6 - 𝙄 𝙡𝙤𝙫𝙚... 𝙃𝙖𝙩𝙚 𝙎𝙘𝙝𝙤𝙤𝙡

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As aulas haviam começado há mais ou menos dois meses e graças a Deus esse era meu último ano, bom, graças a Deus não, até porque eu gostava um pouco daquela escola havia tido bons momentos lá e sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse, então eu sentiria falta da Kaplan Westwood.

Enquanto assistia as aulas chatas do professor de geografia, algo ainda me atormentava: minha terrível (ou maravilhosa?) noite com Jorge, confesso que já haviam passado quase três mêses e aquilo não saía de minha cabeça. Durante esse tempo, eu evitei tudo que me levasse até ele, principalmente aquela ruazinha endemoniada quando eu tinha que ir na casa da Mechi ou algo do tipo. Aquela rua era um ótimo atalho, me fazia chegar nos lugares bem mais rápido, pena que as coisas tiveram que ser assim. Que drama. As vezes vía Jorge de longe e fazia o máximo para ele não me ver.

Ok, era exagero eu sei, mas acontece que ele era um cafajeste e mesmo eu sabendo disso, fui pra cama com ele, porque eu não tive a capacidade de resistir, ou inventar uma desculpa do tipo "estou mestruada" e também, por Damien. Eu havia feito tudo por Damien, o que fazia eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo, Jorge havia me dado sensações que até então eram desconhecidas minha. Então, até agora eu não sabia dizer se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, eu estava confusa e minha pergunta - Ouvi o Sr. Gregório dizer, e tipo, que pergunta? Ah eu não sabia, porque tinha algo me atormentando. Então arrisquei, Foda-se:

- Hã... É 10 - Falei e pude ouvir a risada de todos da classe.

- Claro poderia ser 10... - O professor disse. - Se eu tivesse te perguntando alguma conta e se isso fosse aula de matemática ou sei lá o que, que envolva numeros. - Ele respirou, pois havia falado rápido demais, como sempre. - Geografia, senhorita Martina, geografia.

- Ah, obrigada pelo "senhorita" me sinto super importante. - O professor me fuzilou com os olhos, mas logo continuou sua explicação.

Logo bateram na porta da sala e o Sr. Gregório murmurou algo do tipo "droga, adoram interromper minha aula" e foi abrir.

- Bom dia... - Era a diretora. Mal dia, isso sim. - Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem. - Ela disse sendo formal. - Mas vamos direto ao assunto, agora nós temos um "faz tudo" da escola, ele vai ajudar o professor Robson de educação física, monitorar vocês no intervalo, e se vocês quiserem algum tipo de ajuda, podem falar com ele, mas não abusem claro. Ele vai ficar conosco mais ou menos seis meses. - Coitada dessa pessoa, deve ser um cara tão bom e vai ter que viver esse inferno. Pensei comigo. A diretora deu uma olhada na porta e fez um sinal com a cabeça para que a pessoa entrasse. - Entre por favor.

PUTA MERDA. Que droga é essa? Por um momento, eu não acreditava no que eu estava vendo, em um movimento super ninja, coloquei meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe. Se eu estava me escondendo? Não... Imagina. Mas foi algo inútil. Totalmente inútil.

- Senhorita Martina, você está bem? - Pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E quando levantei a cabeça, todos olhavam para mim, inclusive... Jorge, que fez uma cara estranhando o fato de o professor me chama de Martina, pois para ele eu havia dito que meu nome era Mariana. Respirei fundo.

- Sim, só um pouco de dor de cabeça. P-pode continuar. - Gaguejei quando meus olhos se encontraram com os de Jorge, ele estava parado ao lado da diretora com os braços cruzados, usava uma camisa preta simples, e uma calça jeans escura, o que era raro. Ele me olhou e deu um sorriso sacana bem discreto. Desviei o olhar, que diabos ele estava fazendo aqui? Pode ter certeza que o que ele menos precisa é da merreca que essa escola oferece, porque boatos dizem que ele vem de uma família mexicana que possui um poder aquisitivo, aí tem algum dedo podre... Pode ter certeza.

Pude ver as garotas tudo babando enquanto Jorge se apresentava. Ridículo. Inclusive ela, Gabrielly a rainha das putas, . Eu odiava essa garota. Odiava.

- Então... - Ele tentou ser um pouco formal, mas aquilo não combinava com ele. - Eu vou esta aqui para o que vocês precisarem, qualquer coisa já sabem, me procurem. - Jorge falava isso com um ar do tipo "Pra tudo mesmo, inclusive, sexo" - Enquanto ouvia Jorge falar, evitava totalmente contatos visuais, tentava me concentrar nos rabiscos que eu havia feito em meu caderno. Aquilo estava estranho o suficiente.

- Para tudo o que a gente precisar mesmo, Sr.Blanco? - Gabrielly disse com o cu piscando e o olhando maliciosamente e Jorge retribuiu o olhar. Daqui há uma semana todas as garotas daquela escola já estariam em sua cama. Ah e sem contar que Sr.Blanco, não combina nada com o Jorge.

- Sr. Blanco? Humm... Gostei. - Ele disse. - E sim, para tudo que vocês precisarem mesmo. - Jorge sorriu e deu uma piscadinha, em seguida ajeitando alguns fios de seu cabelo, o que fez as garotas babarem mais ainda.

- Ele é gostoso pra caramba, ter uma noite com ele é tudo o que eu mais quero agora. - Ouvi uma garota falando para outra atras de mim. E eu poderia simplesmente me aparecer e dizer: "Chupem, eu já tive esse privilégio" Mas eu era humilde... e aquilo não era um privilégio. Mal sabiam elas o tipo de pessoa que Jorge era.

- E você... - Jorge disse e apontou para ninguém mais, niguém menos do que... euzinha. - Tem alguma pergunta? - Ele deu um sorriso, pois ele estava fazendo aquilo por pura implicância, óbvio.

- Não. - Respondi severamente.

- Tem certeza? - Ele insistiu e pude ver diversão em seus olhos.

- Absoluta. - O encarei confiante e levantei uma sobrancelha, ele ficou me olhando profundamente por alguns segundos, piscou e desviou o olhar. Estremeci, droga.

Jorge logo se retirou da sala com a diretora, que se duvidasse, até ela, ele lanhava. E possibilitou o professor de continua a sua aula.

- Srta Martina, você pode me fazer um favor? - O professor perguntou.

- Sim... - Respondi.

- Vá na secretária e me traga algo que preste e não fique se desgastando para que eu possa escrever na porcaria desse quadro. - Senti irritação em sua voz, quase ri.

- Ok. - Levantei-me e sai da sala, desci alguns degraus meio que correndo, porque eu simplesmente adorava fazer isso, mas dessa vez não foi uma ideia muito boa, pois pisei em um degrau em falso e cai escada abaixo. - Droga! - Falei alto, não havia me machucado muito, só havia causado uma dor suportável em meu tornozelo.

- Você está bem? - uma voz rouca disse entre risadas, enquanto eu tentava me levantar com certa dificuldade. - Você é uma anta mesmo. Como conseguiu cair desse jeito? - Ele riu mais uma vez. - Eu queria que o corredor estivesse cheio para ver todos rindo da sua cara.

- Idiota.

𝗣𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 - ʲᵒʳᵗⁱⁿⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora