ISABELA
BRADENTON...*...
Resfriada.
Sim, hoje é o dia da semifinal e meu corpo decidiu que era o momento perfeito para adoecer, levando embora o último resquício de coragem que eu tinha para lidar com mais de três dezenas de jogadores eufóricos e esperançosos.
Para ser sincera, até eu estava eufórica e esperançosa, mas isso foi só até eu pegar malditos pingos de chuva na volta do treino de ontem e acordar sentindo como se uma retroescavadeira tivesse me atropelado.
Agora só quero me esconder debaixo dos lençóis e sair apenas quando meu nariz descongestionar e a dor de cabeça for embora, o que não vai rolar.
Um time me espera. Uhu.
Não passa das sete e meia da manhã e eu já perdi as contas de quantas vezes espirrei ou obriguei meu corpo a esquecer a cama, que parece me gritar a cada segundo desde que levantei. Sem contar que precisei usar uma tonelada de base para conseguir esconder o vermelho em meu nariz e tentar passar meu resfriado despercebido por mamãe e papai, caso contrário, tchau semifinal.
Agora só preciso torcer para que não notem minha voz nasalada, porque os espirros amenizaram a medida que eu estava me arrumando. Isso é algo que agradeço, porque meu humor, que já não estava um dos melhores nos últimos dias, agora foi de vez para o fundo do poço, junto com a pitada de beleza que Deus me deu, porque não bastava estar estressada com o caralho do ar que não quer entrar pelo meu nariz, também tenho que recorrer a maquiagem para ver se consigo chegar ao jogo sem ser capturada e entregue a proteção aos animais.
E, por falar em estresse, agora tenho um quarterback cretino e sonso que insiste em me ignorar como se eu fosse uma porta insignificante que não serve nem mesmo para receber um mísero olhar, a menos que esteja sendo útil, como quando estou encima de um banquinho repassando todos os pontos que devem estar atentos no jogo.
Na verdade, eu estaria mentindo se afirmasse que esse é o único momento que Kaden para e me dá alguma atenção, já que isso também acontece quando perco minha paciência com algum jogador e preciso me impor, como ontem, quando rebaixei nosso center para reserva pelos últimos dois jogos. O jogador tentou recorrer a Kaden como um pedido de ajuda, mas o quarterback não ousou me contrariar nem por um segundo, pelo contrário, o sorrisinho sútil em seus lábios entregaram que ele estava de acordo com minha decisão.
No entanto, essas são as únicas situações que Kaden parece lembrar da minha existência.
E, para ser sincera, sua indiferença nas demais situações me magoou e ainda magoa, mas eu precisava me manter firme e acabei absorvendo tudo da única forma que me permitiria prosseguir no mesmo ambiente sem chorar. Raiva. E é por isso que Kaden tem sido o maior motivo dos meus pensamentos homicidas nos últimos dois dias, porque era isso ou deixar transparecer o quanto meu coração está se machucando.
Sem contar que Kaden também é a razão pela qual os GS irão continuar na competição, então eu não tinha outra opção além de suporta-lo mais um pouco.
Não que isso seja sempre uma tortura, já que meus pensamentos sobre ele são bem divididos entre homicidas e pervertidos. Um grande exemplo é quando o treino encerra e a camisa vai para longe do seu corpo, exibindo as belas tatuagens e os músculos incrivelmente esculpidos e banhados de suor, o que faz meus pensamentos traiçoeiras me deixar em uma saia justa. Mas, claro, isso não anula o cretino que ele tem sido.
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𝑁𝐴 𝑆𝑂𝑀𝐵𝑅𝐴 𝐷𝐸 𝑈𝑀𝐴 𝐸𝑆𝑇𝑅𝐸𝐿𝐴
Teen FictionA aspirante a jornalista, Isabela Bradenton, acabou por descobrir da forma mais árdua que o amor e a paixão podem nos pregar peças, quando assistiu de camarote seu coração ser quebrado e descartado por aquele que dizia a amar. Ele a quebrou de dentr...