Capítulo 62

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Ao abrir os olho percebi que estava no quarto,novamente, deitada na cama.

Nick estava ao meu lado, Dona Clarisse de pé, com Olívia no colo. 

— Oque aconteceu? — perguntei.

— Você desmaiou, mas consegui te segurar a tempo. Ágata, você me deu um susto. — disse segurando minha mão.

— Querida, pedi que Luíza subisse para ficar com você e lhe tranquilizasse.

— É, eu sei. Acontece que quando Luíza me disse que o avô de Olívia estava aqui para toma-la de Nick, e por minha culpa, culpa do que aconteceu na Argentina, eu não pensei e desci para tentar interceder, mas... — parei de falar, eu havia lembrado do que ouvi antes de desmaiar.

Olhei para Nick, finalmente dando conta do que havia escutado momentos ante. Olhei para Olívia que estava no colo de Dona Clarisse, olhei para Nick novamente.

Ele levantou, pegou Olívia em seu colo e se aproximou da cama. 

— Meu amor, eu te disse que queria lhe dar um presente de casamento, mas que não havia encontrado o momento para fazer isso. Enfim, o fato é que o destino nos pregou uma peça e todo esse tempo você esteve ao lado de sua filha. — meu coração estava disparado — Ágata, Olívia é sua filha, a filha que lhe foi tomada e dada como morta!

Nick, me entregou Olívia nos braços e ela sorriu, como sempre. 

Eu estava sem reação, uma mistura de euforia e incredulidade bagunçou minha mente.

Como era possível? 

— Não! Não pode ser, você esta brincando comigo. — falei negando e entreguei Olívia. 

Ele pegou Olívia de volta e entregou a Dona Clarisse. Me virei, sentando na beirada da cama, evitando olha-los.

— Mãe, leve Olívia para o quarto dela, por favor.

Após ela sair do quarto nos deixando a sós, Nick virou-se para mim e colocou as mão dentro do bolso.

— Ágata, vamos conversar, mas antes preciso saber se esta bem. — concordei com um aceno de cabeça.— Ótimo! Diga-me, você acha que eu brincaria com você com um assunto tão sério, Ágata? — neguei — Então, não entendi sua reação. 

Eu não sabia mais oque era certo ou errado. Eu não sabia oque era verdade ou mentira, nem se quer sabia se tudo aquilo vivido no ultimo ano era apenas um sonho ou fruto de minha mente perturbada. Eu já havia me acostumado com a ausência de minha filha, claro que queria encontra-la e tê-la em meus braços, mas não esperava que fosse nessas circunstancias. 

O fato é que estou sem chão. 

Desabei a chorar. Eu sentia uma dor tão grande em meu peito, chorei o luto que não tive condições de chorar ao longo dos meses que estive fugindo e tentando me manter viva.

Gritei, com meu coração dilacerado e caí ao chão de joelhos, me permitindo sentir a dor que nunca pude sentir. A dor pelo parto e pela perca de uma filha, a dor pela morte de meus pais, todo o sofrimento passado nas mãos de meu algoz.

— Ágata...— Nick ajoelhou-se diante de mim me envolvendo em seus braços.

— Meu Deus, como dói... — chorei desesperadamente. 

— Onde dói, meu amor? — perguntou Nick, preocupado. 

— Meu coração, minha alma... Nick, minha filha esteve ao meu lado todo esse tempo. Eu cuidei dela quando sentiu dor, eu comemorei a cada mês de sua vida, eu vi seu primeiro dentinho nascer.. —sorri, chorando — eu cuidei com carinho, com amor, mas sempre pensando que poderia ser minha filha. Eu chorei a morte de uma filha viva. Quando eu soube que minha filha estava vida,  a cada vez que vi Olívia sorri eu me perguntava se minha filha era tão feliz e amada quando ela. — Nick me abraçou forte.

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