tem aquelas putas com a bunda e os peitos de fora, quero algo novo, algo jovial. — Falei cansada.

— Eu vou lá falar com aquele merdão. — Mechi disse brava e eu a impedi novamente.

— Deixa, Mechi. — Falei cabisbaixa. — Eu não vou.

— Mas eu não posso ir sem você.

— Temos um monte de amigos lá, sozinha você não fica. — Sorri para ela. — E alias, eu não estava muito afim de ir mesmo. — Tentei fazer minha melhor cara. Mechi não se contentou e saiu correndo do local, fui atrás dela, mas não consegui segurá-la e então, ela invadiu o quarto onde Jorge se encontrava.