-- Se sente melhor? -- Sofya perguntou preocupada assim que viu Any sair com Savannah do hospital e Any sorriu pela preocupação da mulher.
-- Estou. Obrigada por me trazerem.
-- Quando acordou Savannah explicou o que houve? Savannah é péssima em tranquilizar as pessoas. Uma vez eu fui internada e, quando acordei, a primeira coisa que ela me disse foi "Eu arrumei o chuveiro da sua casa." -- Sofya falou disparada e Any gargalhou, vendo Savannah enrubescer.
-- Bem, ela... não perdeu esse costume. -- Any disse sorrindo.
-- Oh virgenzinha, o que ela disse? -- Heyoon perguntou curiosa.
-- Prefiro não comentar. -- Any disse, vendo Savannah respirar aliviada.
-- Entrem no caminhão porque preciso recuperar o caminho. Vamos! -- Savannah disse e Sina suspirou, se inclinando para Any assim que Savannah marchou até a porta de seu caminhão e entrou nele.
-- Como eu disse: Mocinha em apuros. -- Sina sussurrou fazendo Any rir e todas entraram no caminhão.
[...]
-- E aí a borboleta entrou no meu quarto. -- Any contava à Savannah, que ouvia tudo rindo. -- Imagina o meu desespero ao ver um monstro daquele invadir meu quarto de madrugada. Eu não pude dormir e nunca mais abri a janela de noite.
-- Any, borboletas são fofas e indefesas. -- Savannah disse rindo, enquanto as outras três assistiam a interação com uma grande interrogação no meio das testas. Se fosse uma delas contando sobre aquilo, tudo o que Savannah faria seria responder entre resmungos e risos contidos. Com Any ela estava tendo todo um diálogo e paciência.
-- Quem me garante que um espírito não a possua e ela fique malvada? -- Any indagou e outra risada de Savannah ecoou pela lataria do veículo. -- Pior, e se ela tivesse raiva ou algo que a fizesse ficar má?
-- Ny, borboletas não têm isso. -- Savannah disse, levando sua mão direita até o nariz da menor e o apertando. -- Não seja boba.
-- Prefiro não arriscar, Savannah. Eu não gosto de borboletas.
-- Mas por quê? São tão meigas e fofas.
-- Não gosto e fim. -- Savannah riu e Any bufou, encostando sua cabeça no ombro de Savannah. -- Estou cansada.
-- Ny... Assim eu não poderei mudar a marcha. -- Savannah disse séria. -- E do que está cansada? Não fez nada.
-- Deixa eu ficar aqui um pouquinho? É estrada reta, não precisa mudar a marcha agora. Já já eu saio. -- Ela pediu e Savannah sorriu no canto de seus lábios. Era impressionante como aquela garota ousada, sexy e provocante conseguia ser meiga e fofa também.
-- Argh. Tudo bem. -- Savannah se deu por vencida fingindo uma carranca, mas no fundo ela havia amado aquele toque.
-- Obrigada. -- Any respondeu sorrindo. -- E sobre eu estar cansada... Bem, cansa não fazer nada também, sabia?
-- Sou obrigada a concordar. -- Heyoon se meteu. -- Só não morri de tédio ainda porque meus olhos encontraram uma boa distração.
-- Que distração? -- Savannah perguntou.
-- É...hm, não vem ao caso. -- Ela não diria à Savannah que ver ela interagindo com Any era fofo e divertido. Conhecia sua cunhada há tempo o suficiente para saber que ela se fechava quando alguém comentava sobre isso por achar essas situações embaraçosas.
-- Sav, posso ligar a rádio? -- Any indagou, olhando, disfarçadamente, para o par de coxas expostas de Savannah, já que a morena usava um short bem curtinho de moletom, cinza com as beirinhas pretas; gostosa, pensou.
-- Não. -- Savannah respondeu solenemente, todavia, Any colocou uma mão sobre uma das coxas de Savannah, sem malícia, e se aconchegou mais contra o corpo dela.
-- Por favor... -- Any pediu e Savannah lhe olhou de soslaio. Como dizer não à uma imagem tão adorável? A maior rosnou baixinho e bufou.
-- Tudo bem, Any. -- E, ao ouvir a menor bater palminhas de puro entusiasmo, Savannah riu. Any depositou um beijo na maçã do rosto de Savannah antes de sintonizar em alguma rádio de seu agrado.
Sofya riu, negando com a cabeça. Ela deveria ter levado o celular, definitivamente, mas era um trato delas: Nas viagens que faziam juntas ninguém levava celular. Porém a pequena loira não imaginava que sua outra irmã também arrumaria alguém e que ela ficaria sobrando.
-- Não, Any! -- A voz firme de Savannah trouxe Sofya de seus pensamentos.
-- Por que não? Canta, vai?
-- Não vou cantar com você. -- Repetiu seriamente.
-- Você é muito chata, sabia? -- Any disse voltando a enterrar seu rosto na curva do pescoço da maior. Ela adorava o cheiro que a pele de Savannah emanava e não perdia a chance de inalar aquele perfume natural cada vez que lhe fosse possível.
-- Sabia. -- Savannah respondeu e Any riu. A menor olhou para trás e viu que mais ninguém prestava atenção nela, pelo contrário, as três cantarolavam a letra da música que tocava de olhos fechados. Any voltou a afundar o rosto do pescoço de Savannah e levou uma mão até a coxa da maior, acariciando vagarosamente a região.
-- Savannah... -- Any sussurrou em seu ouvido com aquela maldita voz que fazia a intimidade de Savannah entrar en alerta. Savannah sentiu todas as células de seu corpo se arrepiarem quando Any depositou um beijo lento em seu pescoço, subindo um pouco a cabeça e mordiscando o lóbulo de sua orelha. -- Vamos parar para comer? Estou com fome. -- Any sussurrou, subindo um pouco mais sua mão, sem deixar que fosse algo imprudente, já que as garotas poderiam abrir os olhos a qualquer momento.
-- Certo. -- Savannah disse, notando como as batidas de seu coração se aceleraram. Any continuou a provocar-lhe e quando Savannah estacionou ela ficou confusa. -- Comam. Eu já volto! -- Disse séria, abrindo a porta do caminhão e se esquivando de Any para descer. A porta do caminhão fechou-se com certa brutalidade e a menina ali se viu perdida.
-- O que ela foi fazer? -- Any perguntou confusa, vendo pelo retrovisor Savannah andar até a parte de trás do caminhão e logo sumir de vista.
-- Vá ver por si própria. -- Sina disse dando de ombros, atacando o isopor no momento seguinte. Any, por ser tão curiosa, realmente decidiu ir. A garota abriu a porta e desceu do caminhão. Apenas encostou a porta para Savannah não saber que ela havia descido.
Caminhou até atrás do caminhão e deu de cara com Savannah controlando a respiração, de olhos fechados e com a cabeça para o alto.
-- O que está fazendo? -- Any perguntou e Savannah abriu os olhos, lhe encarando.
-- Vim pegar um ar. -- Ela disse e Any assentiu, olhando para os lados antes de se aproximar de Savannah.
-- Você está muito... linda. -- Any disse, percorrendo seus olhos pelo corpo de Savannah. -- Eu não disse lá dentro porque você parece ser bem reservada.
-- E sou. -- Savannah disse, sentindo o sol da manhã lhe acertar em cheio.
-- Bem, vou deixar você tomar o seu ar, então. -- Any disse, mas sentiu a mão de Savannah se enroscar em seu braço e puxar ela para si, colando os corpos.
-- E que tal se ficar e me ajudar a perder o ar? -- O sorriso provocante de Any enfeitou seus lábios ao ouvir aquilo.
-- Com prazer.
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Destino Incerto (Savany)
FanfictionSavannah Clarke uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmãs adotivas...