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Savannah sentiu alguém se remexer sobre seu corpo e abraçou mais o pequeno corpo; o perfume era suave e ao mesmo tempo afrodisíaco, trazendo boas sensações para o corpo de Savannah. Os olhos verdes se abriram na mesma hora assustados, vendo Any dormir sobre seu corpo. Porra! Tudo naquela garota cheirava a um convite para sexo.
 
Savannah estava prestes a empurrar Any quando se lembrou que por volta das cinco da manhã ela acordou, vendo que Any dormia abraçando seu próprio corpo. Como a mais velha também sentia frio ela pensou: Por que não?
 
Trouxe o corpo pequeno para cima do seu e se ajeitou melhor no lugar, esticando, pela primeira vez em horas, sua coluna. Any se mexeu confusa e abriu os olhos, pedindo desculpas, mas Savannah explicou que ela que aconchegou Any daquela forma devido ao frio. A mais nova perguntou se Savannah tinha certeza e, após receber a confirmação, Any voltou a deitar sobre o peito da maior e envolver seus braços ao redor dela, não demorando nem cinco minutos para voltar a dormir. 
 
Agora lá estava ela, vendo Any ressonar tranquilamente sobre seu peito. Savannah se permitiu analisar o rosto sereno de Any. Os machucados já eram quase invisíveis; a pele bronzeada era macia e livre de espinhas e os cílios eram longos; seu nariz combinava perfeitamente com a boca delicada e extremamente beijável da garota.
 
A maior levou uma mão aos cabelos de Any e começou a afagá-los inconscientemente, sentindo a textura macia e sedosa dos cabelos castanhos. A menor se remexeu embaixo de si e Savannah viu os longos cílios se abrirem vagarosamente. Any piscou lentamente até se dar conta de onde estava, erguendo a cabeça e a apoiando sobre o peito da maior. Savannah suspirou e sem perceber continuou a carícia.
 
-- Bom dia! -- Any disse com um tom rouco e levantou uma mão, coçando um dos olhos. -- Me mexi muito de noite? -- Savannah abriu um sorriso e negou com a cabeça.
 
-- Se você se mexeu eu nem vi, porque dormi feito uma pedra.
 
-- Céus, minha cabeça está explodindo. -- Any disse, escondendo seu rosto na curva do pescoço de Savannah. A respiração quente acariciando a pele de Savannah causou um arrepio na mais velha, que se levantou às pressas, se esquivando de Any como se tivesse acordado de uma espécie de transe.
 
-- Já perdemos tempo demais. Devemos ir. -- Ela disse séria. -- Esse aniversário me causou um bom atraso.
 
-- Por que em seu tom pareceu que eu tivesse alguma espécie de culpa? -- Any perguntou arqueando uma sobrancelha.
 
-- Alguém viu minha calcinha? -- Uma Sina completamente descabelada apareceu ali, abrindo a outra parte da cortina. -- Céus eu não sei onde está a minha calcinha.
 
-- Vamos parar em algum motel de beira de estrada para tomar um banho apenas, precisamos seguir o caminho. -- Savannah avisou.
 
-- Eu deixei ela aqui no banco ontem. Oh, meu Deus. Roubaram a minha calcinha.
 
-- Amor, deve estar jogada em algum canto. Não roubaram ela. -- Heyoon  disse, se espreguiçando e se sentando ao seu lado.
 
-- Era a minha calcinha preferida.
 
-- Hey, Sav... -- A voz doce de Any chamou-lhe a atenção. -- Desculpe se fui, é... um pouco chata demais ontem. -- Ela pediu e Savannah assentiu, passando para a frente e abrindo a porta sem dizer nada.
 
Dois minutos depois ela voltou com uma Sofya desnorteada. Heyoon  olhou para Sofya e sorriu maliciosamente.
 
-- Eu escutei uns gemidos pela manhã. -- Heyoon  disse e Sofya cruzou os braços.
 
-- Qual o problema em me masturbar? Tive um sonho quente, ora. -- Ela disse, olhando para baixo, vendo Sina olhando em baixo dos bancos.
 
-- Sofya, você viu minha calcinha?
 
-- Perdeu a calcinha de novo, Sina? -- Sofya perguntou negando com a cabeça.
 
-- Eu não fico me preocupando em onde jogar ela quando tenho uma Heyoon  me esperando. -- Sina respondeu apontando para Heyoon .
 
-- Vamos! Saia daí porque preciso dirigir. -- Savannah disse séria.
 
-- Não vai nem escovar os dentes ou comer? -- Heyoon  perguntou.
 
-- Ela é preta e rendada. Ninguém viu mesmo? -- Sina mal prestava atenção no que diziam ao seu redor.
 
-- Se eu me lembro bem, tem um motel há vinte minutos daqui. -- Savannah informou. A risadinha de Any ecoou pela lataria do caminhão, fazendo Savannah lhe olhar cética. -- Do que ri?
 
-- Acho que achei a calcinha da Sina!
 
-- Onde está? -- A loira perguntou atônita. 
 
-- Enroscada na parte de trás da jaqueta da Sofya. -- A baixinha se virou tentando ver as próprias costas e Sina puxou a calcinha de lá.
 
-- Ew! Não acredito que dormi com isso.
 
-- E ainda se masturbou. -- Heyoon  tirou o sarro, fazendo Sofya lhe olhar severamente.
 
-- Vamos! Preciso dirigir! -- Savannah insistiu e as garotas foram para a boléia, ficando apenas Sofya na frente com Savannah. 
 
O vento frio invadiu o caminhão assim que Savannah abriu a janela ao seu lado. Suas orbes focaram no céu, que era sempre tão azulado, mas naquele dia estava acinzentado.
 
-- Ai, que frio! -- Any reclamou baixinho.
 
-- Hoje vai chover e se prepare! Quanto mais ao para lá chegarmos mais frio se tornarão os dias. -- Ela disse, tendo em conta que iriam para uma cidade que fazia fronteira com o México, não que  México fosse frio, mas elas ainda estavam há alguns dias de entrarem de vez na primavera.
 
Os vinte minutos se passaram em total silêncio, Heyoon  estava deitada com a cabeça no colo de Sina, que acariciava suas costas e sorria bobamente admirando sua namorada; Sofya olhava pelos vidros enquanto as árvores iam ficando para trás; Savannah dirigia e de vez em quando fitava Any através do retrovisor; Já Any, bem, ela estudava as feições de Savannah. A garota sempre séria permitiu-se sorrir por um dia e depois voltou à seriedade de sempre. Por quê?
 
Ao chegarem, entraram a pé no motel e, ao explicarem que queriam apenas um banho, a mulher permitiu a passagem das cinco e mais a gata no mesmo quarto.
 
-- Por que está tão fria comigo e evitando me olhar? -- Any perguntou enquanto todas entravam agora limpas, depiladas, cheirosas e mais leves, no caminhão.
 
-- Não estou fazendo nada disso. -- Savannah falou, vendo um relâmpago iluminar o céu.
 
-- Me desculpa se eu te fiz passar dos limites de seus próprios princípios. -- Any pediu baixinho, timidamente fitando suas mãos. Savannah olhou para a garota, vendo o vento fazer os fios de seus cabelos esvoaçarem sobre seu rosto. -- Eu estava um pouco bêbada e não deveria...
 
-- Any, entre no caminhão. -- Savannah disse em um longo suspiro e Any lhe fitou, seu sorriso fraco tentou camuflar seu olhar triste.
 
-- Tudo bem. -- Ela respondeu, entortando a boca e entrando no caminhão. Savannah desviou seu olhar, pois a garota usava novamente seu vestido azul e não queria faltar-lhe ao respeito vendo sua calcinha. -- Podemos conversar sobre isso alguma hora? -- A menor perguntou fitando Savannah, que segurava a porta.
 
-- Eu realmente prefiro não tocar nesse assunto. -- E, ao dizer isso, a porta foi fechada. Savannah deu a volta no caminhão e entrou, se acomodando ao lado de Any sem voltar a olhar para ela nas próximas horas.
 

Destino Incerto (Savany) Onde histórias criam vida. Descubra agora