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Savannah  sentiu seus músculos completamente doloridos, por outro lado, também estavam excepcionalmente relaxados. Ela se espreguiçou e percebeu que não tinha acordado sozinha, senão pela cutucada de um dedo fino em seu ombro.
 
-- Hey, delícia... -- A risadinha fina escapou por entre os lábios de Any assim que as orbes verdes se abriram. -- Se veste rápido... -- A menor sussurrou, depositando um doce selinho em seus lábios. -- Suas irmãs estão batendo na porta. Já vai... -- Gritou, finalmente. Os olhos verdes se arregalaram e ela levantou em um pulo, vestindo suas roupas em um piscar de olhos. Ao constatar que Any também estava devidamente vestida, ela destravou a porta, abrindo-a e bocejando.
-- Bom dia, Sav. -- A baixinha disse animada.
 
-- Bom dia, Sofya! -- Em anos, aquela foi uma das poucas vezes onde Savannah  empregou o "bom" junto com o "dia" para Sofya e a loirinha, lógicamente percebeu.
 
-- Se chover de novo eu vou te assassinar, sua vagabunda. -- Sina disse irritada. -- Você nunca acorda esse horário.
 
-- Dirigi até mais tarde ontem. -- Savannah  disse e as três assentiram sérias. Savannah  pegou sua escova de dentes, sua toalhinha, a garrafa de água, como em toda manhã, e saiu para escovar seus dentes.
 
Os três sorrisos sugestivos subitamente se abriram na direção de Any e então ela soube: Elas ouviram Savannah  gemer na noite passada.
 
-- Eu já te amo só por isso. -- Heyoon sussurrou e Any corou.
 
-- Não sei do que estão falando. -- Any disse cabisbaixa.
 
-- Não há razão para se envergonhar. Gozar é bom. -- Sina disse e Any ergueu a cabeça, lhe fitando.
 
-- Não acredito que fez Savannah  gritar feito uma mocinha... -- Sofya disse baixinho, levando uma mão à própria boca para abafar uma risada.
 
-- Ela... -- Heyoon foi interrompida por uma tosse seca de Sina e, ao se virar, viu Savannah  voltando. Todas se ajeitaram nos bancos, averiguando se não tinha gozo por alguma parte; não queriam se sujar com a porra de sua irmã e, no caso de Heyoon, cunhada.
 
-- Estão muito quietas hoje. -- Savannah  disse, vendo Any sair para escovar seus dentes.
 
-- Sou um zumbi antes do meio dia. Não fale comigo. -- Sina disse séria e mal humorada.
 
-- Ainda estou com sono. -- Sofya resmungou e Heyoon apenas se deitou sobre o peito de Sina. Savannah  suspirou internamente por ver que suas irmãs e cunhada não desconfiavam de nada e abriu a tampa do isopor.
 
-- Precisamos parar em algum canto e comprar mais gelo e mais coisas para nossas refeições. -- Ela disse.
 
Assim que Any voltou todas comeram em total silêncio, mas quando Savannah  terminou primeiro Any lhe olhou surpresa.
 
-- Uau, estava mesmo com fome. -- Ela disse e Savannah  sorriu.
 
-- Depois de ont... -- Ela paralisou ao notar o que iria dizer, mas foi surpreendida por um grito de Heyoon.
 
-- Céus! A porta... Vem Sina, me ajude a fechar direito! -- A negra disse, saindo rápido do caminhão.
 
-- Sofya, pode vir também sua folgada! -- Sina gritou e Sofya sorriu amarelo.
 
-- Eu... estou indo. Licença meninas. -- E seguiu as garotas. Savannah  franziu o cenho e olhou para Any.
 
-- O que deu nelas? -- Any riu e se encostou de costas entre as pernas de Savannah , que escorou suas próprias costas na porta.
 
-- Não sei, mas que tal me dar um beijinho gostoso de bom dia? -- Any sussurrou, inclinando e virando um pouco o rosto para olhar para Savannah .
 
-- Elas já devem estar vindo. -- Savannah  sussurrou de volta, vendo Any se levantar um pouco e aproximar as bocas.
 
-- Não estão não. Dá tempo de me dar um beijo. -- Ela sussurrou com a boca já colada na de Savannah . A maior respirou fundo, sentindo o cheirinho de hortelã da pasta de dente, mesmo Any tendo comido uma fruta depois de escovar os dentes. Savannah  se inclinou ligeiramente e tocou seus lábios nos lábios geladinhos, macios e refrescantes de Any. A menor introduziu a língua na boca de Savannah  e sentiu a garota sugar seu lábio inferior com gana, antes de finalizar com um selinho.
 
-- Precisamos ir, mademoiselle. -- Savannah  disse em um sorriso, buzinando no momento seguinte. As três garotas entraram no caminhão e começaram a conversar entre si.
 
Savannah  ligou o caminhão e começou a dirigir, deixando um sorriso enfeitar seus lábios ao sentir Any encostar a cabeça em seu ombro. A mais velha não resistiu e se inclinou, depositando um doce beijo na testa de Any antes de olhar para trás para verificar se estava sendo observada. Encontrou as três garotas olhando para o teto e voltou a olhar para a frente. Any riu internamente, não entendendo como era possível Savannah  não perceber que suas irmãs sabiam.
 
Elas não queriam contar que sabiam à Savannah  porque a garota ficava bem mais à vontade quando pensava não estar sendo observada e, se dependesse delas, não contariam que sabiam.
 
-- Sav, posso ligar a rádio? -- Any perguntou.
 
-- Claro, Ny. -- As três garotas vibraram internamente, afinal, era dia das quarenta mais.
 
-- Adoro essa música! -- Any afirmou ao ver que tocava uma música antiga que ela amava.
 
-- Eu também. -- A maior disse, abrindo o vidro do seu lado e sentindo o vento esvoaçar seus cabelos e refrescar o interior do veículo.
 
-- No fundo dos meus olhos, pra dentro da memória te levei. Amor, você me tentou. Ô, Carla! -- Savannah  cantarolou junto com a música e Any suspirou bobamente, virando seu rosto para contemplar a vista de Savannah cantando, com a voz grave e rouca.
 
Any cantou um trecho da música sendo observada por uma Savannah completamente encantada com a morena
 
-- Sua voz é incrível e a música combina perfeitamente com ela. -- Savannah  disse gentilmente, com um sorriso nos lábios. O coro das três meninas interromperam a troca de olhares e a maior voltou seus olhos para a estrada.
 
-- Eu te amei como jamais um outro alguém vai te amar. Antes que o sol pudesse acordar... Eu te amei, ô, Carla! -- As três cantaram, sendo acompanhadas por Savannah . Any sorriu diante da cena. Era cômodo, confortável e e gostoso estar ali entre elas. A sensação de pertencer à uma família, que ela nunca tivera, dava as caras naquela altura de sua vida. A moça sorriu tristemente ao lembrar que sua viagem estava quase no fim.
Estúpido coração e sua mania de se apegar tão rápido.

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Destino Incerto (Savany) Onde histórias criam vida. Descubra agora