| Capítulo 13.1 |

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ISABELA
BRADENTON

...*...

Meu humor está nas alturas quando estaciono em frente a oficina que Kaden trabalha, no sábado de manhã. Primeiro porque, finalmente, consegui concluir todos os trabalhos da escola, um grande motivo para saltitar, já que eram muitos. Segundo, Jimmy conseguiu convencer nossos pais a me deixarem ir na final do campeonato, que apesar de não sabermos se o time dele vai chegar até lá, não deixamos de ser positivos. Por último e não menos importante, Mike e Alissa prometeram me fazer companhia hoje a noite quando meus pais saírem, já que vão voltar com seus programas aos sábados.

A mudança repentina e todo o processo de adaptação acabou por tirar esse momento deles, que desde que me entendo por gente reservam os sábados para encontros super fofos. Confesso que quando eu era mais nova, não entendia bem o motivo dessa breguice, mas com o tempo compreendi que era a única forma que encontraram de manter o casamento a salvo, já que tinham dois filhos que sugavam bastante do tempo de cada um.

— Bom dia, ranzinza! – digo entusiasmada, assim que entro na oficina carregando dois cafés quentinhos do Nando's. Sabia que falar sobre o time iria me deixar irritada, então decidi passar na melhor lanchonete da cidade, depois de correr quase uma maratona no parque, e comprar um pouco de cafeína para mim e Kaden. Ele sempre parece precisar.

Por falar em Kaden, já falei o quanto ele fica atraente de calça jeans surrada e sujo de graxa ? Sinceramente, eu poderia assisti-lo trabalhar pelo resto da vida e não reclamaria, porque a forma como se move me proporciona uma bela visão do seu corpo escultural.

É nesses momentos que agradeço pelo coração ter sido o órgão atingido por Ethan e não os olhos, porque apesar de não conseguir me envolver emocionante, ao menos posso admirar.

Os braços de Kaden flexionam sob a camisa preta, quando se apoia no carro e me olha sobre os ombros, franzindo o cenho, provavelmente por causa do apelido pelo qual o chamei.

– o que ? Tenho uma lista de personagens que te definem. – e como tenho.

— Porque não estou surpreso com isso ? –bufa uma risada, retirando a flanela do bolso para limpar o óleo que respingou em suas mãos.

Sorrio e praticamente saltito em sua direção, desviando de todas as ferramentas que estão espalhadas pelo chão. Diferente da última vez que estive aqui, a oficina está uma completa zona.

Porra! Praguejo baixo quando piso sem querer em uma chave inglesa. Kaden abre um sorrisinho, parecendo achar graça na minha desgraça.

Idiota.

Mostro o dedo do meio, desajeitada, devido os copos que estou segurando.

— porque eu trouxe café para você mesmo !? – murmuro, o entregando um dos copos. Kaden aceita de bom agrado, fazendo seu cheiro embriagante de colônia masculina invadir minhas narinas, e sorri, deixando a covinha evidente. Já falei que ele fica ainda mais bonito com esse pequeno furinho na bochecha ? Acho que só todas as vezes que o vi.

— posso tomar sem problemas ou... ?

— na verdade não. – me afasto e sento sobre o capô de um dos carros que espera por concerto, ignorando seu olhar de repreensão por isso. – coloquei algumas gostas de veneno.

𝑁𝐴 𝑆𝑂𝑀𝐵𝑅𝐴 𝐷𝐸 𝑈𝑀𝐴 𝐸𝑆𝑇𝑅𝐸𝐿𝐴Onde histórias criam vida. Descubra agora