25

1K 114 2
                                    

-- Savannah ... -- Any gritou em meio a risos quando sentiu Savannah  levantá-la no meio da rua e rodopiá-la no ar. -- Me põe no chão. -- Ela pediu, soltando um gritinho quando Savannah  fingiu que iria derrubá-la.
 
-- Desculpe, é que foi gol, Ny. -- Ela disse, descendo Any e a abraçando animada. Depois que saíram do restaurante viram uma aglomeração na praça e Sina, como sempre festeira, teve que ir ver do que se tratava. A seleção de seu país jogava e a lanchonete da frente distribuiu mesas e cadeiras por toda a praça, servindo as pessoas. Elas tomaram seus assentos por ali e pediram uma cerveja, mas quando saiu gol todas já estavam altas demais. Certamente dormiriam na cidade, Savannah  não estava em condições de dirigir.
 
-- Eu prefiro comemorar de outro jeito esse gol. -- Any falou sorrindo.
 
--  E como?
 
-- Não sei se tenho permissão de te beijar na frente das suas irmãs. -- Any sussurrou e Savannah  sorriu.
 
-- Elas fingem que não veem, não sei por qual razão. -- Savannah  disse rindo. -- Mas você tem permissão de me beijar quando e onde quiser.  -- Sussurrou.
 
-- Vou manter isso em mente. -- Any disse se inclinando e tocando seus lábios nos de Savannah . O beijo não demorou muito porque o lugar estava lotado e elas não queriam dar um show ao vivo, por isso se sentaram. Savannah  na cadeira e Any em seu colo.
 
-- A Sofya vai sobrar esta noite. -- Sina disse, fazendo as garotas lhe olharem.
 
-- Não vou. Cristal dormirá comigo. -- Ela disse determinada e Any sorriu.
 
-- Promete cuidar do meu bebê pela noite? -- Any perguntou em um bocejo e Sofya sorriu.
 
-- Só se você prometer cuidar do meu.
 
-- Hey, eu não sou bebê. -- Savannah  protestou.
 
-- Você e Sina sempre serão meus bebês. -- A loirinha disse orgulhosa, desviando sua atenção para a televisão.
 
-- Eu não entendo por que não passam a bola para o cara com o apito. -- Any falou e várias cabeças se viraram em sua direção, inclusive de pessoas desconhecidas. Any corou e se virou de lado, enterrando sua cabeça na curva do pescoço de Savannah . -- Eu não entendo de futebol, oras. Lo, diz para eles não me olharem. -- Ela disse envergonhada e Savannah  riu.
 
-- O cara do apito é o juiz do jogo, Ny. -- Savannah  disse pacientemente, acariciando as costas da menor. -- Ele não joga. Só está ali para garantir que ninguém irá infringir as leis do jogo.
 
-- Oh! -- A menor disse, mas não adiantava, ela não gostava de futebol e, por esta razão, adormeceu no colo de Savannah  alguns minutos depois.
 
[...]
 
O par de olhos castanhos se abriu confuso. Any se assustou por alguns instantes ao ver que estava sozinha na cama, mas sorriu mais tranquila ao ver Savannah  sair do banheiro.
 
-- Hey... Dormi enquanto você tomava banho. -- Any disse e Savannah  riu.
 
-- Você está uma dorminhoca hoje. -- Savannah  disse, engatinhando na cama e dando um selinho em Any. Estavam em um hotel próximo a onde deixaram o caminhão, buscaram Cristal e fizeram o cadastro. Any foi a primeira a tomar banho e acabou dando um cochilo quando viu que a maior demorava demais.
 
-- A culpa é do vinho. Sempre me dá sono. -- Any disse se aconchegando no corpo de Savannah .
 
-- Desculpe ter te acordado.
 
-- Não se desculpe. Gosto de dormir sabendo que estou com você. -- Any disse ainda sonolenta, sentindo o vento frio adentrar as frestas da janela e se arrepiou. -- Hoje está mais friozinho do que nos últimos dias.
 
-- Quer que eu peça outro cobertor? -- Savannah  perguntou e Any negou.
 
-- Só me abraça que o frio vai embora. -- Pediu e Savannah  acatou, circundando um braço em volta da menor, que estava deitada sobre se teu peito.
O silêncio se instaurou e quando o sono estava, finalmente, chegando para Savannah  Any voltou a falar.
 
-- Você ficou falando só de mim e de coisas aleatórias e acabei de perceber que você não me falou nada sobre a sua vida.
 
-- Não tenho muito o que falar. Eu, Sina e Sofya fomos adotadas ainda muito pequenas. Minha mãe adotiva morreu quando eu era bem nova e meu pai era um homem maravilhoso, descontraído, divertido, brincalhão e doce. -- A voz saiu nostálgica. -- Seu jeito me lembra dele.
 
-- Sinto muito que ele tenha partido. -- Any disse, depositando um beijo na clavícula de Savannah .
 
-- Eu também. -- Savannah  disse em um suspiro.
 
-- Sav, faz carinho? -- Any pediu de olhos fechados. -- Você sempre faz e agora não está fazendo. -- Any disse com a voz um pouco mais dengosa. Savannah  assentiu e levou sua mão ao couro cabeludo de Any, acariciando a região. -- Eu estou triste... -- Any confessou em um sussurro.
 
-- O que você tem, morena? -- Savannah  perguntou.
 
-- Não sei. Talvez tenha sido o álcool, mas uma sensação de vazio me preencheu. -- Ela disse baixinho. -- Eu nunca tive ninguém que prestasse a atenção em mim e agora que... -- Any suspirou e negou com a cabeça. -- Não dê ouvidos ao que eu digo.
 
-- Hey, eu sempre darei ouvidos ao que você diz. Me diz uma coisa... E seu pai, onde está?
 
-- Em algum lugar do mundo. Talvez em baixo da terra, não sei. Não conheci.
 
-- Mas foi registrada?
 
-- Sim, o Soares é dele, mas realmente não quis procurar. Não me interessa buscar alguém que me abandonou ainda criança.
 
-- Entendi. -- Savannah  disse. O silêncio voltou a se instalar no ambiente e logo a risadinha de Any se fez presente.
 
-- Sav?
 
-- Sim?
 
-- Aquele seu livro é sobre o quê? -- Savannah  riu e negou com a cabeça.
 
-- Durma Any. -- E essa foi a válvula para fazer a garota erguer o corpo e lhe fitar.
 
-- Diz, por favor? Eu prometi não mexer mais nas suas coisas ou invadir o seu espaço, mas sou muito curiosa e vou morrer se você não contar. -- Savannah  riu ao ouvir o drama da menor.
 
-- Certo. É romance.
 
-- E qual parte te excitou?
 
-- Como? -- Savannah  perguntou confusa.
 
-- Você estava, bem... não que eu seja uma pervertida, mas você estava sem sutiã naquela outra noite e eu vi seus seios enrijecidos. Você também se remexia inquieta.
 
-- Certo. É um romance erótico, tudo bem? Gosto de estórias assim. -- Savannah  confessou, dando-sepor vencida.
 
-- Depois me diz o nome? Quero ler também.
 
-- Digo. -- E, ao se sentir menos agitada, Any voltou a se deitar.
 
-- Sav? -- Savannah  riu e assentiu, já sabendo o que a garota iria pedir. Voltou a afundar suas mãos nos cabelos sedosos de Any. -- Boa noite, Sav.
 
-- Boa noite, Ny.

Destino Incerto (Savany) Onde histórias criam vida. Descubra agora