24 - 𝘾𝙧𝙖𝙯𝙮 𝘽𝙖𝙙 𝙗𝙤𝙮

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Acordei no dia seguinte, que graças ao bom Deus era sábado. Lembrei-me de tudo o que havia acontecido no dia anterior e me deu vontade de dormir para sempre. Percebi que Jorge não estava ao meu lado, e então levantei-me, vestindo uma roupa e logo indo checar a casa, a qual não havia ninguém, apenas eu e uma bagunça terrível feita pelos garotos.

A casa estava horrível, aquela típica casa de "homens morando juntos" Jorge não servia nem para contratar uma empregada, ou já havia contratado várias vezes e elas sempre fugiam ou por descobrirem que estavam em um apartamento onde morava quatro gangsters ou por serem gostosonas e Jorge tentar dar uma de espertos com elas.

Havia roupas espalhadas pela casa toda, sem contar o cheiro de salgadinho misturado com perfume masculino e chulé, se a casa estava assim no dia anterior, eu não havia percebido. Só sei que eu não ficaria de jeito nenhum em um lugar assim.

Resolvi aproveitar que não tinha ninguém e fazer uma geral, peguei uma vassoura, que graças a Deus, eles tinham, alguns produtos, panos e paguei de faxineira, por mim, e não por eles. Aquela droga de apartamento era enorme, o que me deu uma bela dor nas costas, mas o importante foi que eu deixei a porra toda brilhando. Peguei as roupas que estavam atiradas pelo chão, inclusive, uma peça era minha, mas isso não vem ao caso. Coloquei as roupas no canto de um quarto qualquer, até porque eu não sabia de quem era todas, então dificultava. Consegui reconhecer algumas roupas de Jorge pelo cheiro, aquele perfume masculino maravilhoso, o que também não vem ao caso.

Estava só esperando os garotos chegarem para eles guardarem todas aquelas roupas, juro que eu planejava pedir educadamente para não levar um tiro, até porque, eu não estava lidando com garotos normais.

Sentei-me no sofá e liguei a televisão, precisava afastar certos pensamentos que me levavam até meu pai e Mechi, coloquei em qualquer canal, não havia nada de bom mesmo.

Em seguida, ouvi o barulho da porta, deduzir que eles haviam chegado.

— Porra, Jorge. Tu viu a cara daquele mané quando a gente chegou lá? — Ruggero falava entre risos.

— Ai caras, por favor não me matem. —  Xabiani fez uma voz de choro imitando o suposto mané.

— Eles se metem com a gente e depois pedem piedade, não é assim que funciona, entrou no jogo, é para jogar. — Jorge disse e todos concordaram rindo, continuei sentada no sofá apenas observando, eu ainda queria que aquelas roupas fossem guardadas.

— Mas e aquele outro cara? Pensei que ele fosse se mijar todinho. — Diego disse rindo e todos foram no embalo.

— Muito florzinhas aqueles trutas, puta que pariu, teve nem graça tocar o terror. — Jorge disse com um sorriso nos lábios.

— Ah para, teve sim, Jorge. A melhor parte foi... — Ruggero parou de falar e ficou observando o apartamento. — É impressão minha ou isso aqui tá brilhando? A gente entrou no apartamento errado né, seus zé ruelas, sempre patifando, puta merda. — Ruggero disse.

— Não, esse é o apartamento de vocês mesmo. — Falei levantando-me do sofá e trazendo a atenção deles para mim. — Eu sei que não parece, mas sim, eu consigo fazer milagres. — Disse revirando os olhos.

— Pagou de empregadinha? — Jorge debochou.

— De nada. — Ironizei.

— Por que eu deveria agradecer? Não pedi para você fazer porra nenhuma. — Jorge disse, sempre tão carinhoso.

— Como você é mal agradecido, puta que pariu, Jorge Blanco. — Falei brava — Vocês eram praticamente quatro porcos dentro de um chiqueiro.

𝗣𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 - ʲᵒʳᵗⁱⁿⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora