41 - 𝘿𝙧𝙪𝙣𝙠

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Eu e meu pai atravessamos a rua conversando sobre coisas alheias, até a porta da casa dos novos vizinhos.

— Seja educada. — Meu pai disse como se eu tivesse três anos de idade e deu três toques na porta grande branca que logo se abriu, mostrando uma mulher linda, tinha os cabelos escuros longos e um sorriso maravilhoso, vi meu pai ficar hipnotizado por alguns minutos.

— Oi. — Falei para a mulher, tirando meu pai do transe.

— Ah, oi. — Meu pai sacudiu a cabeça se livrando se seus pensamentos. — Moramos aqui na frente, descobrimos que teríamos vizinhos novos e viemos dar as boas vindas. — Meu pai disse sorridente.

— Bom, no caso, vizinha, pois sou só eu. — A linda mulher disse e riu.

— Está certo, está certo. — Meu pai riu — Essa é minha filha, Martina. — Dei meu melhor sorriso.

— Nossa, que menina linda. — Ela disse sorridente. — Você deve ser um pai muito cuidadoso.

— Bom, eu tento. — Ele disse. — Quase que eu ia me esquecendo, sou Alejandro Stoessel. — Se apresentou e eu via a troca de olhares entre os dois, estava até sentindo-me avulsa ali.

— Alejandro Stoessel? Das empresas Stoessel? — Ela perguntou.

— Sim. — Ele assentiu.

— Ouço muito falar. — Ela riu. — Sou Cecilia... Cecilia Güereña. Querem entrar?

— Não queremos incomodar. — Meu pai foi educado.

— Sim, adorariamos. — Falei pois senti o clima que havia fluido entre os dois.

Entramos e Cecilia pediu para que nos sentassemos em um dos únicos móveis que havia naquela enorme sala, um sofá grande.

— Bom, como podem ver, eu ainda tenho que arrumar toda essa bagunça. — Ela riu sem jeito e sentou-se em uma cadeira que havia por ali.

— E então, Cecilia... Você veio de onde? — Meu pai perguntou todo sorridente.

— México. — Ela respondeu e eu lembrei-me de Jorge.

— Ah, México? Legal... Eu estive lá há algum tempinho atrás a trabalho. — Meu pai comentou. — E você mudou-se por que? — Meu pai estava sendo curioso de mais.

— Queria ficar perto do amor da minha vida. — Ela disse rindo e meu pai ficou com uma expressão meio descontente.

— Você namora? — Ele perguntou incrédulo.

— Não, não. — Cecilia deu uma gargalhada. — Estou falando de meu filho, quero fazer uma surpresa para ele e então me mudei, ele mora aqui por perto.

— Ah, mãe solteira?

— Sim... E sua esposa?

— Ah, eu sou viúvo. — Meu pai disse. — Ela faleceu quando Martina tinha apenas dez anos.

— Sinto muito.

— Não precisa senti. — Meu pai deu um sorriso de leve.

— E você, Martina... — Cecilia pôs sua atenção em mim. — É uma garota bonita... Tem namorado? — Ela perguntou, mas meu pai se meteu quando fui responder.

— Por enquanto não, já disse que só quando ela se formar... — O olhei e fiz uma careta esquisita.

— Você nunca falou isso. — Falei.

— Acabei de falar. — Ele deu de ombros. — Você já arruma muito problema, imagina se começar a namorar...

— Pai, na frente da moça não, por favor. — O repreendi e dei um sorriso à ela que nos olhava.

𝗣𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 - ʲᵒʳᵗⁱⁿⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora