Transar com Ágata foi uma prova de fogo.
Eu sabia que era forte quando aguentei ser torturado, no passado, mas sentir as reações de Ágata, reações puras e sinceras de prazer, somado a tudo que ela me fez sentir ao penetra-la, eu tive a certeza de que depois disso aguento tudo.Acho que nunca havia feito um sexo tão tranquilo, mas intenso e cheio de conexão, como foi o nosso.
Mas agora ela estava chorando.—Está tudo bem? — perguntei com cautela.
— Sim! Na verdade não acho palavras para expressar oque sinto agora.Sorri, pois a inexperiência de Ágata me fascina.
Ela é tão mulher, forte, e ao mesmo tempo é só uma menina.Após mais algum tempo abraçados meio a beijos, cheiros e carinho, ajudei ela se levantar e seguimos para o banho.
Ela estava tímida com sua nudez.
Liguei o chuveiro no box, retirei o preservativo e joguei fora.
Peguei sua mão e trouxe comigo para o box.Com o auxílio de uma esponja e sabonete, passei a esfregar em sua pele, com suavidade.
— Oque está fazendo? — perguntou achando engraçado.
— Lhe dando um banho. — respondi dando um beijo em seu ombro.Ela sorriu, mas logo um vinco se formou em sua testa.
— Nick?
— Oi!
— Você faz isso com todas as mulheres que você faz sexo?Então, esse é o motivo do vinco em sua testa.
— Não!
— E porque está fazendo isso comigo?
— Porque não fizemos sexo.
— Não? — perguntou em confusão.
— Não! Fizemos amor. Sua pergunta era: "Você faz isso com todas as mulheres que você faz sexo?" E a resposta é não. Porque com elas eu fazia sexo, e com você eu fiz amor.Ela sorriu envergonhada.
— Não posso apagar meu passado, eu era livre, solteiro, mas gostaria que você não pensasse muito sobre isso.
— Hum... Vou tentar. Eu não pergunto por mal, eu só queria entender mais sobre relacionamentos e como eram os seus, não tenho experiências.
— Desista de me ter como exemplo, porque meus "relacionamentos" não podem ser enquadrado nesta categoria, certo.Ela fez um aceno de cabeça e permaneceu calada.
Respeitei, e tomamos o restante do banho calados.
Após o banho, vestimos os roupões e aproveitamos para fazer um lanche.
— Oque significa essa tatuagem? — perguntou Ágata, quebrando o silêncio enquanto mordia a maçã.
— Essa tatuagem eu fiz quando entrei para a facção. São símbolos geométricos, ou tribais como costumam chamar, representa principalmente a renovação e eternidade.
— Renovação e eternidade?
— Sim, naquele momento nascia um novo homem, o Dom Mashina, então por isso renovação.
— Hum... E eternidade?
— Eternidade quer dizer que quem entra na facção nunca sai, como dizem, o laço com a "família" é eterno.A tatuagem pega principalmente o ombro, o peito e parte do braço.
Eu não gostava muito de falar a respeito, não que eu me importasse com oque já fiz, mas eu não pretendia assustar Ágata com lembranças de um passado tão sombrio.
— Te incomoda? — perguntei.
— Não, ela é bonita. Fiquei curiosa, mas tive vergonha de perguntar antes. — confessou envergonhada.
— Não precisa ter vergonha de mim, nunca.Após comermos, trocamos de roupa e seguimos em direção a costa, levaria Ágata até o centro comercial.
O clima leve se manteve, a sensação que eu tinha era que havíamos elevado um nível em nossa relação, viramos a chave, e apesar de saber que nem tudo esta superado posso dizer que somos um casal normal. Quer dizer, pelo menos andamos de mãos dadas, trocamos beijos e carinhos em público, almoçamos, tomamos sorvete a sombra de uma árvore, alugamos bicicletas e andamos pelo centro, tiramos várias fotos, fizemos compras e próximo ao fim da tarde passamos diante de um estúdio de tatuagens, entramos.
Ágata achou o lugar incrível, e se surpreendeu quando fomos atendido por uma moça de cabelos rosa e com tatuagens espalhadas por todo corpo.
— Boa tarde Casal! — a jovem moça falou de forma animada.
— Boa tarde! — respondemos uníssono.
— Minha namorada estava curiosa para conhecer o local. — justifiquei.
— Fiquem a vontade, se quiser posso mostrar uns desenhos para que tenham inspirações ou se me disser do que precisa eu posso criar um novo.
Ágata olhava os desenhos com atenção, seus olhos brilhavam.
— Nick, será que eu teria coragem de fazer algo? Doe muito? —falou para que só eu ouvisse.
— Meu amor, você sabe que na vida há coisas que doem muito mais que a agulha da tatuagem, se você quiser fazer, faça. — tranquilizei-a.
— Eu quero fazer algo, mas não sei oque ao certo . — disse Ágata voltando sua atenção a moça.
— Se você me disser onde esta pensando em fazer talvez eu possa lhe sugerir ideias.
Ágata demorou longos segundos calada, até que me olhou e começou a levantar sua blusa, não precisei de muito tempo para entender onde ela queria a tatuagem.
Após levantar sua blusa seu olhar preso no meu se manteve, fiz um aceno de cabeça lhe apoiando silenciosamente, então ela abriu o botão do short e revelou a moça sua pelve marcada.
Com uma lufada de ar a moça tentou não transparecer seu espanto, profissional, ela sorriu para Ágata, e pediu que ela se acomodasse.
Iniciando seu desenho de forma caprichosa, enquanto Ágata folheava um book de imagens, eu fiquei ali, sentado diante dela como espectador, vendo Ágata tentar enterrar uma parcela de seu passado.
Estava feliz por sua tentativa, mas sei que haverá dias que irá parecer ser mais fácil esquecer os acontecimentos que nos assombra, é como colocar o lixo embaixo do tapete, uma hora não vai ser suficiente.
Eu, assim como ela, tenho minhas batalhas internas, mas a diferença é que Ágata luta contra suas lembranças de um inimigo que esta vivo, já eu, luto com um inimigo que habita em mim.
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Indicação de música para este capítulo: katy Perry - Unconditionally
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Recomeçar
RomanceÁgata Andrade, 18 anos, é uma linda jovem com marcas profundas e cruéis para sua pouca idade. Nascida numa pequena cidade do interior, filha única de Mário Andrade e de Dona Marina. Um trágico acidente põe fim na vida dos pais da jovem garota, mas...