Infelizmente eu tereia que desmenti-la.
— Mãe, o Oliver te traia com a secretária.
— Não! A secretária dele era uma velha amiga do qual seu pai tinha pena por ela ser sozinha e com uma filha. Na realidade, seu pai esteve com ela antes de nos conhecer, após nós nos relacionarmos como marido e mulher, seu pai esteve com ela apenas uma vez, quando eu saí de casa e pedi a separação. Na época, você e sua irmã eram muito jovem, eu estava em crise, então seu pai me pediu para ir para um lar de acolhimento, me tratar, e só tomar a decisão depois. Quando voltei nós conversamos e ele disse que havia bebido e que não lembrava, mas achava que havia transado com ela, e que estava com medo de que eu não voltasse atrás na separação. Na verdade ele estava com raiva, por me amar e achava que meu sentimento por ele não era reciproco, mas eu amava seu pai, amava mais que tudo, mas esquecer oque vivi era muito difícil e uma hora ou outra os sentimentos e lembranças vinham a tona e me cegava, me desestabilizava. O fato meu filho, é que seu pai sempre esteve ao meu lado, mesmo eu tendo momentos de crise, ele nunca soltou minha mão.
— Eu pensei que você havia ido ao enterro do seu pai.
— Não! Nós mentimos, não íamos dizer: Olha crianças, seu pai e eu estamos nos separando, pois estou em crise.
— Mas a raiva que sentia de meu pai foi exatamente por isso, eu vi ele na cama com a secretária. Eu ia te contar, mas fiquei com medo de lhe fazer sofrer, pois você havia voltado mais abatida do período que ficou "na casa da sua mãe, para o enterro de seu pai". Você entende que toda a omissão fez as coisas tomarem tal rumo?
— E oque você queria que eu tivesse feito, Dominick? Como ia chegar para você e dizer: Olha filho, seu pai biológico é um monstro, você não foi feito com amor e sim fruto de um estupro e cada vez que eu olho para seu rosto eu lembro daquele monstro. — ela falava exaltada, chorando.
Me calei. Não poderia exigir de minha mãe uma conduta diferente, pois esta foi a forma que ela encontrou de sobreviver a tudo isso.
Me sentei ao seu lado na cama. Lhe abracei.
— Me desculpa. Me perdoa, meu filho. Eu te amo, te amo muito, mas eu estou cansada, eu não tenho mais seu pai aqui comigo, também não tenho sua irmã, eu só tenho você.
— Eu que te peço perdão, mãe. Sinto muito por tudo que você passou, eu fui um filho péssimo, um filho...
— Não, não diga isso. Você é um ótimo filho, você sofreu com as perdas de seu pai, irmã e seu amigo, mas nunca desamparou a mim e Olívia.
Droga! Preciso contar sobre Olívia.
Aproveitei o momento em que estávamos tendo uma conversa sincera, sem mentiras, e resolvi lhe contar sobre Olívia ser filha de Ágata.
Claro que minha mãe ficou em choque, afinal, Olívia não era filha de minha irmã, mas diante de todo nosso histórico familiar, minha mãe agiu como o Oliver provavelmente agiria.
Disse que não tinha problemas, amaria ela como sempre amou, como sua neta.
Após uma longa conversa com minha mãe eu precisava falar sobre a Poliana, sobre seus direitos como filha legítima de Oliver.
— Mãe, preciso te contar mais uma coisa.
— Mais?
— Sim! Sobre a secretária de Oliver, soube a pouco tempo que ela tinha uma filha...
— Sim! Lembro-me de vê-la quando criança das poucas vezes que lhe vi.
— Então, a tal secretária faleceu a algum tempo, mas sua filha buscava vingança e retratação...
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Recomeçar
RomanceÁgata Andrade, 18 anos, é uma linda jovem com marcas profundas e cruéis para sua pouca idade. Nascida numa pequena cidade do interior, filha única de Mário Andrade e de Dona Marina. Um trágico acidente põe fim na vida dos pais da jovem garota, mas...