Capítulo 18 - Convívio e amadurecimento

142 16 8
                                    


18 de Maio, ano X21:

Kurama: 18, Itachi: 17, Naruto: 12, Sasuke: 11


Estava cansado, suas pernas doíam e já nem sabia mais a quanto tempo andava, mais uma vez nada havia conseguido, todos os lugares que comparecia pediam experiência, como teria experiência se ninguém lhe dava uma chance? Suspirou, analisando mais um endereço no papel em sua mão, era longe e já não tinha tanto dinheiro para sua locomoção até o local, chegou a pensar em não ir, contudo a promessa ao Uchiha, gravada em sua mente, o fez repensar e com um sorriso resignado balançar a cabeça.


- Ok, vamos lá, ainda tenho um pouco de dinheiro. – andou algumas quadras, em direção ao ponto de ônibus, quando parou em frente à uma vitrine e não pôde evitar o pequeno sorriso que escapou de seus lábios. Contou mais uma vez cada nota e moeda que ainda possuía e suspirou, talvez valia a pena andar um pouco mais.


(...)


Já era noite, havia decidido dormir cedo, a gravidez o deixava com mais sono que o normal. Tomou um banho, colocando seu pijama negro com nuvens vermelhas, e se deitou, cobrindo-se com o pesado cobertor, já que estava uma noite fria, era tão bom sentir-se quentinho. Pegou um livro que sua mãe lhe contava quando criança e passou a mão livre em seu ventre com um sorriso, antes de abrir o livro e começar a ler. Não soube quando pegou no sono, apenas percebeu que dormia ao ser despertado por uma campainha que tocava insistente. Ouviu seu pai discutindo irritado com alguém no andar de baixo, antes de ouvir passos subirem a escada e andarem pelo corredor, se surpreendendo quando sua porta foi aberta e uma conhecida cabeleira vermelha surgiu.


- Kurama? – olhou o relógio ao seu lado, que marcava dez da noite – O que faz aqui a essa hora?

- Eu... queria te dar uma coisa. – o ruivo sentou-se à cama, ao lado do menor, ainda enrolado nos cobertores, este que estranhou ao receber o pacote laranja mal feito, era evidente quem havia feito aquele pacote defeituoso, todavia tinha que reconhecer o esforço do Namikaze, por isso apenas sorriu e abriu, ficando atônito com o conteúdo ali presente. O ruivo estava nervoso, e se o Uchiha não gostasse? E se ficasse bravo com ele? Não soube precisar quanto tempo o menor havia ficado calado, paralisado e isso começava a assustá-lo – Itachi... – o chamou e apavorou-se quando viu o outro encará-lo com os olhinhos negros cheios d'água – O que foi? Não gostou? Olha, se quiser eu... – não pôde continuar a falar, pois logo sentiu braços finos o apertarem em um abraço e correspondeu, acariciando as costas alheias, antes de separarem-se vários minutos depois.

- Eu adorei. – o Uchiha falou com os olhos ainda marejados e um sorriso nos lábios, encarando novamente o pequeno par de sapatinhos de lã branco em sua mão – É lindo, obrigado. – o ruivo sorriu aliviado.

- Não precisa agradecer, afinal... é meu filho também, não é? – o Uchiha sorriu, parecia que seus temores eram apenas isso, temores, desconfianças infundadas – Bem, acho que eu já vou, está tarde, vou deixar você dormir. – aproximou-se e depositou um beijo na bochecha do menor, que estranhou ao sentir os lábios tão gelados, só então colocou ambas as mãos no rosto do mais velho.

- Está gelado, Kurama.

- Ah... é porque eu fiquei até agora na rua. Digamos que... eu fiquei sem dinheiro para voltar pra casa. – o ruivo falou, meio sem jeito, surpreendendo ainda mais o menor, que novamente encarou o pequeno presentinho em suas mãos.

Através dos AnosOnde histórias criam vida. Descubra agora