Capítulo 25

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- Vou falar com seu pai! – Falei para Heyoon me levantando de onde eu estava e saindo a passos largos.

- SINA! – Escutei Heyoon gritar por mim.

Olhei para trás para ver a menina dos olhos castanho, foi quando eu a vi desfalecendo bem próximo de mim, quase que se jogando aos meus pés.

- HEYOON!! – Gritei correndo em direção a mesma. – Yoon, acorda! Vamos.

- O que aconteceu? – Shiv e Hina falaram em coro.

- Eu estava saindo para resolver uma coisa e ela veio correndo atrás de mim e desmaiou.

- Shiv, corre! Pega álcool para ela. – Hina pediu para que a mais nova fosse pegar o líquido para despertar a Heyoon.

- A pressão dela deve ter baixado. – Falei para minha amiga que estava ao meu lado.

- Com certeza, ela não está comendo. – Hina disse preocupada.

- Sua irmã é muito teimosa às vezes, é de dar raiva sabia? – comentei com minha cunhada.

- Sei bem disso... – Ela riu um pouco por causa do que eu falei. – Convivo com ela a quase 20 anos, esqueceu?

- Irmãos mais novos... – Falei acompanhando minha amiga na risada.

- Pois é, ame-os ou ature-os. – Hina era irmã mais velha então ela entendia o código dos irmãos mais velhos, sabia que qualquer coisa que o mais novo fizesse sempre respingaria na gente por sermos mais velho, infelizmente os irmãos mais velhos quase sempre irão possuir mais responsabilidade que os demais.

- Aqui está o álcool. – Shivani falou trazendo a substância.

Coloquei o álcool no pulso da Heyoon, na parte da clavícula indo de uma ponta a outra e depois coloquei para que ela cheirasse o liquido volátil. Shivani deu um pouco de espaço assim como a Hina, esperamos a Heyoon despertar um pouco. Quando ela finalmente abriu os olhos pedi para as meninas me ajudarem a colocá-la no sofá.

- Sina...? – Yoon me chamou.

- Oi amor. – Falei segurando a mão dela.

- Não vai por favor... – Ela pediu para mim. – Hina, não deixa Sina ir... por favor. – Ela falou olhando para a irmã.

- Yoon... para com isso... você tem que descansar agora e comer para repor as energias. – Falei tentando mudar o foco dela.

- Me promete que você não vai Sina, por favor... deixa eu resolver isso? – Ela pediu, mas como iria resolver se até agora ela só ficou trancada no quarto sem se alimentar? Eu não podia permitir que isso continuasse

- Para onde é que você quer ir? – Hina perguntou-me.

- Shiv, fica com Heyoon um pouco, não deixa ela se levantar e garanta que ela coma alguma coisa. – Disse para a melhor amiga da minha namorada.

- Deinert, o que você está aprontando? – Minha cunhada veio atrás da mim enquanto eu me afastava da Heyoon.

- Vou falar com seu pai Hina, não posso deixar que ele acabe com o sonho da sua irmã... não é justo com ela, depois de todo o esforço que ela teve para conseguir estudar onde ela sempre sonhou em se formar.

- Eu sei, mas você também não pode fazer nada com relação a isso. – Minha ela rebateu.

- Hina, eu posso negociar com ele... – Falei pensativa.

- Negociar seu namoro Deinert? Por acaso você vai abrir mão da minha irmã? Eu te mato Sina! Eu te mato se fizer a Yoonie sofrer. – Ela disse séria.

- Eu não sei o que fazer, só não posso deixar que ela pague por isso, preciso falar com seu pai, tentar barganhar, ou um acordo... sei lá. – Não sabia o que fazer, ou melhor até sabia o que poderia fazer o pai dela mudar de ideia, mas isso custaria meu namoro. Eu me sentia egoísta, não queria colocar nosso namoro a frente do futuro dela.

- Não vou te impedir, afinal você não é criança e sabe o que faz da vida, mas já te aviso, se fizer minha irmã sofrer nunca mais se aproxime dela, porque eu não vou te perdoar e nem vou permitir que você chegue a 100 metros dela. – Hina colocou sua melhor pose de irmã mais velha, conhecia bem aquela pose pois usei muito para proteger os meus irmãos quando alguém se metia com eles na escola.

- Não se preocupe Hina, você sabe que só quero o melhor para sua irmã e não está nos meus planos machucá-la hoje, ou no futuro, mas me entenda... eu preciso fazer alguma coisa, não posso ficar de braços cruzados enquanto o destino da sua irmã está à mercê, e ainda mais por minha culpa, se eu puder fazer alguma coisa para impedir está atitude do seu pai eu farei, pode ter certeza disso, quero que a Heyoon realize todos os sonhos dela e seja a profissional que ela tanto sonha em ser, vou ser feliz só em vê-la realizar seu sonho – Tentei ser a mais confiante possível.

- Assim espero Sina...

Me despedi das meninas e tentei tranquilizar um pouco a Heyoon, terminei tendo que dizer que não iria falar com o pai dela, pelo menos não naquele momento. Fui em direção para minha casa e não parei para ver se havia alguém na sala, subiu o mais rápido que pude em direção ao meu quarto. Eu sabia que tinha que conversar com o pai da Yoon, não podia deixar que as coisas seguissem no rumo que estavam seguindo, tinha que ser adulta e enfrentar as coisas. O meu único objetivo era fazer com que o pai da Heyoon não cancelasse a matrícula dela ou prejudicasse o futuro da própria filha, afinal ela lutou tanto para isso, por que um pai ia querer ver um filho perdendo tudo que conquistou durante anos de estudo e esforço?

No dia seguinte não perdi tempo, acordei logo cedo, despistei o Jacob e fui para a empresa do pai da Heyoon, como eu já havia ido levar e buscar documentos conhecia o caminho até a sala do senhor Jeong. Percebi que a secretária estava em sua mesa de sempre e tive que inventar alguma coisa, acabei inventando que meu pai pediu para deixar uns documentos que haviam faltado na rescisão e avisei que o senhor Jeong já estava a me esperar por tanto não precisaria que ela me anunciasse.

- Senhor Jeong – Falei ao abrir a porta – Creio que precisamos conversar. – Falei fechando a porta chamando a atenção do senhor que estava ali, sentado em frente a um computador.

- Hora sua insolente, menina atrevida! – Ele berrou se levantando da mesa – Saia daqui imediatamente!

- Calma senhor, eu só vim conversar. – Falei calmamente.

- O que te faz pensar que eu irei conversar com você menina? – Ele cuspiu as palavras vindo até mim.

- Se eu fosse o senhor não faria nada que pudesse me arrepender depois. – Falei ao vê-lo se aproximar rapidamente tomado por uma fúria.

- Está me ameaçando menina? – Ele falou segurando em meu braço.

- Sabe de uma coisa, acho que a Heyoon estava errada ao seu respeito! – Falei sem ser intimidada.

- O que você sabe da minha filha sua atrevida? Hein? Responda! – A veia do pescoço do homem saltava, mesmo assim não deixaria o medo se apoderar de mim, eu era uma Deinert e não ia deixar ninguém passar por cima de mim, aprendi na melhor escola de advocacia, escritório do meu pai, a como manipular uma situação.

- Heyoon sempre dizia que o pai dela era uma pessoa calma, amorosa, compreensiva e presava o diálogo, - percebi a mudança de expressão em seu rosto, ele ficou pensativo e reflexivo, as palavras estavam fazendo efeito, então eu continuei. – Ela dizia o quanto o pai dela era contra a violência e o quanto ela se orgulhara dele e como era o seu herói. – Ele ficou ainda mais pensativo – Era incrível como cada vez que ela falava do senhor os olhos dela brilhavam enquanto, lamento que eu não consiga ver este pai ao qual ela tanto descrevia! – Ele largou meu braço. – Acho que todos nós nos enganamos com alguém alguma vez na vida, pena que Heyoon tenha se enganou com o pai dela, a dor é maior quando descobrimos que as pessoas que mais amamos não são quem pensamos ser.

- Tudo bem... – Ele falou respirando fundo e levando as mãos as têmporas. – Vou tentar me acalmar. – Ele voltou para sua mesa colocando a mão no telefone, talvez fosse chamar a segurança para me colocar para fora. – Dona Ana, traga um copo d'água com açúcar para mim e outro com uma aspirina por favor. – Ele pediu para sua secretária, pelo visto não iria me escorraçar dali. – Muito bem... sente-se senhorita Deinert, e me conte o que você quer.

Cor de MarteWhere stories live. Discover now