55 - 𝙊𝙝!, 𝙣𝙤!

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— JÁ VAI. — Gritei enquanto eu descia as escadas em direção a porta, a qual alguém batia loucamente. Olhei no olho mágico e gelei ao ver Cecília, ela não podia me ver assim. — JÁ ABRO, DEIXEI A CHAVE LÁ EM CIMA. — Menti e sai correndo, tropecei três vezes na escada enquanto subia e dei de cara com Mechi.

— Quem é? Por que está nervosa? É Jorge? Ah deixa que eu resolvo. — Ela estava prestes a descer, mas eu a puxei.

— Não. — Falei enquanto eu entrava em meu quarto, indo em direção ao banheiro. — É Cecília e ela não pode ver esses cortes em meu rosto. — Falei enchendo a cara de pó e base.

— Cara, isso tá estranho. — Mechi disse. — Ficou forçado pra caralho.

— Porra, Mechi, me ajuda. — Disse nervosa e ela fez uma maquiagem onde omitiu um pouco os cortes. — Perfeito. — Falei. — Qualquer coisa invento uma desculpa qualquer. — Desci correndo e logo abri a porta para Cecília.

— Onde você estava ontem, menina? Seu pai tentou te ligar, eu tentei te ligar, seu celular está fora de área, o que aconteceu?

— Ai, Cecília. Você sabe como eu sou, né? Deixei meu celular cair no chão com tudo e quando vi, o coitado estava todo quebrado, tive que colocar fora, pois nem conserto tinha.

— Martina, seu pai estava super preocupado atrás de você, me ligou umas quinhentas vezes ontem, eu tive que dizer algumas mentiras e no fim ele acreditou. — Ela disse. — Me sinto mal por ter que mentir.

— Desculpa, Cecília.

— Você estava no apartamento do Jorge, não é?

— Onde está Angel? — Mudei de assunto. Ruggero havia dito que tinha deixado ela com Cecília enquanto estavam a minha procura.

— Ruggero veio hoje pela manhã e a pegou. — Ela sorriu. — Ela está tão linda. — Sorri. — Ontem eles deixaram ela comigo, disseram que ela estava sentindo saudade da vó e coisa e tal. — Bela mentira.

— Sim, ela se apegou a você. — Falei.

[...]

— Mechi. — Falei assim que Cecília foi embora. — Preciso urgentemente de outro celular, se não, meu pai vai pirar.

— Vamos sair e comprar um novo. Tem dinheiro o suficiente? — Ela perguntou.

— É, podemos dizer que tenho minhas económias. — Falei e Mechi sorriu, mas ela percebeu que eu estava fazendo o máximo de força para não pensar em Jorge.

[...]

— O que você acha desse, Tini? — Ela perguntou enquanto estávamos vendo alguns celulares.

— É legal, mas eu quero um igual ao meu, que raiva, minha vontade é ressuscitar Damien só para fazer ele pagar um novo. — Falei.

— Boa ideia, ai depois eu mato ele. — Rimos. — Então ali está, um iPhone. — Ela disse apontando para o aparelho.

— Vai levar esse? — A vendedora perguntou.

— Sim. — Sorri.

— Ok. Então passa aqui. — Ela disse e nós fomos até o local de pagamento, peguei o cartão de crédito, um cartão que meu pai deixou só para usar apenas em caso de emergência, então, esse era um caso de emergência. No momento seguinte, eu estava saindo da loja com o celular novo. E o melhor de tudo: número novo. A mulher perguntou se eu não queria recuperar meu outro número e tal, mas achei melhor mudar, sim, por causa de Jorge.

Liguei para Cecília e pedi que ela passasse meu número para meu pai, pois segundo ela, ele estava louco para falar comigo, trinta minutos depois ele me ligou.

𝗣𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 - ʲᵒʳᵗⁱⁿⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora