Capítulo 3 - Naruto

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14 de Março, ano X8:


Já passavam das dez da noite, Kurama e Itachi após o jantar haviam caído no sono, e agora encontravam-se deitadinhos na cama do mais novo, enquanto seus pais conversavam alegremente na cozinha, Kushina contava empolgada uma história sobre uma vizinha rabugenta que havia discutido consigo depois que Kurama, travesso como sempre, havia amarrado umas latas de refrigerante no rabo do cachorro da mesma.


- Dá para acreditar? Aquela velha me mandou colocar o meu filho ajoelhado no milho, vê se pode. – a ruiva falou, fazendo caretas, tirando risadas da amiga, enquanto Fugaku enchia algumas taças de vinho, estendendo logo ao loiro, que agradeceu e pegou da mão do amigo, estendendo à sua esposa e logo à ruiva, que recusou – Não obrigada, não estou bebendo. – Kushina atraiu a atenção do casal de morenos, que a encararam curiosos, a Uzumaki pôde perceber a confusão nos rostos alheios e por isso logo se explicou – Bom, era exatamente isso que eu queria falar, por isso marquei a reunião. Kurama vai ganhar um irmãozinho, eu estou grávida de novo. – a ruiva anunciou, logo tendo uma morena agarrada à si, que pulou feliz na amiga, em breve um pequeno serzinho estaria andando pelos corredores de ambas as casas, preenchendo ainda mais suas vidas de alegria.


(...)


23 de Agosto, ano X8:


O pequeno caminhava olhando para todos os lados, já não sabia mais onde procurar, até que percebeu a cabeleira ruiva atrás de uma moitinha, agachado, e foi até lá, parando à frente do mesmo com os bracinhos cruzados, batendo o pezinho de forma autoritária.


- O que faz aí, Kurama? – Itachi inquiriu ainda batendo aquele pezinho, o outro nem ao menos se deu ao trabalho de lhe responder, apenas desviou os olhos, o que deixou o moreninho irritado – Tia Kushina ficou triste, por que você falou aquilo?

- Porque é verdade, eu não quero nenhum irmão Itachi, ele vai roubar os meus pais de mim, eu vou ficar sozinho. – o ruivinho se justificou, a verdade era que estava morrendo de ciúmes do novo irmãozinho, que nem ao menos havia nascido.

- Não é verdade, mamãe me disse que amor quando dividido não diminui, ele aumenta. Seu irmãozinho não vai roubar os seus pais, você só vai ter que dividir, e ainda vai ganhar alguém para brincar, já que não gosta de brincar comigo. – o moreninho ditou um pouco mais baixo a última parte, tristonho, não importava o que fizesse, Kurama nunca lhe dava a atenção que ele queria – E também, mesmo que seus pais fiquem um pouquinho ocupados você tem eu, eu nunca vou te deixar sozinho. – o pequeno concluiu, o outro o olhou com os olhinhos cheios d'água.

- Promete? – o ruivinho perguntou e o menor balançou a cabecinha.

- Prometo. Agora vem, você tem que pedir desculpa para tia Kushina. – Itachi estendeu a mãozinha ao mais velho, que a pegou e ambos correram de mãos dadas até a casa do ruivinho, que correu para os braços da mãe.

- Desculpa mamãe, eu nunca mais vou dizer que não quero meu irmãozinho. – Kurama falou deixando as lágrimas caírem pelo rostinho, que foram logo enxugadas pelas mãos delicadas da ruiva, que depositou um beijo em sua testa.

- Tudo bem, meu amor. – a mulher mudou sua expressão quando sentiu algo se remexer dentro de si e acabou sorrindo, pegando a pequena mão do filho e colocando em sua barriga, o menor arregalou os olhinhos sentindo os chutes do bebê, que ele na verdade não sabia o que era.

- Mamãe, sua barriga mexeu. – o pequeno falou abismado, arrancando sorrisos dos quatro adultos ali presentes.

- É o seu irmãozinho, filho. – Minato explicou e o menor entreabriu a boca.

- E não dói? – o ruivinho perguntou curioso, sentindo os dedos finos da ruiva adentrarem em suas mechas tão iguais às dela.

- Não querido, na verdade é muito bom. – a mulher falou, o pequeno ficou imaginando como alguém chutando sua barriga pode ser algo bom.

- É bom como tia Kushina? – Itachi perguntou curioso, com a mesma dúvida da outra criança.

- É como se tivesse várias borboletas dentro da nossa barriga. – a ruiva tentou explicar, ocultando é claro as partes ruins, como o desconforto e as dores, isso as crianças não tinham necessidade de saber, Itachi ficou admirado com o que havia ouvido, os olhinhos negros brilhavam intensos, e o mesmo se virou para a mãe.

- Mamãe eu posso ter um bebê também? – o pequeno Uchiha perguntou e os adultos acabaram não resistindo a cair na risada.

- Querido, meninos não tem bebês. – Mikoto explicou, acariciando os fios negros do filho, que ficou cabisbaixo com a notícia, ele queria um bebê, queria sentir as tais borboletas que sua madrinha havia falado.

- Por que não? – o menor perguntou tristonho.

- Filho, meninos e meninas são diferentes, apenas as meninas tem bebês. – Fugaku tentou explicar, sabia que existiam algumas exceções, porém eram tão raras que falar isso ao seu pequeno filho serviria apenas para confundir sua cabecinha.

- Mexeu de novo mamãe. – Kurama falou empolgado, ainda com a mãozinha na barriga da ruiva, que sorria da empolgação do filho, que até pouco não aceitava o bebezinho que viria, não fazia ideia do que o havia feito mudar de opinião, mas fosse o que fosse, agradecia imensamente – Eu posso escolher o nome? – Kurama perguntou e a mulher sorriu, assentindo.

- Qual vai ser o nome então, filho? – Minato perguntou e o menor acariciou a barriga da mais velha.

- Naruto. O nome vai ser Naruto.


(...)


10 de Outubro, ano X8:


Aguardavam ansiosos na sala de espera, já faziam mais de doze horas que o casal havia entrado na sala de espera e até agora não haviam recebido nenhuma notícia sequer. Kurama estava nervoso, sentadinho ao lado de Itachi na sala de espera, claro que sabiam que ali não era lugar para crianças, todavia havia sido tudo tão rápido que não houve tempo de pensar em detalhes, apenas enfiaram todos nos carros e correram para o hospital, e agora estavam ali, aguardando notícias, Kurama foi o primeiro a pular assim que o pai apareceu, correndo até o mesmo e se jogando nos seus braços.


- Quer conhecer o Naruto, filho? – Minato perguntou, pegando seu primogênito no colo, que assentiu com um grande sorriso, para então ambos caminharem em direção ao quarto, com os Uchiha logo atrás, encontrando assim que entraram, a ruiva com uma aparência esgotada, segurando um pequeno bebezinho loirinho, que tinha os olhos muito azuis abertos, olhando curiosamente para todos os lados. Minato se aproximou com seu filho mais velho, que abraçou a mãe com força, olhando em seguida para seu irmãozinho de forma curiosa, Naruto era diferente de si, tinha os cabelos e olhos iguais aos de seu pai.

- Por que ele é tão pequeno? – o ruivinho perguntou, olhando admirado para o bebezinho, que o encarava curioso, ambas orbes azuis se encaravam sem piscar.

- Querido, todo bebê quando nasce é desse tamanhinho. – Kushina explicou, tentando não demonstrar seu cansaço na frente do filho, que não parava de encarar o irmãozinho por nenhum minuto sequer.

- Eu também já fui desse tamanho? – Kurama perguntou, dessa vez olhando para a mãe, que sorriu, balançando a cabeça positivamente – Ainda bem que eu cresci então, ele é muito pequeno. Como eu vou brincar com ele?

- Acho que você ainda vai ter que esperar ele crescer um pouco para poder brincar com ele, filho. – Minato avisou, o ruivinho olhou cabisbaixo para o irmãozinho, já tinha esperado tanto tempo, ainda teria que esperar mais? Quanto tempo mais?

- Tá bom, eu espero. – ele falou, logo olhando o pequeno loirinho, que deu um longo bocejo, fechando os olhinhos tão idênticos aos de seu pai – Cresce logo então Naruto, eu vou esperar para brincar com você.

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