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-- Eu preciso te contar algo.
 
Certo. Lá vem bomba. Por que raios Any sempre fazia isso? A maior piscou lentamente e subiu sua calça, a deixando aberta ainda.
 
-- Então conta. -- Savannah  disse, vendo Any rir sapeca.
 
-- Eu quase gozei junto com você. -- Confessou mordendo o lábio inferior.
 
-- Any! -- Savannah  repreendeu com veemência, se virando ligeiramente apenas para empurrar levemente os ombros da menor. -- Pensei que fosse algo sério. Que susto!
 
-- Desculpe. -- Any riu baixinho, sentindo-se mais nervosa do que o normal de repente. -- Lo?
 
-- Hm?
 
-- Não era isso que eu iria contar, apenas perdi a coragem por dez segundos. -- Disse em um suspiro.
 
-- Então do que se trata? -- Savannah  perguntou e Any desviou os olhos para a chuva.
 
-- Eu, huh... -- Exalou o ar de seus pulmões e fitou intensamente Savannah . -- Olha, eu te contei que não tenho mais onde morar; te contei que apanhei, então não tenho por que te esconder nada.
 
-- Any, está me preocupando. -- Savannah  disse, se virando mais para a menor.
 
-- Eu não sou mais uma adolescente boba e por isso eu vou ser bem sincera aqui. Por favor, só não me odeie ou se afaste de mim, eu realmente adoro a sua companhia. -- A menor disse, vendo Savannah  assentir.
 
-- Prometo. -- Savannah  disse, vendo Any morder seu lábio inferior.
 
-- Eu me apaixonei por você, Savannah .
 
Silêncio.
 
Mais silêncio.
 
Savannah  não conseguia acreditar no que seus ouvidos haviam escutado, por isto acabou ficando muda, completamente sem reação, o que deixou Any mais nervosa ainda.
 
-- Eu sei que só nos conhecemos há meio mês e que é muito cedo, mas eu tenho certeza. -- Any afirmou com veemência. -- Eu não sei se foi por carência, por nunca ter tido alguém que cuidasse de mim igual você ou se apenas seu jeito completamente protetor e sério. -- Savannah  ouvia tudo atentamente. -- Eu fiquei fascinada com seu jeito no início.
 
Any dizia tudo, buscando a maneira menos impactante de se explicar, mas pela reação de Savannah , não tinha dado muito certo.
 
-- Você era totalmente o oposto do que falava. Era rude em palavras, mas doce em ações. -- Any disse sorrindo de um modo terno. -- Brigava comigo enquanto colocava gelo em meu rosto; resmungava baixo enquanto me oferecia de bom grado sua blusa; me olhava seriamente enquanto me oferecia algo para comer; se mostrava dura, enquanto optava por passar frio ao me ceder seu cobertor.
 
Savannah  jamais havia se visto pelo ponto de vista de outra pessoa e realmente a figura que Any pintou dela era bem bonita.
 
-- Eu senti a necessidade de tentar te descobrir, te entender. -- Any disse, acariciando o rosto de Savannah  gentilmente. -- Percebi que você reagia como um furacão quando algo te machucava, mas logo se arrependia, igual da vez que liguei o rádio e você me expulsou do caminhão. Não se passou nem um minuto até você ter ido me buscar. -- Any disse rindo. -- Também percebi que fazia isso para se proteger da minha proximidade, igual da vez que me ofendeu e eu saí do caminhão no meio da chuva, lá estava você, de novo arrependida em menos de um minuto.
 
-- Desculpe por isso. -- Savannah  disse entortando o canto de sua boca e Any negou.
 
-- O fator principal aqui não é esse, Savannah . -- Any disse, olhando para a chuva antes de voltar a fitar Savannah  com toda a intensidade que havia em seu ser. -- O fato é que descobri que você vive cuidando e protegendo os outros e talvez você só precise de alguém que te ame e cuide de você também; que te mostre que o mundo pode ser divertido também... -- Falou com toda a sinceridade, analisando minuciosamente as expressões de Savannah . -- E eu estou disposta a ser essa pessoa se você deixar.
 
Se apaixonar em alguns dias só não era mais surreal do que se apaixonar e ser correspondido. O brilho e a expectativa no rosto de Any fizeram Savannah  perceber que deveria falar algo ao invés de afundar em sua mente.
 
-- Eu deixo. -- Savannah  sussurrou após longos segundos em silêncio, sentindo-se quase com falta de ar.
 
-- Deixa? -- Um lindo sorriso se abriu no rosto de Any. -- Está falando sério?
 
-- Claro que eu estou, Any. -- Savannah  disse solenemente. -- Até parece que eu diria não para a garota que habita meu coração.
 
Isso realmente pegou Any de surpresa, pois suas sobrancelhas alçaram alguns milímetros e seu sorriso quase rasgou seu rosto.
 
-- Está dizendo que é recíproco?
 
-- Sim. -- Savannah  disse, segurando a mão de Any que acariciava seu rosto, a levando até sua boca e depositando um beijo gentil sobre a pele dela. -- Estou dizendo que isso é surreal e eu até riria se alguém me dissesse que se apaixonou em tão pouco tempo, isso se não tivesse acontecido o mesmo comigo.
 
-- Então me dá um beijo para provar que é real? -- Any sussurrou, inalando o cheiro dos cabelos de Savannah  antes de ver a maior se inclinar e esbarrar seus lábios nos dela. O toque foi suave, gentil e singelo, todavia, o coração de ambas transbordava tanta felicidade que o toque de lábios passou a ser mais profundo, ainda lento, no entanto.
 
-- Só colocando em outras palavras para eu ter certeza: Você aceitou namorar comigo ou... -- Any proferiu com sua boca ainda sobre a de Savannah . A maior riu e depositou um beijo em seu rosto.
 
-- Sim, Any. Eu aceitei. -- Ah, como Savannah  amava aquele sorriso de Any. Aqueles dentes perfeitamente alinhados e aquele brilho nos olhos sempre faziam seu coração errar uma batida. -- Como consegue ser tão linda desse jeito?
 
-- Para, Savannah ! -- Any pediu, afundando seu rosto na curva do pescoço da maior devido à timidez.
 
-- Como pode ser tão sem vergonha para algumas coisas e tão tímida para outras? -- Savannah  questionou rindo.
 
-- Eu não sei lidar com elogios.
 
-- Pois deveria aprender, porque eu nunca vou me cansar de te elogiar. -- Savannah  disse, olhando para a chuva, que diminuía drasticamente. -- Ny?
 
-- Sim?
 
-- Eu te disse que não gostava de nada casual. -- Falou rindo.
 
-- Mas comigo começou assim. Assuma!
 
-- Talvez no fundo eu já soubesse que você seria mais do que isso na minha vida. -- Any sorriu bobamente e envolveu seus braços ao redor da maior, abraçando-a.
 
-- Talvez já soubéssemos, então.

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Feliz dia dos namorados pra quem namora

Feliz dia do tédio pra quem não namora e é a vela

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