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Savannah estava preparada para subir a serra, já que se encontrava no litoral, quando seus olhos captaram a figura de uma garota magricela, dona de belas curvas e cabelos castanhos. Era, decerto, muito atraente, porém trazia consigo um dos olhos arroxeado e os lábios um pouco cortados. A garota, assim que viu o caminhão se aproximar, esticou o dedo na estrada de forma desesperada.
 
"Não ligue, não pare!" Savannah pensava consigo mesma. "Outra pessoa dará carona para ela."
 
E pensando assim Savannah passou direto com o caminhão, numa velocidade tão lenta que pôde ver pelo retrovisor que a garota, ao ver que o caminhão passou por ela, encolheu os ombros e se jogou no canto da pista, com a expressão desolada.
 
Savannah sentiu seu coração se comprimir e no mesmo instante freiou bruscamente. Deu ré com o caminhão, vendo Sofya ser a primeira a colocar a cabeça para fora da cortina.
 
-- O que houve? -- A loira baixinha perguntou.
 
-- Nada que te interesse. Volte para seu pornô.
 
-- Hey, eu não estava vendo pornô. -- Savannah olhou severamente para Sofya, que bufou derrotada. -- A culpa é da Sina. Eu queria ver filme de ação. -- Savannah riu baixinho e assentiu, parando e desligando o caminhão. 
 
-- Fique aqui. Eu já volto! -- Pediu, abrindo a porta do caminhão preto e vermelho e descendo logo em seguida; fechou a porta para logo dar a volta no caminhão. O movimento ali era quase zero e por isso pôde dar ré sem problema nenhum.
 
Se aproximou da garota, quem levantou rapidamente, espalmando o traseiro em busca de limpar o local que havia tocado o chão.
 
-- Olá. -- A garota disse envergonhada. -- Obrigada por parar. Estou aqui há cerca de seis horas e não consegui que ninguém me notasse.
 
-- Para onde está indo? -- Savannah perguntou, analisando o vestido azul claro esvoaçante e a blusa fina de frio amarrada em sua cintura, totalmente desproporcional a algo que as garotas riquinhas e mimadas usariam.
 
-- San Diego, mas qualquer lugar que me deixar mais para lá eu já agradeço. -- A moça respondeu.
 
-- O que houve com seu rosto? -- Savannah perguntou.
 
-- Fui assaltada. Levaram meu carro e meu celular; por sorte levo meu dinheiro com Cristal.
 
-- Cristal? -- A pergunta saiu junto com as sobrancelhas franzidas.
 
-- Minha gata. -- Any disse, tendo um miado sendo proferido no mesmo instante por uma enorme bola de pelos felpudos, branca, que se esfregava na perna de Savannah de maneira toda entregue. -- Parece que ela gostou de você.
 
-- Não posso levar esse animal em meu caminhão. Sinto muito! -- Savannah disse solenemente.
 
-- Ela não é barulhenta e não sujará seu caminhão. Ela sabe esperar para fazer suas necessidades. -- A garota acrescentou. -- Por favor, preciso de uma carona. -- Savannah bufou diante de seu coração mole e assentiu.
 
-- Tudo bem, mas se ela incomodar terei que colocá-las na rua em busca de outra carona.
 
-- Obrigada. -- Any disse agradecendo levemente eufórica. -- Muito obrigada mesmo. -- Disse, acompanhando Savannah até o caminhão. A maior abriu a porta de seu caminhão e esticou a mão, em Savannahl de gentileza para Any subir. A garota pegou sua gata e subiu no caminhão. Savannah fechou a porta e deu a volta, e quando entrou no caminhão três pares de olhos estavam focados na garota.
 
-- Ela viajará conosco. -- Savannah disse, ligando o caminhão.
 
-- Oh meu Deus, o que houve com você? -- Sofya perguntou, ouvindo Any repetir o que havia dito a ela.
 
-- Quem é essa lindeza aqui? -- Sina perguntou, acariciando o pelo macio do animal branco, que logo começou a ronronar.
 
-- Essa é a Cristal. -- Any disse sorrindo. A gata, que trazia uma coleira rosa em seu pescoço, se deitou ao pé de sua dona no caminhão, se estirando no chão do veículo e dormindo alguns minutos depois.
 
-- Não acha que levar dinheiro na coleira de um gato é uma tremenda estupidez? E se ela fugir ou algo assim? -- Savannah questionou séria.
 
-- Bem, ela está comigo há três anos e é adestrada. Não creio que fugiria. -- A moça explicou. -- E só deixo quando viajamos. Parece que essa tremenda estupidez poupou meu dinheiro de ser roubado. -- Diante do silêncio da mulher a garota também se silenciou.
 
-- Como se chama? -- Sina perguntou. 
 
-- Any Cabello. -- Respondeu-lhe com um sorriso simpático no rosto.
 
-- Bem, sou Sina, esta é a minha namorada Heyoon , esta é a minha irmã Sofya e aquela ali você já conheceu. -- Ela disse da boléia. Sofya abriu de vez a cortina do lugar para se acomodar melhor no assento.
 
-- Na verdade eu não sei seu nome. -- Any confessou, olhando para a motorista que mantinha seus olhos na estrada e agia como se não estivesse ouvindo a conversa.
 
-- Mal educada como sempre. -- Sina zombou. -- Aquela é minha outra irmã, Savannah. -- Os olhos curiosos da garota percorreram Savannah. Usava um boné, uma camisa listrada roxa aberta e por baixo dela uma camisa simples branca. Sua calça jeans acentuava suas curvas e isso Any havia reparado do lado de fora do caminhão.
 
-- É um prazer, garotas. -- Ela disse baixinho. -- Sinto muito incomodar e realmente agradeço pela carona. 
 
-- Para onde está indo? -- Heyoon  perguntou.
 
-- San Diego, mas qualquer lugar que me deixarem no caminho já está melhor do que aonde eu estava.
 
-- Bem, Any, aparentemente você deu sorte. Estamos indo para lá. Não é, Savannah? -- Sina perguntou animada. A garota ao volante apenas fez um breve aceno com a cabeça e nada mais disse. -- Ela não transa e por isso é tão seca assim, não ligue! -- Sussurrou, fazendo Any rir baixinho.
 
-- Está com fome? -- Savannah perguntou do nada, fazendo a garota corar antes de assentir. -- Há quanto tempo não come?
 
-- Umas oito horas, talvez. -- Disse em uma careta.
 
-- Eu já teria morrido. -- Sina disse espantada pela informação.
 
-- Pegue algo de útil, sem ser essas bobeiras e dê para Any comer. -- Savannah pediu e Sina abriu um isopor que estava ao lado delas, retirando dois sanduíches e a serviu com um copo descartável com refrigerante. Any aceitou de bom grado, agradecendo mais uma vez e sorriu disfarçadamente. Pelo menos a garota havia ouvido seu nome e não se esquecido dele. 
 

Destino Incerto (Savany) Onde histórias criam vida. Descubra agora