60 - 𝙃𝙞, 𝙅𝙤𝙧𝙜𝙚

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- Jorge, faz dois dias que você não me liga. - Reclamei assim que Jorge atendeu o celular, nós não havíamos nos falado muito e na escola, nossa conversa era algo super rápido, eu chegava em casa achando que ia receber pelo menos uma ligação com Jorge justificando sua ausência, mas não, e foi assim por dois dias.

- Uh, Martina... - Sua voz era fraca. - Desculpa, é que eu ando ocupado, mas nada mudou.

- Posso saber o motivo dessa ocupação toda? - Perguntei desconfiada.

- Negócios com a gangue, eu estou envolvido demais com Los Diablos, estamos planejando uns bagulhos e tal e também estamos abrindo uma boate nova... Clandestinamente, claro. Então o bagulho é muito mais perigoso e temos que ter muito mais cuidado. Desculpa, Tini.

- Por que não me falou antes?

- Porra, eu não estou com tempo para nada, ultimamente.

- Não me ama mais? - Fui dramática.

- Não fala merda, Martina. Puta que pariu. Porra, minha cabeça parece que vai explodir e daqui a pouco eu tenho que colar lá no casarão.

- Deixa eu ir com você?

- Óbvio que não, você nos negócios dos Los Diablos é merda na certa.

- Mas eu quero te ver, por favor. - Implorei. - Meu pai vai voltar tarde e eu não quero ficar aqui sozinha.

- Ruggero vai passar ai para deixar Angel com a minha mãe, aproveita e fica com ela também, ou se quiser ela pode ficar até ai. - Jorge disse simples.

- Como você é chato, que caralho mesmo. - Resmunguei. - Tchau, Jorge. Me ligue quando lembrar que tem uma namorada. - Desliguei e... Sorri. Ruggero iria deixar Angel com Cecília, então, com certeza depois ele iria para o tal casarão, o qual eu tinha uma curiosidade enorme de conhecer, simples, era só eu convencer Ruggero a me levar.

Fui para o banheiro tomar um banho rápido, assim que sai coloquei um shorts jeans justo e um moletom qualquer, terminei de me arrumar, peguei o celular e desci as escadas, sai de casa, tranquei a porta e quando dei-me conta, eu já estava na frente da casa de Cecília. Bati na porta.

- Tini. - Ela sorriu.

- Ruggero já veio deixar Angel aqui? - Perguntei enquanto entrava.

- Você está vendo alguma criança aqui? - Ela riu.

- Seu corte foi recebido com sucesso. - Falei e nós rimos, sentei-me no sofá e nós ficamos falando sobre coisas aleatórias. Cecília tocou no nome de Jorge e eu falei todas as coisas ruins que ele era, a deixando apavorada, mas um sorriso abriu em sua face assim que eu disse que eu realmente o amava de verdade.

- Isso que é amor... - Cecília disse. - Você é realmente uma garota de ouro, é difícil domar Jorge.

- Eu que o diga. - Falei. - Mas e aí, como vai você e o chato do meu pai? Nossa, que homem que fica mais chato a cada dia.

- Estamos bem. - Ela sorriu. - Alejandro não gosta muito de Jorge, mas eu não o repreendo por isso, meu filho realmente é um cara difícil, vou ser sincera, Tini. Eu não discordo do fato de Alejandro não aceitar você e Jorge juntos, não discordo, eu amo meu filho, mas todos sabem que ele é totalmente inconsequente.

- Eu não me importo, não mais. Eu o amo e é isso que importa e eu sei que ele me ama também, por mais que ele só saiba fazer merda, nós sempre nos entendemos depois. - O defendi.

- Sim, eu entendo e acho lindo o amor de vocês, mas...

- Você não coloca fé. - Deduzi. - Tudo bem, Cecília. Eu entendo você, ele é seu filho e você pode até conhecê-lo melhor do que eu, mas eu não consigo me afastar de Jorge, ele é como um vicio para mim, por mais que nós estejamos separados, sempre vai ter algo que levará um ao outro.

𝗣𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 - ʲᵒʳᵗⁱⁿⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora