| Capítulo 26 |

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K A D E N
PRATT
...*...

Não consigo parar de pensar na Isa. O que seu ex fez... isso foi o motivo pela qual não consegui pregar o olhos ontem, o que significa que pela primeira vez, em meses, os meus problemas não foram os motivos que me mantiveram acordado. Meu coração parecia se partir a cada vez que ela tentava contar o que aconteceu. O medo que as lembranças pareciam causar... puta que pariu, acho que nunca quis tanto acabar com alguém.

Nem sequer consigo imaginar o terror que foi para ela se ver sozinha com um ex altamente alterado. As coisas que ele poderia fazer... eu quis perguntar o que aconteceu depois que ele a alcançou. Quis saber sobre cada segundo daquele momento, mas me obriguei a não perguntar. Eu jamais a submeteria a tamanha tortura.

Merda! O simples fato de lembrar já é o suficiente para fazer uma raiva me envolver. Talvez seja porque isso me faça lembrar de Clarissa e tudo o que não pude fazer para livra-la dos ataques daquele babaca que me colocou no mundo. 

Passo a mão nos fios molhados e encaro o quarto amplo em minha volta. Tenho estado nele, nos últimos meses, mais vezes que eu possa contar. Esse tem sido o lugar que corro quando o estresse ameaça me consumir e não estou afim de repetir todo aquele ciclo chato de conhecer, conquistar, deixar claro as intenções e por fim transar.

— Ryan só vai chegar de viagem em dois dias, então pode vir a qualquer hora. – Mônica avisa do banheiro, sua voz abafada pelo som da água que cai do chuveiro.

— tá. – é tudo o que respondo.

Sim, o cara do elevador é casado com a vizinha desapegada, como Trent a apelidou carinhosamente. Sei que deveria contar sobre sua tentativa de ficar com Isa, mas não acho que vá fazer alguma diferença para ela. O lance entre eles é confuso e um tanto quanto nojento. Na verdade, não é que seja confusa, eu apenas nunca me esforcei para entender o que rola entre eles. Tudo o que sei é baseado no que ouvi no dia que conheci Mônica no bar que tem no fim da rua. Ela descobriu que Ryan a traia e decidiu revidar na mesma moeda, me encontrando na mesma noite que o pegou transando com a secretária.

Ela achou interessante minha exigência e concordou de imediato. Dias depois, no elevador, nos encontramos e Mônica pediu que repetíssemos a dose. Confesso que relutei de início, mas após tantos argumentos convincentes e um dia sobrecarregado, pensei que seria mais fácil ficar com ela ao invés de sair e repetir aquele ciclo chato.

Ryan não sabe sobre a gente, especificamente, mas sabe que ela sai com outros caras. Mônica já chegou a mencionar que eles brigaram feio quando Ryan descobriu, mas que agora aceita e nada disso atrapalha na relação entre os dois. Como eu disse, nojento.

O celular vibra, mais uma vez, encima do pequeno armário ao lado da cama. Passo a toalha nos cabelos e verifico o nome na pequena tela, soltando um suspiro ao ver quem é. Pego o aparelho, ainda contrariado, e levo até o ouvido.

— Não. Nem pensar. – respondo, no instante em que atendo. Um suspiro impaciente soa do outro da ligação e, apesar de não estar vendo seu rosto, aposto que também revirou os olhos. Ela sempre faz isso quando é contrariada.

— qual é, ranzinza. Não estou pedindo para você me ajudar a esconder um corpo, só que venha até a casa do Mike. Vai ser divertido.– insiste. – Ah!!! Chama o Trent também.

— a resposta ainda é não, Isa. – repito, o mesmo que lhe disse nas outras duas vezes que ligou.  Ainda não entendo para que toda essa insistência.

𝑁𝐴 𝑆𝑂𝑀𝐵𝑅𝐴 𝐷𝐸 𝑈𝑀𝐴 𝐸𝑆𝑇𝑅𝐸𝐿𝐴Onde histórias criam vida. Descubra agora