- Você avisou aos seus pais que estávamos indo para Tampa? –Perguntei enquanto colocava as malas no carro.
- Sim amor, e você disse ao seu pai? – Ela perguntou me ajudando.
- Falei com ele mais cedo, disse que estávamos nos organizando para viajar. Ele mandou um abraço pra você. – Falei sorridente fechando o porta-malas.
- Sina, temos que falar com sua mãe amor. Não podemos esconder isso para sempre. – Yoon fechava a porta do meu carro.
- Eu sei amor, não ache que não penso nisso. – Falei entrando no carro e colocando meu sinto de segurança. – Só que minha mãe nunca me aceitou, tenho medo do que ela possa fazer...
- Sim meu amor, mas temos que nos preparar para isso. – Ela falou enquanto eu dava partida no carro.
- Vou fazer isso este fim de semana Heyoon, prometo. – Falei prestando atenção na saída do estacionamento do meu apartamento.
O Caminho até Tampa foi tranquilo, Yoon ia comandando o som do carro enquanto a estrada detinha a minha atenção. Paramos no meio do caminho para almoçar, já que só tínhamos tomado café em Miami, queríamos chegar cedo em Tampa, os pais dela estavam esperando pela filha pois tinham um compromisso a noite, eles até me convidaram para o jantar que ia ter na casa deles, agradeci o convite, mas achei melhor ficar em minha casa com minha família. Tinha que falar com meu pai e pedir a ajuda dele para contar a minha mãe sobre meu relacionamento com Heyoon.
Deixei minha namorada na casa dela e fiquei um tempo conversando com os pais dela. Tanto o Sr. Jeong quanto a Sra. Jeong já aceitavam melhor minha relação com a filha deles, e me tratavam muito bem, o nosso relacionamento havia melhorado bastante, nem parecia que tínhamos passado por toda aquela situação. Queria que a minha mãe não fosse tão complicada e pudesse aceitar as coisas, mas já faz tanto tempo que me assumi e mesmo assim ela continua na mesma.
Depois que deixei Heyoon na casa dos seus pais fui até o escritório do meu pai, sabia que ele estaria por lá como de costume. Cheguei no prédio ao qual o escritório do meu pai se localizava e como já sabia o caminho fui direto para sua sala.
- Sabia que encontraria o senhor aqui. – Falei sorridente enquanto entrava na sala do meu pai.
- Oi filhota, já chegou de viagem? – Ele parecia surpreso.
- Sim pai, só fiz deixar a Heyoon em casa e vim para cá. – Me joguei no sofá que ficava na sala do meu pai.
- E como a minha nora está? – Ele falou animado.
- Está bem, animada com a mudança. – Peguei uma bala de café que ficava no centro da sala. – Ela fechou com o locatário do apartamento que havia gostado, achei bom porque fica perto do meu também.
- Coisa boa filha. – Ele começou a colocar uns papeis dentro da gaveta e arrumar sua mesa. – Já terminei aqui, vamos para casa? – Ele perguntou.
- Já? – Fiquei surpresa com o fato do meu pai já ter terminado o que estava fazendo. – Pai... antes de irmos queria falar com o senhor.
- Pode falar filha. – Ele falou ainda guardando as coisas.
- Queria sua ajuda para falar com minha mãe sobre meu namoro, quero que ela saiba por mim, melhor do que descobrir por terceiros.
- Ah filha, você sabe que tem meu apoio, só dizer como eu posso ajudar você.
- Só preciso que você esteja ao meu lado quando eu contar pai. – Falei preocupada, pois tinha medo da reação da minha mãe, mas sabia que com o meu pai ao meu lado eu teria a coragem necessária para contar a minha mãe.
- Sim filha, pode contar comigo tenha certeza disso. – Ele falou se levantando da sua cadeira. – Vamos? – ele disse me abraçando.
- Vamos pai. - Falei sorridente para meu pai e me levantei de onde eu estava.
Acompanhei meu pai até o estacionamento do prédio onde fica o escritório do meu pai. Fomos conversando e rindo até o local, era sempre bom estar com meu pai, ele era muito compreensível e amável, sempre tentava entender meu ponto de vista, quando não entendia pelo menos respeitava o que eu falava ou pensava, ao contrário da minha mãe.
O celular do meu pai começou a tocar quando chegamos próximo ao carro dele, escutei parte da conversa, provavelmente era algum cliente ligando para o meu pai.
- Está bem, eu passo aí e pego o que está faltando ou você pode vir aqui no escritório. – Meu pai parecia estar atento ao que a outra pessoa falava do outro lado da linha. – Ok então, eu espero você aqui no meu escritório. – Esperei meu pai terminar a ligação.
- Está tudo bem pai? – Perguntei assim que ele tirou o telefone do ouvido.
- Está sim filha, só um cliente que vai vir aqui agora... – Ele falou guardando o celular. – Infelizmente você vai ter que ir sozinha para casa.
- Poxa pai... pensei que o senhor iria comigo para casa... – disse um pouco decepcionada.
- Eu sei filhota, mas prometo chegar cedo. – Ele falou apertando minha bochecha. – E aí contaremos para sua mãe, pode ser?
- Fazer o que néh?! – Falei derrotada - esperarei o senhor.
- Me espera em casa filha. – Ele falou dando um beijo em minha testa.
- Tudo bem pai. - Falei me despedindo do meu pai.
Meu pai voltou para o prédio enquanto eu fui em direção ao meu carro, a nossa casa era um pouco longe do escritório do meu pai, já que morávamos em um bairro que possuía uma área residencial. Cheguei em casa e fui direto levar minhas coisas até o meu quarto, estranhei o fato de não ter ninguém em casa, era estranho chegar em casa e não ver um pé de gente.
Peguei meu celular e mandei mensagem para Sofya e Josh para saber onde eles estavam. Sofya disse que estava no shopping e que iria demorar um pouco para chegar em casa, ela estava fazendo compras com umas amigas, enquanto o Josh disse que estava na casa da namorada e iria ficar por lá. Tentei ligar para minha mãe, mas só dava desligado o celular dela, então liguei meu PC e aproveitei para estudar um pouco.
Coloquei meus fones de ouvido, e busquei umas músicas para me ajudar na concentração, afinal semana que vem seria minhas última semana de provas e no próximo mês eu faria a fase final da prova da OAB, a qual eu havia me classificado para a segunda etapa, só ia precisar rever o que eu havia estudado e a área que eu tinha escolhido para fazer esta segunda parte.
Estava escutando minhas músicas e lendo o conteúdo quando só escuto a porta do meu quarto abrindo abruptamente batendo com força na parede, minha mãe começava a gritar comigo, a princípio eu não conseguia entender, já que eu estava com os fones de ouvido.
- VOCÊ PODE ME DIZER O QUE É ISSO SINA?! – minha mãe berrava, assim que retirei os fones do meu ouvido escutei ela gritar, percebi que ela tinha alguma coisa em suas mãos, um envelope.
- Do que você está falando mãe? – Falei confusa, não sabia o que estava acontecendo.
- ME EXPLIQUE ISSO! ESTOU ESPERANDO! – Ela gritava e berrava desesperada e balançando os papeis em sua mão, eu não conseguia ver o que era.
- Eu não sei do que você está falando mãe. - Eu realmente estava confusa, não sabia o que ela estava fazendo.
- DEIXE DE SER CÍNICA SUA MENINA INSOLENTE, ACHA QUE EU SOU O QUE? IDIOTA? – Minha mãe estava alterada, eu não sabia o que fazer, o que havia acontecido? – PARECE QUE EU SOU A ÚLTIMA A SABER DAS COISAS!
- Mãe, sinceramente não sei o que está acontecendo aqui. – Falei o mais sincera possível, tentei me manter calma até porque não sabia nem o que estava acontecendo aqui.
- ESTOU FALANDO DE VOCÊ E DA FILHA DOS JEONGs! – Ela jogou o que parecia ser papeis na minha cama, foi quando eu vi, as fotos, fotos minhas e da Heyoon.
- Quem te enviou isso? – Um desespero começou a bater em mim, como ela descobriu? Quem seria capaz de fazer isso? Por que alguém iria me prejudicar desse jeito?
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Cor de Marte
FanfictionSina é uma jovem estudante de direito em seu último ano. Com o fim do curso surge as preocupações, vida profissional, Exame da Ordem, Trabalho de conclusão de curso... entre outras. Em meio a todas estas preocupações ela conhece alguém, uma pessoa q...