Capítulo 15 - Pedido Inesperado

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18 de Fevereiro, ano X21:

Kurama: 18, Itachi: 17, Naruto: 12, Sasuke: 11


O Uchiha mais velho não disse mais nada, apenas foi embora do hospital, arrastando os três filhos, Itachi ainda chorava, completamente em pânico com a novidade recém recebida, não sabia o que fazer, tinha apenas 17 anos, como iria cuidar de uma criança se mal sabia cuidar dele mesmo? Minato estava preocupado, conhecia muito bem seu melhor amigo, Fugaku era tradicional, não iria aceitar tão bem essa gravidez repentina, afinal ele próprio havia casado virgem com Mikoto, saber que seu primogênito havia agido de forma tão irresponsável com certeza mexeria com a cabeça do Uchiha mais velho. Enquanto isso, Kushina discutia com Kurama, que ainda estava estático com o que havia ouvido.


- Como pôde ser tão irresponsável? Não conhece uma coisa chamada camisinha, não? E agora, o que vão fazer? Você não consegue nem arrumar o seu quarto, como vai cuidar de uma criança? – a ruiva praticamente gritava em meio ao hospital, enquanto puxava as orelhas do filho mais velho.

- Ai, okaa-san, para com isso. Eu... não pensei que isso pudesse acontecer. – a ruiva o largou, percebendo a expressão de aflição no rosto de seu menino e suspirou, como ele poderia ser tão ingênuo? Era certo que a gravidez masculina havia sido descoberta a muito pouco tempo e que era extremamente rara, todavia isso não aliviava a barra do mais novo, não havia nem absorvido a ideia de ter seu afilhado como genro e agora já teria um neto, a ruiva estava perplexa demais, assustada com tudo o que estava acontecendo. Sentiu-se repentinamente cansada e sem forças, tendo de ser amparada por seu marido, que a olhou preocupado.

- O que aconteceu Kushina? Você está bem? – a ruiva assentiu com um sorriso, recompondo-se rapidamente e andando a passos rápidos à frente de todos.

- Vamos, temos algo importante à fazer.


(...)


- Como pôde ser tão irresponsável, Itachi? – Fugaku falou irritado mais uma vez, andando praticamente em círculos na sala, enquanto seu primogênito estava sentado encolhido no sofá, abraçando as próprias pernas, lágrimas ainda escorriam involuntárias por seu rosto.

- D-desculpe, otou-san. – só conseguiu falar isso e encolheu-se mais ao sofá, o mais velho ao perceber todo seu desespero suspirou, indo até o sofá e sentando-se ao seu lado.

- Itachi... olhe para mim. – o patriarca recebeu finalmente o olhar de seu filho mais velho, que até então fitava o chão, sem conseguir encará-lo, suspirou, sabia que não adiantava brigar com ele agora, agora o problema já estava feito, tudo o que lhe restava era apoiá-lo – Olhe filho, tudo o que eu estou te dizendo não é para o seu mal ou para te machucar, é só que... eu estou assustado. – o menor o olhou com surpresa nos olhos molhados, levou os dedos ao rosto do filho, limpando as lágrimas ali contidas – Você é meu filho, eu te amo e tenho medo do que pode te acontecer, uma gravidez comum em si só já é difícil, uma masculina então, é muito arriscada. Além disso, você é muito novo, eu não queria que tivesse que abrir mão de todos os seus planos, dos seus sonhos, apenas por um deslize.

- Eu sei otou-san, me desculpe. – o mais novo agora estava mais calmo, sabendo que pelo menos seu pai não o odiava.

- Não precisa pedir desculpas, eu só queria que você pensasse mais nas consequências dos seus atos. – suspirou novamente – Mas independente do que acontecer, eu vou estar ao seu lado, vou te apoiar até o final. – o mais novo sentiu as lágrimas surgirem novamente em seus olhos e abraçou o mais velho, independente do que viesse sabia, estariam todos juntos e isso por si só já era uma bênção.


(...)


Ouviu o barulho da campainha ecoar e andou lentamente até a porta, sentia-se tão cansado agora, seu filho não tinha ideia do que o aguardava, e sentia-se triste por isso, sabia o quanto seria difícil para ele, o quanto teria de abrir mão para cuidar de uma criança, enquanto via os garotos de sua idade, seus amigos se divertindo, alcançando seus objetivos, e por isso seus olhos embaçaram, contudo não deixou-se levar, limpou-os antes de levar a mão à maçaneta, abrindo a porta e dando de cara com seu amigo de infância, que tinha a família consigo.


- Precisamos conversar, Fugaku. – o moreno suspirou ao dito por Minato, dando passagem para que os quatro adentrassem sua sala, enquanto encarava irritado o Namikaze mais novo, que tinha a cabeça baixa e escondia-se atrás da mãe, naquele momento estava com medo de seu sogro.

- Não precisa ter medo Kurama, eu não vou te bater, nem nada do tipo, afinal suponho que você não tenha forçado o meu filho. – o ruivo negou com a cabeça, ainda desconfiado – E acredito que você não irá abandoná-lo agora e irá assumir o seu erro, não é? – o ruivo engoliu em seco ao fitar o olhar agora frio de seu padrinho, que parecia ver a sua alma com aqueles olhos negros penetrantes, tão característicos dos Uchiha.

- E-eu... – o Namikaze nada conseguia dizer, estava apavorado com tudo o que estava acontecendo, e a expressão de superioridade de seu sogro não ajudava em nada, ainda assim uma dúvida latejava com força em sua mente, afinal o que ele queria dizer com assumir?


(...)


- Então você vai ter um bebê, nii-san? – Sasuke encarou-o com os olhinhos brilhando, mesmo que não entendesse como o mais velho poderia estar grávido, afinal acreditava que só mulheres pudessem ter bebês.

- Sim, otouto. E você vai me ajudar a cuidar dele, não é? – acariciou os fios negros macios do menor, que abriu um sorriso largo.

- Sim, eu vou cuidar de vocês dois. – o pequeno abraçou-o pela cintura, o mais velho sorriu, um sorriso que só Sasuke conseguia lhe tirar, e depositou um beijo em sua testa.

- Eu conto com você, meu pequeno guerreiro.


(...)


Desceu as escadas com cuidado, sentindo-se envergonhado ao ver as quatro figuras sentadas junto à seu pai, olhou para Kurama e percebeu-o de cabeça baixa, as mãos agarrando com força a própria calça, como se estivesse em um conflito interno, o entendia, ele mesmo estava aflito com tudo o que estava acontecendo, era como se em questão de algumas horas, sua vida toda houvesse mudado, o que de certa forma não deixava de ser verdade.


- Itachi, sente-se. – seu pai o chamou, apontando para a poltrona à frente dos Uzumaki e Namikaze, não conseguia encarar seus padrinhos, estava tão envergonhado.

- Tia Kushina, tio Minato, eu... – tentou dizer algo, porém a ruiva o cortou e aproximou-se com um sorriso, envolvendo-o em um abraço.

- Não precisa dizer nada meu querido, Kurama já nos contou tudo. É claro que foi um choque descobrir a relação de vocês dessa forma, nenhum de nós esperava por isso, mas fico feliz que meu filho cabeça-dura tenha se apaixonado por alguém tão especial quanto você. – seus olhos mais uma vez marejaram ao ouvir a ruiva, sentia-se tão sensível agora que nem ele entendia.

- Estamos muito felizes por ter você agora definitivamente na nossa família, Itachi. – Minato concordou com a esposa e seus olhos voltaram-se para o pequeno loirinho, que agora se pronunciava.

- Eu estou feliz que você vai ser meu irmão agora também, Itachi. – Naruto também se pronunciou e o moreno franziu a testa confuso, soltando o abraço da ruiva e encarando seu sorridente cunhado.

- Como assim, Naruto? – perguntou e ouviu um suspiro, notando Kurama levantar-se de onde estava sentado e aproximar-se, pegando em suas mãos e o fazendo levantar.

- Itachi, eu... – o ruivo olhou para trás e suspirou mais uma vez, tomando coragem para dizer o que tinha de ser dito – Você quer casar comigo?

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