Capítulo 05

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Acordei cedo como de costume, sai cedo para ir ao trabalho, mas desta vez não tinha tanta pressa para pegar os elevadores vazios.

O senhor Torres me surpreendeu com seu gesto, todos na empresa lhe chamam de Caxias, apesar de achar que ele está certo, não se constrói um império e a fama que ele tem, de ser o melhor arquiteto da América do Sul, sem ser profissional.

Segundo Dona Judite, os homens da empresa fala por inveja, e as mulheres porque queriam algo a mais que serem suas simples funcionárias, não havia entendido bem, mas Dona Judite disse que ele possuía fama de pagador, mas isso não se aplicava ao escritório, ele nunca se envolveu com alguma funcionária, ele nunca mistura trabalho e prazer.

De fato o senhor Torres é um homem muito bonito, mas além de sua beleza ele tem brio, coisa que aquele ser desprezível não tem.

Só de me lembrar daquele homem inescrupulosos, meu estômago revirou.
Faltava uns 10 minutos para o ônibus chegar ao meu destino.

Um aparelho celular começou a tocar enquanto eu controlava o enjôo, causado pelas lembranças dolorosas.

— Desculpe moça, mas acho que é seu telefone que está tocando. — falou uma jovem sentada ao meu lado.

Eu nem havia percebido que era o aparelho que o motorista do senhor Torres havia me entregado na noite anterior.

—Tem razão, obrigada! — agradeci retirando o telefone de dentro da bolsa. Na tela o nome do Senhor Torres apareceu, então atendi.
— Bom dia Senhor Torres!
— Bom dia senhorita Andrade!
— Em que posso lhe ajudar?
— Desculpe pelo horário, talvez a senhorita não tenha chegado a empresa, mas estou com um pequeno problema.
— Tudo bem! Já estou a caminho.
— A babá da Olívia não chegou para seu turno, não tenho com quem deixa-la. Então, terei que leva-la a empresa comigo, como a senhorita deve lembrar terei aquela reunião com os argentinos e é muito importante. A senhorita poderia providenciar um local para que a Olívia se sinta bem, pois estando em um ambiente diferente, não sei como pode reagir.
— Tudo bem, deixe-me pensar — falei enquanto avaliava suas necessidades, após um breve silêncio perguntei — Qual idade de sua filha, senhor Torres?
— Não senhorita Andrade, a Olívia é minha sobrinha, e tem apenas 03 meses — meu coração doeu e um nó se formou em minha garganta, 03 meses, ela teria idade para ser minha filha, caso não...
— Senhorita Andrade? Está aí? ,— tive meus pensamentos interrompido.
— Sim senhor, perdão, é que eu fico em silêncio enquanto penso.  Ok! Vejamos, a Olívia ainda é um bebê, ir a um local diferente do qual ela está acostumada pode lhe causar certo estresse e desconforto, o senhor não conseguirá se concentrar na reunião.
Sugiro que o senhor trabalhe de casa, está manhã, quanto a reunião poderei repassar para o horário do almoço, assim teremos a manhã para contactar a babá, ou conseguir alguma empresa especializada para cuidar da Olívia.
E se o Senhor me permitir, eu direi aos argentinos que o senhor como bom hospitaleiro propôs um almoço juntando o inútil ao agradável, pois é assim que trabalhamos com nossos clientes amigo. — ele ficou em silêncio.

Xiii ... Vai ver que foi uma péssima idéia Ágata

— Ótima ideia senhorita Andrade!
Faça o seguinte, pegue seu computador, e minha pasta que ficou sobre minha mesa, o Ryan irá traze-la, trabalharemos em casa — ouvi um choro de criança — obrigado! Até já.
Após ele desliga o telefone, desci na estação seguinte.

Fui para área oposta aos elevadores dos funcionários, em direção ao elevador panorâmico, os funcionários já aglomeravam no hall, quando avistei Ryan.

— Bom dia senhorita! Vamos agora? — ele falou um pouco mais alto, estava distante de mim e próximo aos funcionários. Pelo visto o senhor Torres já havia lhe avisado.
— Preciso de uns minutos Ryan, irei fazer umas ligações e passar alguns e-mails, desço em poucos minutos.
— Tudo bem senhorita!

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