7- 𝙈𝙖𝙧𝙩𝙞𝙣𝙖?

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- Se não vai ajudar, larga daqui. - Falei.

- Ah, então você quer minha ajuda? - Jorge disse semicerrando os olhos.

- Maneira de falar, seu idiota. - Manquei até a Secretaria o ignorando totalmente, eu caminhava estilo saci perere. Bati na porta, mas nem esperei abrirem, fui logo entrando. - Oi, O Senhor Gregório pediu algo que preste e não fique se desgastando pra escrever no quadro. - Fui direta.

- Canetões novos? - A Secretária perguntou arqueando as sobrancelhas.

- Não, lápis de cor. - Fui irônica e acabei sendo um pouco grossa, Jorge sabia como tirar meu humor. A Secretária me ignorou e pegou os canetões, em seguida me entregando os mesmos. sai da Secretaria ainda no estilo saci perere e porra... Jorge ainda estava lá, em frente a porta, cheguei a me assustar quando abri a mesma. - Você não tem mais nada para fazer não? Porque algo totalmente estranho aconteceu, você está trabalhando aqui agora. - Falei, indo em direção as escadas a fim de subi-as. Mas estava sendo difícil.

- Bom... Se você acha que vai conseguir subir as escadas com o tornozelo desse jeito por causa da sua burrice... Vá em frente. - Ele estava encostado na parede apenas me olhando e rindo das minhas tentativas falhadas de subir. A dor era suportável, mas mesmo assim estava doendo pra caraca, eu não conseguia firmar meu pé direito no chão o que dificultava minha subida. gemi de dor. - Aconselho você a ir na enfermaria. Andar de baixo. - Jorge murmurou.

- Não preciso dos seus conselhos.

- Garota, esse seu tornozelo bugado esta me dando agonia, então deixa de ser chata porra, e vamos. - Jorge disse irritadinho (como sempre) e logo me pegou no colo a força, eu esperneava a fim que ele me soltasse, pois eu queria distância daquele garoto, mas foi inútil até porque ele era bem mais forte do que eu. Jorge desceu as escadas comigo, pois a enfermaria ficava no andar de baixo, exatamente no primeiro andar da escola. A escola tinha 6 andares, sendo que as salas de aulas ficavam a partir do terceiro andar, então se acontecesse algo grave com alguém dentro das salas, até chegar a enfermaria a pessoa já estaria morta. Mas enfim, esse não era meu caso, mas mesmo assim eu não precisava esta passando por isso.

Entramos em uma sala onde estava escrito bem grande "ENFERMARIA" Havia uma mulher baixinha e rechonchuda lá dentro, expliquei para ela que eu havia sido idiota o suficiente para cair escada abaixo, ela reprimiu um riso e logo colocou uma faixa em meu tornozelo. Eu preferia um gelo, mas ok. Enquanto a mulher enrolava a faixa em meu tornozelo pedi para Jorge levar os canetões para o Senhor Gregório, ele fez uma cara super feia como se fosse me dar um tiro, mas garanto que ele não ia querer dar uma de gangster dentro da escola, então só fez o que eu pedi.

- Obrigada. - Desci daquela pequena maca, e agora já conseguia firmar um pouco o pé.

- De nada. - Ela disse simples. - Espera um pouco que eu vou chamar aquele garoto novo para te ajudar a subir.

- NÃO. - Gritei involutariamente. - Quero dizer, eu subo sozinha. - Dei um sorrisinho. - Já estou ótima.

- Você tem certeza?

- Sim. - Sai daquela sala fazendo o mínimo de caretas possível por causa da dor, que agora já estava um pouco mais aliviada. Eu tinha que ser convincente, se não ela chamaria Jorge. Assim que fechei a porta da enfermaria, voltei a ser uma mula manca. Fui caminhando pelo corredor me apoiando nas paredes até chegar nas escadarias, mas algo me veio como uma luz: O elevador. Olhei em direção ao lado que ficava o elevador e droga, interditado, estavam arrumando o sistema e colocando novas câmeras. Só me restou as escadas mesmo.

Me sentei em um degrau inocentemente como quem não quer nada e comecei a subir sentada, quando descia ou subia alguém, eu fingia estar amarrando os tênis e murmurava algo do tipo: "Não se fazem mais cadarços como antigamente" e em seguida dava um sorrisinho falso. Cara, eu não precisava esta passando por isso. Mas finalmente consegui chegar ao 4° andar, onde ficava minha sala.

Entrei na sala mancando e os olhos de todos vieram para mim, fiquei totalmente sem graça e logo percebi que... Jorge estava sentado no lugar do professor. Pronto, minha vida agora seria um inferno.

- E como esta seu tornozelo? - Ele perguntou com um sorriso sarcástico se formando em seus lábios enquanto eu me sentava.

- Esta ótimo. - Fui sarcástica. Por que a Mechi foi me deixa logo hoje?

- Eu percebi. - Ele devolveu o sarcasmo. - Ah e antes que você pergunte, o professor careca de vocês teve que ir resolver alguns problemas pessoais. - Ele disse sendo totalmente folgado e colocando os pés sobre a mesa.

- Eu não ia perguntar. - Falei.

- Você deveria ser mais simpática com o Sr. Blanco . - Ouvi uma terceira voz - É o primeiro dia dele. - Era Gabrielly cacarejando.

- E você deveria deixar menos claro que quer ir pra cama com ele. - Eu pude perceber um "O" se formar na boca de Gabrielly e a risadinha do resto da turma.

- Ok, garotas, parem... Que falta de respeito, Mariana. - Jorge disse e eu fui obrigada a rir, não sei se eu estava rindo por ele tentar se formal, algo que nem de longe ele era ou se estava rindo por causa do meu falso nome.

- Mariana? - Gabrielly perguntou. - O nome dessa ai é Martina. - Jorge logo virou-se para mim e nós ficamos nos encarando por algum tempo.

- Martina? - Ele perguntou.

- É, deve ser... - Falei indiferente.

𝗣𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 - ʲᵒʳᵗⁱⁿⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora