Capítulo 56

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Abri os olhos com certa dificuldade, a claridade das luzes incomodaram um pouco.

- Dominick, você esta me ouvindo? - A voz ao pouco vinha tomando sentindo.

Gesticulei confirmando que ouvia.

- Ótimo! Finalizamos sua cirurgia, tudo correu bem. Breve você voltará para o quarto.

Não respondi. A vista estava embaçada, a sensação era de que eu havia ingerido alguma droga alucinógena. Sorri.

- Algum problema? - a mesma voz perguntou.

- É o sedativo. - outra voz respondeu.

Queria manter os olhos abertos, mas estava difícil.

Fechei os olhos.

Lembrei da minha ultima cirurgia, quando meu pai morreu ao descobrir meu estado.

Chorei.

Não sei quanto tempo passou, mas senti a movimentação da maca. Abri os olhos e via as luzes passarem por cima de mim.

Sorri e chorei.

Ouvi a voz de Ágata ao longe.

- Oque ele tem?

- Ágata, amor da minha vida. É o papai! - risos.

- Oque aconteceu com ele?

- É efeito do sedativo, logo passa.

- Isso! É o sedativo, meu amor. Eu não usei nada, eu juro.

- Meu filho, como se sente?

- Mamãe? - abri os olhos - Desculpa, mãe por matar o papai. - chorei.

- Filho, já conversamos, você não teve culpa.

- Me desculpa, eu fui um péssimo filho.

- Não, não foi!

- Sim, fui muito ruim e vou ser um pai pior. Eu não quero ser um pai ruim, mamãe. Ágata, eu não sei ser pai, meu amor. Eu deixei a Olívia, ela quase foi sequestrada por aquele imbecil.

- Dominick, depois conversamos, descansa.

- Não. Não quero descansar, eu quero me desculpar, Olívia poderia ter caído nas mãos daquele verme. Você quase perdeu sua filha. - falei olhando para Ágata, que estava sentada numa cadeira de rodas.

- Meu amor, o bebe esta bem. Só eu repousar, me cuidar, nada aconteceu.

- Dominick, relaxe meu filho.

- Sua mãe, tem razão. Não se esforce, quando a sedação passar e você estiver descansado vocês conversam. - disse o médico - Vamos!

Um enfermeiro puxou a cadeira de rodas de Ágata e minha mãe me deu um beijo na testa.

Fiquei ali, na cama, cheio de pensamentos confusos que precisavam ser esclarecidos.

- Descanse. - disse o médico tocando minha mão.

- Não toca em mim. Odeio médico. - ele sorriu.

Fechei os olhos novamente.

⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛⌛

Abri os olhos. Senti uma leve dor de cabeça.

Uma enfermeira estava injetando algo no soro.

- Oque é isso? - perguntei.

- Medicação, senhor.

Olhei envolta do quarto, lá estava Ryan sentado em uma poltrona. Parecia dormir.

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