As línguas se encontraram com ternura e, ao contrário do que Savannah pensava, Any não pareceu sedutora e provocante, senão imersa e entregue àquele beijo. Savannah sentiu seu peito inflar por uma sensação estranhamente boa e nova; como se seu estômago estivesse prestes a roncar, no entanto apenas vibrava sozinho e calado; um pouco acima de seu ventre a sensação era de mil pedras de gelo tocando o local; uma espécie de adrenalina tomou conta de todo o seu corpo e ela apertou mais os braços ao redor de Any. A menor arfou na boca de Savannah e separou o beijo, sentindo-se tímida por ter acabado de fazer algo que não deveria.
-- Desculpe. -- Ela pediu abaixando a cabeça, meio aturdida ainda pelas sensações. Savannah tocou o indicador e o polegar em seu queixo e guiou o rosto fino até encontrar seus olhos.
-- A única a pedir desculpas aqui sou eu. -- Savannah disse calmamente. -- E acho que preciso me desculpar por outra coisa agora.
-- Pelo quê?
-- Por isso. -- Ela sussurrou, voltando a tocar seus lábios nos de Any. Os lábios gelados e macios eram deliciosos e Savannah precisava provar mais deles.
Por um instante ela esqueceu que a chuva caía sobre elas e que o frio castigava seus corpos. Seus sentidos estavam todos focados em Any e nas reações que seu corpo sentia ao estar assim com ela. Havia meses que não beijava ninguém, mas ela tinha certeza que jamais provara lábios mais adocicados e suaves do que os da garota que naquele momento a beijava.
Any adentrou uma mão em seus cabelos e arrastou as unhas em seu couro cabeludo, tendo a outra mão apertando a camisa ensopada de Savannah sobre a região da cintura. A mais nova sugou o lábio inferior de Savannah e deu um longo selinho na maior, sorrindo de forma contida, tendo seus olhos ainda fechados.
-- Se eu pedir agora para voltar para o caminhão comigo você iria? -- Savannah sussurrou e Any mordeu a bochecha na parte interna, respirando fundo e assentindo. Savannah entrelaçou seus dedos branquelos nos dedos finos e compridos de Any e a puxou para o caminhão. Any entrou no veículo e olhou sem graça para Savannah.
-- Eu disse que não queria molhar seu caminhão. -- Ela disse baixo. -- Poderia se virar? -- Savannah bufou e Any sorriu. -- A menos que não se importe. Eu já fiquei nua em sua frente e não me importo em...
-- Eu viro. -- Savannah disse quase em um resmungo e se virou. Any retirou o vestido molhado de seu corpo e logo em seguida a calcinha. Procurou ali por trás o outro vestido e o vestiu sem calcinha mesmo. O clima dentro do caminhão era quentinho e Any agradeceu mentalmente.
-- Pronto. -- Savannah se virou novamente e a encontrou já vestida. -- Agora você precisa se vestir com algo seco. -- Any avisou e Savannah entortou a boca.
-- Não tenho nada seco aqui em cima. -- Reclamou. -- Vou ter que ir lá atrás e aquelas fofoqueiras vão querer saber o que houve. -- Any sorriu.
-- Você poderia dizer que atolamos e você foi tentar colocar algo embaixo para o caminhão sair. -- A menor disse e Savannah sorriu, assentindo. Voltou a abrir a porta e em menos de dez minutos estava de volta.
Seus olhos analisaram as coxas de Any, que agora estava na boléia, e pararam no vão do vestido. Savannah prendeu a respiração quando viu que a garota não usava calcinha, mas estava distraída demais com a gata para perceber que estava exposta. Ela desviou o olhar e respirou fundo.
-- Vamos descansar. -- Ela disse solenemente.
-- Deita aqui comigo? Estou com frio por ter vestido a roupa seca com o corpo molhado e meu cabelo, bem, ele está encharcado ainda. -- Savannah pensou um pouco e assentiu, passando para trás do caminhão e entregando algo para Any.
-- Trouxe para você. Enxuguei mais ou menos os meus lá atrás. -- Savannah disse, entregando uma toalha para Any. A mais nova jogou seus cabelos para a frente e os enxugou por um tempo, para logo a deixar em um canto e olhar para Savannah.
-- Obrigada. -- Ela disse, se deitando e dando três palmadas ao seu lado. Savannah entendeu o recado e vagarosamente se deitou de frente para Any.
-- Desculpe de novo? -- Savannah pediu baixinho. -- Eu realmente não quis te faltar com respeito ao dizer aquelas coisas. Fui rude, desnecessária, baixa e...
-- Savannah! -- Any chamou, rindo. Segurou a mão de Savannah que se movia no ar em Savannahl de pleno nervosismo e entrelaçou seus dedos nos dela. -- Eu sei que você não quis dizer aquilo.
-- Mesmo assim... -- Os olhos verdes foram para suas mãos entrelaçadas e ela se sentiu ainda pior. -- Eu jamais pensei nada assim de você. Preciso que saiba. -- Any assentiu e aproximou seu corpo.
-- Eu sei. -- Ela disse baixo, se inclinando e capturando os lábios rosados de Savannah nos seus. Viu que a garota não protestou e comemorou internamente. Savannah, ao sentir as línguas entrarem em contato, soltou da mão de Any e segurou sua cintura, apertando a região e puxando Any para ficar por cima dela, mais confortável para ambas devido ao pouco espaço.
Se arrependeu instantaneamente ao se lembrar que Any não usava calcinha. Any mordiscou seu lábio inferior para logo voltar a introduzir sua língua na boca de Savannah e a maior gemeu baixinho ao não resistir e levar suas duas mãos até a bunda de Any, apertando a carne por baixo do vestido curto.
Any arfou em sua boca e passeou sua mão pelo corpo da maior, até chegar no seio de Savannah, o segurando com vontade e sentindo seu centro pulsar ao ouvir Savannah gemer de maneira rouca e levar uma de suas pernas ao meio das pernas de Any.
A menor gemeu um pouco mais alto por ter sido pega de surpresa e afundou as unhas da outra mão na carne da cintura de Savannah.
-- Eu estou sem calcinha. -- Any sussurrou, sentindo Savannah movimentar a perna novamente em seu centro. -- Por Deus, pare! -- Ela suplicou com a respiração entrecortada.
-- Por quê? -- Savannah perguntou sentindo o sangue correr mais rápido por suas veias.
-- Porque eu estou muito... -- Any sussurrou arrastando os dentes levemente pelo pescoço de Savannah. -- Muito excitada e isso vai molhar a sua calça.
-- Se eu tirar a calça acaba o nosso problema então. -- Savannah disse e Any lhe fitou embriagada de desejo.
-- Tem certeza? -- Savannah levou uma de suas mãos até o meio das pernas de Any e deslizou dois de seus dedos com vontade pela região externa, sentindo o quão lubrificada a garota estava. -- Oh, céus... Que delícia! -- Any gemeu baixinho, se inclinando e tomando os lábios de Savannah em um beijo mais intenso.
Uma grande batida na porta fez Any pular assustada e Savannah remover a mão de onde estava.
-- Abre a porta. Está chovendo muito! -- A voz de Sofya ressurgiu do lado de fora e Any se ajeitou enquanto Savannah corria em abrir a porta, murmurando mil palavrões no caminho. -- Oh, graças a Deus.
-- O que faz aqui? -- Savannah perguntou, tentando não dar evidências de sua frustração.
-- Você nos acordou e Yoon e Sina começaram a transar. Eu que não vou ficar lá empacando ou assistindo uma foda. -- Ela disse secando as gotas de chuva que a tocaram. -- Odeio atrapalhar gente transando.
-- Ah. -- Savannah disse, pulando para a parte de trás novamente e se deitando ao lado de Any. -- Durma aí na frente, então. -- Ela disse, sussurrando um "me desculpe" para Any antes de fechar os olhos.
Any olhou para Sofya e sorriu, antes de se deitar e bufar. Mais uma noite que ela dormiria sentindo sua intimidade pulsar. Era alguma brincadeira mesmo, deveria ser!
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Destino Incerto (Savany)
FanfictionSavannah Clarke uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmãs adotivas...