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-- Cor preferida? -- Any perguntou à Savannah enquanto levava uma longneck à sua boca. 
 
-- Hã, não sei, azul talvez. -- A garota respondeu.
 
A maior estava encostada no lado esquerdo da boléia, enquanto Any estava ao seu lado direito. Sina e Heyoon  estavam aos amassos no banco da frente e Sofya dormindo ao lado delas, com a gata em seu colo.
 
Haviam comido pizza e bebido por horas; ligaram a rádio no último volume e dançaram do lado de fora; as pobres almas embriagadas se divertiram como nunca, mas naquele momento, às três e cinquenta e dois da madrugada a energia já havia ido embora e sobrado apenas a embriaguez.
 
-- Por que azul? -- Any perguntou e Savannah arqueou uma sobrancelha, capturando a pequena garrafa da mão da moça para então dar um grande gole.
 
-- Não sei. Passo parte do meu tempo olhando para o azul do céu e o verde das árvores.
 
-- Certo, sua vez. -- Any disse, vendo Savannah virar o restante do líquido. Ela deu um suspiro e se inclinou, passando por cima das pernas de Savannah e pegando mais uma cerveja do isopor. Estavam em um jogo de perguntas e respostas para se conhecerem melhor e Sina achou isso muito chato, preferindo começar uma sessão de amassos com Heyoon . 
 
O som estava baixo, mas ainda assim não se dava para ouvir o que as meninas falavam lá na frente e vice e versa.
 
-- Fruta preferida? -- Savannah perguntou, mal piscando para apreciar as coxas da menor enquanto a garota voltava a se sentar direito.
 
-- Banana. -- Any respondeu e soltou uma risada gostosa. -- Irônico, não? 
 
-- Por quê? -- Savannah perguntou vendo Any se virar de frente para ela e se aproximar sorrindo.
 
-- Por que no sentido erótico é da otra fruta que eu gosto. -- Murmurou com a voz rouca, encarando intensamente o olhar de Savannah. -- Abre para mim?
 
-- Como? -- Savannah perguntou piscando em confusão, vendo Any morder o lábio inferior e rir em Savannahl de sua embriaguez.
 
-- A garrafa. -- Any explicou, vendo Savannah corar e suspirar assentindo.
 
-- Oh, claro, a garrafa. -- Ela disse respirando fundo e pegando a garrafa da mão da menor. Sentia o álcool percorrer suas veias deixando cada ação de Any duas vezes mais sexy e intensa.
 
-- Obrigada. -- A menor disse, pegando a garrafa assim que Savannah a abriu e dando um gole. -- Hmmm, geladinha.
 
-- Você não tem cara de que gosta de cerveja; eu nunca imaginaria. -- Savannah disse sentindo sua fala levemente enrolada. Any riu de uma forma agradável para os ouvidos da maior antes de dizer algo.
 
-- Ah, não? E do que eu tenho cara de gostar de tomar? -- A sobrancelha erguendo-se sutilmente e o sorriso sacana nos lábios eram imaginação de Savannah?
 
-- Hm, não sei. Champagne. -- Savannah sugeriu sentindo-se nervosa sob o olhar intenso da garota.
 
-- Bem, já lhe disse que de champagne eu não gosto. -- Relembrou. -- Acho que é minha vez de perguntar. 
 
-- À vontade. -- Savannah disse pegando novamente a pequena garrafa da mão de Any e dando outro gole.
 
-- Sentiu vontade de me criticar quando eu disse não crer em santos e na virgem? -- Savannah lhe fitou e sorriu.
 
-- Você me criticou mentalmente quando eu disse que acreditava?
 
-- Não. Cada um com sua fé. -- Any respondeu.
 
-- E não tentaria me fazer desacreditar?
 
-- Eu não tenho interesse em abalar a sua fé. Não entendo essas pessoas que insistem tanto em te arrastar para a visão deles.
 
-- Eu penso exatamente igual a você. -- Savannah disse. -- Mas faça outra pergunta porque eu não quero falar disso estando embriagada, me sinto uma pecaminosa de primeira. -- Brincou, rindo e se remexendo para acomodar melhor o corpo.
 
-- Certo, hmm... -- A garota começou, desviando seu olhar para a frente para se certificar de que ninguém estaria lhe olhando. -- Eu sou meio cara de pau, já aviso.
 
-- Seu rosto não se assemelha à um pau, tenho certeza. -- Savannah brincou, fazendo Any rir e empurrar levemente seus ombros.
 
-- Idiota, você entendeu. -- Any disse sorrindo.
 
-- Só pergunte, Any. -- Savannah disse e Any assentiu, jogando seus cabelos, que agora caíam sobre seus ombros, para suas costas novamente.
 
-- Você me acha atraente? -- Se Savannah estivesse tomando algo naquele momento ela, com certeza, teria engasgado. Como Any perguntava algo assim?
 
-- Eu, uh, não acho essa uma pergunta válida. -- Savannah disse desviando seu olhar para a garrafa em sua mão.
 
-- Savannah, eu já sou adulta. Receber um não pode até abalar um pouco meu ego, mas não vou sofrer por isso. -- Any disse soltando uma risada anasalada. -- É simples, me acha atraente ou não? -- Savannah resmungou algo baixinho e Any sorriu, era a primeira vez que ela resmungava em várias horas.
 
-- Acho, droga. Como não achar? Duvido existir algum ser humano capaz de te achar feia.
 
-- Com certeza há. -- Any respondeu.
 
-- Bateram forte com a cabeça, tenho certeza. -- Savannah alegou e Any sorriu, pegando a garrafa da mão de Savannah e removeu uma mecha de cabelo de seu rosto, colocando-a atrás de sua orelha, olhou para baixo, mordendo seus delicados lábios e sorriu de uma forma contida.
 
-- E o que te impede de me beijar? -- Any perguntou erguendo seus longos cílios na direção da garota. -- Já reparei que você foge de mim.
 
-- Uou, você é mesmo cara de pau. -- Savannah disse rindo desconfortável, sentindo o gosto do álcool em suas papilas gustativas.
 
-- É só uma pergunta. Eu não vou te atacar ou algo assim. -- A menor disse em um tom divertido. Os olhos de Savannah não conseguiam se desviar de cada pequeno detalhe da menor; ela era muito, muito interessante.
 
-- Eu levo a sério essa coisa de sexo. -- Savannah disse e Any sorriu.
 
-- Para me beijar você não precisa transar comigo. Já aprendeu sobre isso? -- Any brincou, bebendo mais um gole da cerveja. -- Mas tudo bem, não vou ser chata quanto a isso. Sua vez de perguntar. -- Os olhos da maior se desviaram para as cortinas. Uma lufada de ar foi exalada antes de ela se inclinar e puxar vagarosamente o pano da cortina para não chamar a atenção do casal na frente. Quando a cortina estava toda fechada Savannah se inclinou e puxou Any para cima de si, com uma perna de cada lado, porque do canto onde ela estava seria mais difícil de vê-las.
 
-- Que tal me dizer como consegue provocar essas reações em mim? -- Savannah sussurrou e Any sorriu surpresa pela ação.
 
-- Que reações? -- Any questionou com uma falsa inocência, colocando a garrafa que estava em sua mão no canto esquerdo de Savannah.
 
Savannah franziu os olhos e sentiu-se travada. Queria tocar cada centímetro de pele da garota em seu colo; queria beijá-la de todos os jeitos possíveis. A maior engoliu em seco ao olhar para baixo e perceber que a menor usava apenas um vestido, o que fazia suas coxas relarem diretamente nela. 
 
-- Pode tocar... -- Any sussurrou, tendo se inclinado para dizer em seu ouvido. A mais nova segurou uma das mãos de Savannah e a levou até a pele de sua coxa.
 
Savannah arfou ao sentir Any distribuir delicados e lentos beijos por seu pescoço e não resistiu em levar suas mãos até aqueles dois enormes montes na parte traseira do corpo de Any, apertando a carne com vontade por debaixo do vestido. A menor gemeu baixinho em seu ouvido e se virou para ela com os olhos enegrecidos pelo desejo. 
 
Savannah poderia nunca ter tido sexo casual, contudo, isso não fazia dela uma virgem ou uma santa. Sua respiração estava entrecortada e sua excitação já era sentida entre suas pernas, causando um leve desconforto devido à umidade.
 
-- Viu? Se divertir às vezes pode ser legal. -- A voz de Any saiu bem baixa, levemente rouca e de um modo bem sexy. Seu hálito escovava o rosto de Savannah; cheirava a menta e cerveja e Savannah não resistiu em voltar a apertar a carne em suas mãos, tentando colar mais os corpos e fazendo Any gemer baixinho novamente, porém dessa vez Savannah foi capaz de ver os olhos fechados e a boca entreaberta de Any, que remexeu lentamente sobre o colo de Savannah em busca de fricção. 
 
Os olhos castanhos se abriram e suas mãos foram para a nuca de Savannah; suas unhas se arrastaram na região e ela se inclinou, roçando seus lábios nos de Savannah, mas sentiu seu corpo ser jogado para o lado quando a cortina foi aberta.
 
-- Eu só vim me despedir. Meu corpo todo dói nesse banco duro e tem um casal quase transando ao meu lado. Então boa noite, meninas. -- Sofya disse. Não parecia ter notado algo devido à forte embriaguez e sono.
 
-- Boa noite, Sofya. -- Savannah disse e Any se ajeitou no banco, apenas fazendo um movimento com a cabeça. -- Acho que devo dormir também. -- A maior falou assim que Sofya saiu. -- Boa noite, Any. -- E virou-se de lado.
 
Any bufou e se ajeitou no banco numa posição desconfortável para dormir, porque ali caberiam duas pessoas para dormir se ambas se deitassem na horizontal, não daquela forma. Seus olhos foram novamente para Savannah e então a menor sentiu-se ainda mais frustrada.
 
Não era justo ir dormir pela terceira noite seguida excitada. Realmente não era.

Destino Incerto (Savany) Onde histórias criam vida. Descubra agora