Cor de Marte

Capítulo 29

POV SINA

O almoço na casa de Heyoon foi realmente agradável, fico feliz de que os pais dela estejam aceitando melhor. Depois do almoço meu pai teve que passar no escritório para pegar uns processos, me sentia bem quando estava com meu pai. Sempre senti que poderia contar qualquer coisa para o meu velho, não é à toa que sempre me inspirei nele.

- Sina, ano que vem você termina... – Ele falou sorridente. – Como está se sentindo? Você se deu bem na prova para poder advogar... Só falta aceitar ficar no lugar do seu velho aqui. – Ele sorriu ao terminar de falar.

- Pai... Já conversamos sobre isso. – Falei colocando as pernas em cima do porta-luvas do carro.

- Eu sei, eu sei... – Ele falou prestando atenção na estrada. – Mas quem melhor do que você para levar adiante o nome Deinert?

- Eu sei que o senhor tem outro nome em mente pai, e só está tentando me convencer... – Falei convencida.

- Como sempre... Muito esperta você. – Ele falou olhando para mim. – Sabe filha, eu ficaria muito feliz com você trabalhando na empresa e assumindo o negócio da família, mas ficaria mais feliz ainda vendo você realizar seu sonho.

- Eu sei pai... Sei que o senhor sempre me apoia, e vai me apoiar. – Falei sincera.

- Mas saiba que sempre haverá um lugar cativo para você na empresa. – Ele olhou para mim para que eu visse o quão sincera eram suas palavras.

- Obrigada pai. – Agradeci, não só pelo que ele havia dito, mas por todo o apoio. – Pai... queria pedir uma coisa... – Ele fez um som nasal para que eu prosseguisse com o que eu iria pedir. – O senhor poderia me emprestar um dinheiro?

- Emprestar? – Ele ficou surpreso. – Você nunca foi de pedir mais dinheiro do que eu já lhe dou, está com algum problema?

- É que eu quero levar Heyoon para viajar... fazer alguma coisa só nossa... – Falei sem jeito.

- Não vou emprestar o dinheiro. – Ele falou prestando atenção na estrada. – Vou dar o dinheiro, quanto você precisa?

- Pai, não precisa... É emprestado mesmo. – Falei sem jeito, não gostava de pedir mais dinheiro do que meu pai me concedia.

- Filha, já está decidido, você ainda tem seu cartão certo?! – Balancei a cabeça positivamente. – Vou depositar na sua conta e use o cartão caso venha a precisar... – Ele falou estacionando o carro. – E outra coisa, não deixe que sua mãe saiba dessa sua aventura romântica.

- Relaxa pai... ela não vai saber. – Falei convencida.

Saímos de dentro do carro e fomos em direção a nossa casa em clima de descontração, devo confessar que um peso saiu das minhas costas depois do almoço com os pais de Heyoon. Minha mãe estava na sala quando chegamos, ela parecia intrigada com o nosso bom humor.

- Posso saber onde vocês foram em pleno sábado? – Ela perguntou curiosa.

- Fomos ao escritório... – Meu pai falou antes mesmo que eu pudesse falar alguma coisa.

- E por que demoraram tanto? – Ela perguntou mais uma vez transparecendo sua curiosidade.

- Porque fomos almoçar, coisa de pai e filha... sabe como é, néh? – Meu pai falou animado.

- Hum... por que não me levaram? Poderíamos ter ido almoçar naquele restaurante que adoro. – Ela falou decepcionada.

- Amanhã nós vamos... – Meu pai falou animado.