6

1.2K 142 6
                                    

-- E aí a Savannah entrou bem na hora que eu estava prestes a gozar. -- Sina contava enquanto todas os pares de olhos do quarto estavam sobre ela, exceto os de Savannah, que estavam tentando se focar em um livro. -- Meu sapato só não voou na cara dela porque eu estava sem.
 
-- Ah, gente, é horrível não conseguir gozar. -- Heyoon  disse abraçando Sina, que tinha seu corpo escorado no de sua namorada. Savannah não entendia como algumas garotas tinham a intimidade de falar sobre essas coisas tão naturalmente com outras garotas que acabavam de conhecer. Ela não tocava nesse assunto nem com anos de intimidade, se sentia embaraçada e isso era algo íntimo demais para ser compartilhado, pensava.
 
-- Nem me fale, mas vocês pelos menos tem com quem transar. -- Sofya disse rindo. -- Às vezes tento me ajudar sozinha, mas não é a mesma coisa. -- Savannah entortou a face; sua irmã Sofya já tinha trinta e um anos, no entanto Savannah achava um absurdo ter que ouvir esse tipo de coisas dela.
 
-- E aquelas madrugadas onde o tesão chega do nada... -- A voz fina de Any chamou a atenção de Savannah, tendo seus olhos desviados do livro disfarçadamente. -- E você está sozinha e não tem ninguém para transar? Horrível. -- Savannah concordou mentalmente. -- Do nada sobe o calor e o arrepio pela espinha e, ou você dorme com tesão ou se toca. -- A garota de olhos verdes tentou vetar de sua mente a imagem de Any nua se tocando, mas foi impossível. 
 
-- Há quanto tempo não transam? -- Sina perguntou rindo.
 
-- Uns seis meses. -- Sofya disse frustrada.
 
-- Está melhor do que eu, não transo há cerca de um ano. -- Any disse bufando.
 
-- Bom seria ter sempre alguém para nos ajudar nessas horas. -- Sofya brincou, soltando uma risadinha sapeca. 
 
-- Seria muito bom mesmo. -- Any respirou fundo, jogando seu corpo na cama. Seus olhos encontraram os de Savannah e a outra morena não desviou o olhar. -- Seria mais do que bom. -- Any finalizou com um tom de voz levemente rouco, com um sorriso provocante nos lábios e com uma de suas sobrancelhas alçada.
 
Savannah paralisou no lugar e perdeu o alento, desviando os olhos de forma desesperada para o livro novamente. Any riu baixinho e suas suspeitas foram confirmadas, Savannah realmente gostava de garotas e,  mesmo tentando esconder, Any tinha um efeito sobre ela.
 
-- Any, lembra quando você disse no elevador que se estivesse flertando saberíamos? -- Sofya perguntou e Any deixou de fitar Savannah, olhando naquele momento para Sofya.
 
-- Me lembro.
 
-- Bem, você tinha razão. -- Any corou levemente e fechou os olhos, negando com a cabeça e rindo logo em seguida. Savannah fingiu não notar nada, no entanto sabia tudo o que se passava ali.
 
-- Desculpem por isso. -- Ela disse sorrindo, se ajeitando mais na cama e tendo cristal subindo na cama segundos depois. -- Hoje não, minha menina. Hoje você vai ter que dormir no tapete. Não dormirei sozinha esta noite. -- A gata, como se tivesse entendido, desceu na cama e se enrolou no tapete, dando duas voltas no próprio corpo antes de se deitar e fechar os olhos.
 
-- Ela já dormiu? -- Sina perguntou chocada. 
 
-- Parece a Sofya. -- Heyoon  disse gargalhando. -- Não pode deitar que já dorme. 
 
-- Falando nisso estou com sono. -- A baixinha disse, se jogando na cama. -- Vocês duas já podem sair, quero silêncio para dormir. -- Disse brincando em meio a uma risada.
 
-- Já iríamos mesmo, todo esse assunto me fez ficar levemente excitada. Até amanhã, bando de solteiras siririqueiras. -- Sina gargalhou ao ouvir o que havia dito. -- Até rimou. -- Disse, mandando beijo para todas e puxando Heyoon  pela mão, que se despediu das meninas e não protestou em sair.
 
-- Sofya, você está muito na ponta. Tem mais espaço aqui. -- Any disse, no entanto ela não respondeu nada.
 
-- Heyoon  não brincou quando disse que Sofya não podia deitar que já dormia. -- Savannah disse, tendo o canto de sua boca repuxado em um quase sorriso. -- Quer que eu apague a luz? 
 
-- Oh, não precisa. Você ainda está lendo. -- Any disse mais baixo, pois não queria acordar Sofya.
 
-- Posso usar a luz do abajur. 
 
-- Então sim, por favor. -- Savannah se levantou e apagou a luz, voltando para a cama e se instalando ali. Any se cobriu e direcionou seus olhos para Savannah, estava escuro e ela poderia disfarçar caso Savannah se virasse. Como estava no meio de duas irmãs ela se sentiu vigiada e deu uma rápida olhadinha para ver se Sofya ainda estava virada para o outro lado. Confirmando que não ela voltou a olhar para Savannah, mordendo seu lábio inferior por falta de sono.
 
-- O que está lendo? -- A voz de Any saiu em um murmúrio, não deixando de ser doce como sempre.
 
-- Nada. 
 
-- Você está segurando um livro. Só queria saber do que se trata.
 
-- Durma, Any. -- Any soltou uma risadinha anasalada e Savannah lhe olhou, não enxergando direito devido à penumbra da noite. -- Do que ri?
 
-- De nada. 
 
-- Como "de nada"?
 
-- Da mesma forma que você não está lendo nada. -- Savannah resmungou baixo algo e voltou seus olhos para o livro.
 
As feições da mais velha se enrijeceram após alguns minutos e ela se mexeu inquieta na cama. A luz amarelada permitiu a Any ver o desenho certinho do bico entumescido do seio de Savannah. Por que seus seios estariam rígidos? Any não era idiota, Savannah estava com tesão e isso só aumentou a curiosidade sobre o conteúdo do livro.
 
A mais nova mordeu seu lábio inferior, se forçando a não olhar para a direção dos seios que provavelmente deveriam ser lindos e muito deliciosos, mas não foi preciso muito esforço, pois Savannah fechou o livro com força e fechou os olhos, respirando fundo. 
 
-- Cansou de ler? -- Any perguntou relando propositalmente seu braço na perna de Savannah, claro que fez parecer que havia sido sem intenção. -- Poderia me emprestar o livro? Não tenho sono.
 
-- Amanhã acordo cedo e não, não posso te emprestar. -- Savannah disse.
 
-- Sempre tão séria. -- Any disse com um sorriso provocativo nos lábios, apoiando sua cabeça em uma de suas mãos. -- Então faça algo para nos tirar do tédio. -- Provocou. Não via problemas em transar com Savannah, não que transasse com qualquer uma que encontrasse por aí e nem que fosse ousada desse jeito, contudo, algo no jeito sério e misterioso de Savannah a excitava e ter sexo casual com Savannah não era, definitivamente, algo que ela fosse se arrepender um dia.
 
-- Como o que, por exemplo? -- Savannah perguntou enfiando o livro embaixo de seu travesseiro e se deitou, tendo o intenso olhar castanho sobre si.
 
-- O que quiser. Por exemplo agora, o que tem vontade de fazer? -- Any ainda usava o tom provocante. Os dedos de Savannah se apertaram fortemente contra a coberta, tanto que as pontas ficaram até mais brancas.
 
-- Só quero dormir, então se me der licença...
 
-- Tem certeza? -- Any perguntou olhando para os lábios de Savannah, que sentia seu coração disparar. Não cometeria uma estupidez dessa.
 
-- Tenho. -- E se virou. Any simplesmente bufou e se jogou na cama, agora estava excitada e dormiria assim. Não iria para o banheiro se ajudar, pois qualquer respiração descompassada lá seria capaz de ser ouvida dali.
 
E foi apenas um pensamento que lhe surgiu na mente: Se Savannah estava excitada e a rejeitou, ela provavelmente não se sentia atraída por Any.
 

Destino Incerto (Savany) Onde histórias criam vida. Descubra agora