As garotas estavam ajeitando os preparativos finais para a festinha de arrecadação de fundos para crianças carentes. Tudo já estava quase impecável, exceto pelos últimos balões que Malcon pendurava. A música já estava tocando, as luzes amareladas já estavam acesas e contrastavam com as diferentes cores de balões ali.
-- Em qual barraca você vai ficar? -- Any, que chegara de repente, perguntou animada para Savannah , quem conversava com Sina.
-- Oi, Ny. -- Savannah disse sorridente, se virando para ela. -- Vou ficar na de cachorro-quente. E você?
-- Na de algodão doce. Compra dois para mim? -- Any pediu e Savannah riu.
-- Dois? Que gulosa!
-- Não são os dois para mim. O outro quero dar para uma garota que estou afim. -- Any disse, vendo Savannah fechar a cara no mesmo momento.
-- Pelo amor de Deus, vocês já são assim e ainda vão tacar mais açúcar no meio? -- Sina perguntou rindo e Any deu de ombros.
-- Compra para mim, Sav? -- Any perguntou dengosa e Savannah assentiu, um pouco decepcionada e contrariada.
-- Compro, Ny.
-- Ebaa! -- Any disse, se inclinando e dando um beijinho casto nos lábios de Savannah . A maior retirou alguns dólares do bolso e deu para Any, que saiu saltitante para a barraca onde ela ficaria assim que as pessoas começassem a chegar.
-- Parece uma criança. -- Sina disse rindo, vendo Savannah coçar a nuca levemente incomodada. -- O que houve? -- Sina perguntou confusa.
-- Any acabou de falar que vai comprar algodão doce para alguém que está afim. -- Sina suspirou, negando com a cabeça.
-- Santa lerdeza! -- Proferiu revirando os olhos.
-- Sina, me ajude aqui a montar essa barraca! -- Heyoon gritou e a garota não demorou em acatar o pedido da namorada. Savannah bufou e olhou em volta: Contrariando o que ela havia pensado, o clima em San Diego não tinha nada de frio. Ela havia pisado em cidades próximas à cidade no inverno e por isso a imagem de lugar "frio" permaneceu em sua mente. Ela sentiu um dedo cutucar seu ombro e se virou, dando de cara com um enorme algodão doce rosa.
-- Oi. -- Any disse docemente, soltando uma risadinha baixa. -- Para você. -- Savannah franziu o cenho.
-- Você não disse que o outro algodão seria para a garota que você estava afim?
-- Exatamente. -- Ela disse timidamente, esticando o algodão doce para Savannah .
-- Obrigada. -- Savannah disse sorrindo, pegando o algodão da mão de Any e se inclinando para dar um beijo em seus lábios. A menor pegou um punhado de algodão doce e passou no canto dos lábios de Savannah , fazendo Savannah fazer uma careta e rir. -- Ny, eu vou ficar toda melada assim.
-- Hm... -- Any murmurou com um sorriso safado e se inclinou, chupando a região onde havia sujado. -- Que delícia!
-- Any! -- Savannah reclamou, tentando se manter comportada em público.
-- Desculpe. -- Any disse rindo.
-- Olá, vizinhas! -- Anne disse, perdendo a batalha para o ferro de sua barraca que não se abria. Savannah franziu o cenho ao ver a cena.
-- Olá, Anne. Quer ajuda? -- Savannah perguntou e a mulher sorriu, assentindo. -- Certo, Malcon, pode dar uma mãozinha aqui? -- Gritou, fazendo Any sorrir internamente.
-- É para já. -- O rapaz disse se aproximando.
-- Sou péssima com isso também, ele que montou a minha. -- Savannah explicou.
-- Sua barraca é do quê? -- Anne perguntou, se debruçando sobre a pequena bancada dali e deixando o decote em evidência.
-- Cachorro-quente e a sua?
-- Barraca do beijo. -- A mulher disse sorrindo maliciosamente. -- Se quiser colaborar com as pobres crianças em minha barraca eu ficarei feliz. Até pago o dólar por você.
-- Bem, obrigada, mas não. -- Savannah disse e Anne assentiu rindo.
-- Não gosta da barraca do beijo? -- A mulher perguntou.
-- Prefiro a de algodão doce. -- Savannah disse, fazendo Any sorrir amplamente.
-- Sav, está chegando gente, preciso ir. -- Any disse. -- Me dá um pouquinho do seu algodão antes?
-- Mas você tem um aí. -- Savannah alegou, rindo.
-- Mas o meu é azul; o seu é rosa. -- E como melhor argumento do mundo, na cabeça de Any, tudo fazia sentido. Savannah esticou seu algodão doce e Any pegou um pouco. -- Uma delícia. -- Disse lambendo os dedos. -- Tchau. -- E se inclinou, fazendo o que queria fazer na frente de Anne, mostrando que Savannah estava muito bem acompanhada. Seus lábios tocaram os de Savannah , mas ela aprofundou o beijo, sentindo a língua de Savannah acariciar a sua e sorriu entre o beijo, tendo certeza que a vizinha gostosona estaria assistindo tudo minuciosamente.
Para finalizar, Any mordeu os lábios de Savannah , dando um selinho demorado na garota antes de separar as bocas.
-- Você tem uma boca deliciosa. -- Any sussurrou, desta vez, unicamente para Savannah ouvir e a maior enrubesceu.
-- Você também.
-- Agora sim, tchau. -- Deu mais um selinho em Savannah e saiu, não saltitante como da outra vez, senão com um rebolar de mulher fatal que fazia Savannah se perguntar quantas facetas tinha sua doce Any.
-- Achei que tivessem dito que não namoravam. -- Anne disse, com um tom um tanto decepcionado. Savannah se virou para ela antes de tomar o poder da palavra.
-- E não namoramos. Ainda.
-- Uou. Pretende dizer sim? -- Que tipo de pergunta era aquela? Pensou Savannah . Era uma coisa meio óbvia.
-- Se ela pedir, então sim. -- Savannah explicou. -- Mas na verdade pretendo ouvir um sim. -- Anne arregalou os olhos surpresa.
-- Olha só, deveria ter me dito antes. Eu não quero ser um problema para vocês. Eu só estava à procura de diversão.-- Não será uma problema, não se preocupe.
-- Ela não tem ciúmes? -- Anne perguntou confusa e Savannah deu de ombros, realmente sem saber a resposta.
-- Acho que não, mas isso é um mau sinal? -- Questionou com as sobrancelhas alçadas.
-- Geralmente uma mulher apaixonada é um pouco ciumenta, mas depende, às vezes Any confia em você ou confia no próprio taco. Não ligue para isso, vá fundo.
Tarde demais. A mente de Savannah começou a pensar que talvez Anne estivesse certa: Any não tinha ciúmes. E se ela não gostasse de Savannah ?
Seus olhos foram para a barraca de algodão-doce, meio afastada da dela, mas ainda assim Savannah era capaz de ver o sorriso simpático no rosto de Any ao atender algumas pessoas. Ela não perdia a sua essência em momento algum, então Savannah não perderia a dela. Colocaria as cartas na mesa, mesmo com o risco de perder o jogo. A aposta era alta, mas valeria a pena caso ganhasse.
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Destino Incerto (Savany)
FanfictionSavannah Clarke uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmãs adotivas...